Resenhas  |  23.04.2017

Resenha: Para educar crianças feministas: Um manifesto – Chimamanda Ngozi Adichie

Para educar crianças feministas foi escrito, primeiramente, em formato de carta: uma amiga da autora pediu conselhos sobre como educar uma criança de forma feminista.

Chimamanda, então, escreveu 15 pontos que acredita serem indispensáveis para que – ao criar um filho ou uma filha – suas ideias sejam mais igualitárias. Depois de editada, a carta acabou virando um manifesto, publicado como livro em diversos países do mundo. Para educar crianças feministas chegou ao Brasil pela Companhia das Letras.

Para educar crianças feministas: Um manifesto - Chimamanda Ngozi Adichie
FOTO: Melissa Marques | Resenhas à la Carte

Ao dizermos que os pais estão “ajudando”, o que sugerimos é que cuidar dos filhos é um território materno, onde os pais se aventuram corajosamente a entrar. Não é. (p. 20)

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No livro, a autora explica algumas premissas simples que, ao meu ver, servem para qualquer pessoa – independente de gênero, cultura, classe econômica etc. – e que ajudariam na formação de uma sociedade mais justa. Casamento, filhos, misoginia, racismo, papéis de gênero, identidade, dinheiro, sexo, beleza, amor, diferenças… Todos esses temas estão presente na obra.

Ensine a ela que “papéis de gênero” são totalmente absurdos. Nunca lhe diga para fazer ou deixar de fazer alguma coisa “porque você é menina”. “Porque você é menina” nunca é razão para nada. Jamais. (p. 21)

A temática principal – o feminismo – é atual e urgente. A forma com que Chimamanda aborda o assunto é didática e cheia de exemplos próprios: ela cita seus amigos, conhecidos, além de exemplos da cultura Igbo, que deixam o manisfesto ainda mais verídico e completo.

Diga-lhe que o corpo dela pertence a ela e somente a ela, e que nunca deve sentir a necessidade de dizer “sim” a algo que não quer ou a algo que se sente pressionada a fazer. (p. 65)

Por ter sido escrito primeiramente para uma amiga, o livro acaba fazendo um recorte bastante interessante: o da mulher negra nigeriana. E o mais interessante é que, mesmo com certas especificidades, o manifesto acaba sendo de fácil compreensão e assimilação.

Chimamanda cutuca feridas e faz indagações supernecessárias.

Temos um mundo cheio de mulheres que não conseguem respirar livremente porque estão condicionadas demais a assumir formas que agradem aos outros. (p. 49)

Por fim, para mim, um dos parágrafos mais importantes do livro é o seguinte, que nos ensina e relembra a necessidade da empatia:

Ensine-lhe sobre a diferença. Torne a diferença algo comum. Torne a diferença normal. […] Ao lhe ensinar sobre a diferença, você a prepara para sobreviver num mundo diversificado. Ela precisa saber e entender que as pessoas percorrem caminhos diferentes no mundo e que esses caminhos, desde que não prejudiquem as outras pessoas, são válidos e ela deve respeitá-los (p. 76 – 77)

É um daqueles livros que temos vontade de sair emprestando e presenteando, principalmente quem está para se tornar pai/mãe! Leitura obrigatória para tentarmos entender e construir um mundo mais igualitário.

Nota:

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*Última atualização em 12 de março de 2024

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4 Comentários “Resenha: Para educar crianças feministas: Um manifesto – Chimamanda Ngozi Adichie”
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  1. JAN REIS      19 nov 2019 // 02H11

    Maravilhoso! Estamos trabalhando esse livro num grupo de mulheres e o resultado está sendo ótimo!

    • Melissa Marques      19 nov 2019 // 02H17

      Que legal, Jan! Bom saber que o livro de Chimamanda está impactando várias mulheres. Beijos!

  2. JAN REIS      14 jun 2019 // 10H59

    Maravilhoso! Estamos trabalhando esse livro num grupo de mulheres e o resultado está sendo ótimo!

    • Melissa Marques      14 jun 2019 // 06H08

      Que legal, Jan! Bom saber que o livro de Chimamanda está impactando várias mulheres. Beijos!