*Atualizado em 14 de março de 2024
O livro Assassinatos na Rua Morgue foi meu primeiro contato com Edgar Allan Poe. A obra, publicada pela L&PM Pocket, reúne diversos contos do autor, deixando para as últimas páginas a famosa história que dá nome ao livro.
Fiquei fascinada pela escrita de Poe e é notável como muitas obras atuais ainda se baseiam no poeta e escritor norte-americano. Quem ama romances policiais e histórias de mistério consegue notar quantos personagens e histórias derivam dos contos do autor.
Assassinatos na Rua Morgue foi lançado em 1840 e influenciou personagens famosíssimos da literatura, incluindo Sherlock Holmes (de Arthur Conan Doyle) e Hercule Poirot (de Agatha Christie). Ou seja: é a origem das apaixonantes histórias de detetive, onde tudo começou.
No conto, o francês Monsieur C. Auguste Dupin, com a ajuda do narrador da história (algo que lembra uma relação Sherlock – Watson), utiliza seu próprio sistema de dedução para solucionar um crime.
Observando os fatos e analisando atentamente o testemunho das pessoas que estavam no local onde os assassinatos foram cometidos, Dupin passa por cima da polícia francesa e consegue com muita precisão solucionar um caso que parecia impossível.
Aos poucos, vamos acompanhando o pensamento rápido do personagem, que levanta questões intrigantes e nos faz, junto com ele, tentar desvendar o bizarro mistério. O conto é muito empolgante! Utilizando uma linguagem madura, inteligente e que estimula a imaginação do leitor, somos induzidos a levantar inúmeros questionamentos a respeito do acontecido.
E o mérito não vai apenas para o Assassinatos na Rua Morgue. Os outros contos incluídos no livro, como “O Gato Preto”, “Hop-Frog ou Os oito orangotangos acorrentados” e “Nunca aposte sua cabeça com o diabo” são tão bons quanto o conto principal.
Já os contos “Os fatos que envolveram o caso de Mr. Valdemar” e “O demônio da perversidade” são interessantes também, mas não me cativaram tanto.
Não adianta contestar: existe algo intrigante na escrita de Poe. A linguagem pode parecer rebuscada para os dias atuais, mas ainda assim tem algo de impressionante que instiga a leitura.
Durante a leitura do “Gato Preto”, fiquei mal, assustada e com muita vontade de saber o que iria acontecer. Ele sabe como aumentar nossa curiosidade e as páginas fluem rapidamente.
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Percebi também o quanto Poe adora relacionar animais com suas histórias. Em quase todos os contos, há algum animal envolvido – gatos, orangotangos, corvos… acho isso bem curioso e, obviamente, metafórico.
As tramas sempre trazem aquele clima sombrio de histórias antigas, que misturam alquimia, experimentos esquisitos e todas as nuances de uma mente humana perturbada, fazendo sempre um paralelo com animais selvagens que se deixam levar pelo instinto.
Recomendo fortemente a leitura, principalmente se você é fã de histórias de detetive, terror e mistério.
Nota:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos
Um conto surpreendente principalmente em seu desfecho. Alias, o que mais chama atenção é o fato do criminoso ser impensável, tanto que faz o leitor retornar em algumas páginas para reparar nas pistas e assim, ficar admirado, não com a conclusão, mas sim com a perspicácia do detetive
Exatamente, Ricardo! A perspicácia do detetive é sensacional! 🙂