Resenhas  |  24.07.2018

Resenha: Olive Kitteridge – Elizabeth Strout

Já tinha ouvido falar em Olive Kitteridge pela minissérie da HBO, mas quando recebi o livro, não tinha a menor ideia do que se tratava. Ao saber que ganhou o prêmio Pulitzer, fiquei ainda mais curiosa e posso afirmar que foi uma boa surpresa.

Resenha: Olive Kitteridge - Elizabeth Strout
Foto: Isabela Zamboni/Resenhas à la Carte

A prosa de Elizabeth Strout é bem diferente da convencional: a história é toda em volta da professora de matemática aposentada da pequena Crosby, no litoral do Maine, Olive Kitteridge.

Por quase trinta anos, acompanhamos a trajetória dessa mulher, seus dramas familiares, sofrimentos, tristezas, pequenas felicidades e acontecimentos marcantes. Mas o mais interessante é que o livro é composto de treze pequenas histórias não apenas da vida de Olive, mas das pessoas da cidade que vivem ao seu redor.

Em determinadas partes do livro, é como se fossem contos: muitas vezes Olive apenas aparece de longe, ou é citada por alguém, mas não necessariamente faz parte da trama. Um recurso narrativo interessante e pouco utilizado.

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Resenha: Olive Kitteridge - Elizabeth Strout

Olive Kitteridge trata bastante sobre o envelhecimento, passagem do tempo, o abandono. Ela é uma mulher com temperamento difícil, que acaba se distanciando de todos, sofrendo com a velhice que se aproxima. Henry, seu marido, é um homem otimista, ingênuo e de coração grande, enquanto seu filho

Christopher é sisudo, quieto, distante. As relações familiares de Olive permeiam toda a história, mostrando todos os altos e baixos.

Resenha: Olive Kitteridge - Elizabeth Strout
Foto: Isabela Zamboni/Resenhas à la Carte

O livro também tenta mostrar as faces da depressão, da bipolaridade e outros transtornos. No começo, ele até parece divertido, meio sarcástico, mas depois de um tempo, a leitura fica cada vez mais triste e melancólica.

Achei bem interessante o fato de que Elizabeth Strout tenta o tempo todo criar empatia com o leitor, mostrando diferentes personagens, pessoas com vidas complicadas, mas que sempre tentam dar o melhor de si. Pode-se dizer que Olive Kitteridge é uma daquelas obras que tentam mostrar como a simplicidade e o afeto são preciosidades que muitas vezes deixamos para trás.

A única coisa que me incomodou um pouco foi o fato de que ele parece ter sido escrito para virar série ou filme. A literatura norte-americana contemporânea tem um pouco disso: por mais que o livro seja bom, ele tem um apelo audiovisual.

Alguns elementos tornam-se muito clichês, típicos de norte-americanos: cidadezinha pequena, moradores fofoqueiros, personagens que comem donuts diariamente e tudo aquilo que já vemos na TV há muitos anos. No entanto, ainda é uma boa leitura! Se você gosta de dramas e reflexões, com certeza vai gostar de Olive Kitteridge.

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*Última atualização em 18 de março de 2024

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1 Comentário “Resenha: Olive Kitteridge – Elizabeth Strout”
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  1. Eunice      18 jul 2022 // 11H22

    Maravilhosa. Estou lendo ele nesse momento.