Resenhas  |  28.11.2018

Resenha: Peter Pan – J.M. Barrie

Peter Pan é daqueles personagens que dificilmente alguém não conhece. A história do menino que não quer crescer e vive na Terra do Nunca já virou adaptações milhares de vezes, sendo a mais famosa a animação da Disney.

Resenha: Peter Pan - J.M. Barrie
Foto: Isabela Zamboni/Resenhas à la Carte

Eu nunca havia me interessado por Peter Pan, até encontrar essa edição de bolso lindona da Zahar. A sinopse é bem famosa, aposto que você já sabe pelo menos uma parte do enredo:

Peter and Wendy – ou Peter Pan –, publicado em 1911, narra a clássica história dos irmãos Darling: Wendy, João e Miguel, que acompanham Peter Pan em uma viagem pela Terra do Nunca, onde convivem com índios e sereias, estranhos animais, enfrentam o Capitão Gancho e seus piratas, além de muitos outros perigos.

Verdadeira terra da fantasia, a ilha onde fica a Terra do Nunca é o domínio de Peter, o menino que não queria crescer, e é para lá que ele leva crianças órfãs, “que caíram de seus carrinhos de bebê e não foram procuradas”. Sua família – e, ao mesmo tempo, seus “soldados” – são os Meninos Perdidos, que, como Peter, sentem falta de uma mãe que cuide deles, os oriente, lhes conte histórias na hora de dormir, como faz a Sra. Darling, mãe de Wendy, João e Miguel. E é por isso e para isso que Peter ensina os três irmãos a voar e os leva consigo pelo céu, noite adentro, para uma vida de aventuras e de pura magia.

Sendo bem sincera, eu não gostei tanto do livro. Provavelmente serei xingada, mas, apesar de algumas partes serem emocionantes e dignas de reflexões diversas, o decorrer da narrativa é monótono e não consegui me interessar pela Terra do Nunca. Claro que ler aos 28 anos é uma experiência bem diferente do que ler na infância, mas ainda assim, já li outros livros infanto-juvenis que foram mais satisfatórios.

Mas, vamos falar um pouquinho da história.

Peter Pan é um menino vaidoso, teimoso e bem arrogante, características que irritam bastante seu inimigo Capitão Gancho. O que me surpreendeu foi que Gancho é um homem que luta contra sua própria moral – durante o decorrer da história descobrimos que teve uma infância aristocrata e foi ensinado com boas maneiras, mas o desleixo de Peter Pan sempre o tirou do sério por ser exatamente tudo aquilo que ele sempre detestou e temeu.

Wendy é a única garota da história, sendo muito mais inteligente (e um pouco mais velha, quase na puberdade) que João e Miguel (seus irmãos) e os “meninos perdidos”, que a tratam como mãe na Terra do Nunca. Uma das frases que me marcou durante a leitura foi quando Peter diz para Wendy:

“Wendy, qualquer menina vale mais do que dez meninos.”

Nessa eu tenho que concordar com Peter! rs

Brincadeiras à parte, outro fato que me chocou lendo o prefácio dessa edição, foi que o irmão do autor J.M Barrie faleceu quando ainda era pequeno. Isso teria levado Barrie a eternizar o irmão na figura de Peter, o garoto que nunca iria crescer e viveria altas aventuras na Terra do Nunca. Achei isso bem triste, mas faz sentido.

Durante a leitura, vemos como os pais das crianças ficam desolados quando elas saem “voando pela janela”. Os meninos que moram na Terra do Nunca não lembram de suas mães, incluindo Peter. São vários pequenos detalhes que nos levam a crer que, na verdade, as crianças morrem e vão para uma espécie de paraíso.

Claro que isso é apenas uma teoria. Na verdade, existem milhares de simbologias para a história de Peter Pan: o medo do amadurecimento; o apego das crianças às mães; a menina tornando-se mulher; o comportamento infantil de Peter, que lembra o perfil de vários homens adultos; Capitão Gancho lutando contra seus próprios questionamentos; entre tantos outros elementos que tornaram essa história um clássico analisado até hoje pela Psicologia.

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Mas, apesar de tantos aspectos interessantes – principalmente a cachorrinha Naná ser a babá das crianças – eu ainda achei maçante. Ler as batalhas das crianças contra piratas, índios e sobre as aventuras da Terra do Nunca foram arrastadas e desinteressantes. Obviamente não sou o público-alvo, mas não empolga e fica até difícil de terminar o livro.

Porém, o final compensou. Gostei do jeito que a história termina e confesso que até rolaram umas lágrimas. Peter Pan é um livro muito bom para refletir sobre a infância e para ensinar crianças sobre mudanças, frustrações, amadurecimento, família e amizade.

“Pensamentos felizes fazem a gente voar.”

Nota: 

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*Última atualização em 7 de março de 2024

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3 Comentários “Resenha: Peter Pan – J.M. Barrie”
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  1. joseane      08 fev 2024 // 04H58

    um livro bom

  2. Claudio Augusto Martins de Almeida      08 jan 2022 // 10H49

    Eu amei a resenha eu comprei o Livro na Amazon vou ler e vou Amar com certeza
    Amo suas resenhas e sua Sinceridade
    Adoro isso nas pessoas Amo livros Psicologicos

    • Isabela Zamboni      24 jan 2022 // 01H37

      Que bom que gostou, Claudio! Abraços