*Atualizado em 12 de março de 2024
Para educar crianças feministas foi escrito, primeiramente, em formato de carta: uma amiga da autora pediu conselhos sobre como educar uma criança de forma feminista.
Chimamanda, então, escreveu 15 pontos que acredita serem indispensáveis para que – ao criar um filho ou uma filha – suas ideias sejam mais igualitárias. Depois de editada, a carta acabou virando um manifesto, publicado como livro em diversos países do mundo. Para educar crianças feministas chegou ao Brasil pela Companhia das Letras.
Ao dizermos que os pais estão “ajudando”, o que sugerimos é que cuidar dos filhos é um território materno, onde os pais se aventuram corajosamente a entrar. Não é. (p. 20)
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No livro, a autora explica algumas premissas simples que, ao meu ver, servem para qualquer pessoa – independente de gênero, cultura, classe econômica etc. – e que ajudariam na formação de uma sociedade mais justa. Casamento, filhos, misoginia, racismo, papéis de gênero, identidade, dinheiro, sexo, beleza, amor, diferenças… Todos esses temas estão presente na obra.
Ensine a ela que “papéis de gênero” são totalmente absurdos. Nunca lhe diga para fazer ou deixar de fazer alguma coisa “porque você é menina”. “Porque você é menina” nunca é razão para nada. Jamais. (p. 21)
A temática principal – o feminismo – é atual e urgente. A forma com que Chimamanda aborda o assunto é didática e cheia de exemplos próprios: ela cita seus amigos, conhecidos, além de exemplos da cultura Igbo, que deixam o manisfesto ainda mais verídico e completo.
Diga-lhe que o corpo dela pertence a ela e somente a ela, e que nunca deve sentir a necessidade de dizer “sim” a algo que não quer ou a algo que se sente pressionada a fazer. (p. 65)
Por ter sido escrito primeiramente para uma amiga, o livro acaba fazendo um recorte bastante interessante: o da mulher negra nigeriana. E o mais interessante é que, mesmo com certas especificidades, o manifesto acaba sendo de fácil compreensão e assimilação.
Chimamanda cutuca feridas e faz indagações supernecessárias.
Temos um mundo cheio de mulheres que não conseguem respirar livremente porque estão condicionadas demais a assumir formas que agradem aos outros. (p. 49)
Por fim, para mim, um dos parágrafos mais importantes do livro é o seguinte, que nos ensina e relembra a necessidade da empatia:
Ensine-lhe sobre a diferença. Torne a diferença algo comum. Torne a diferença normal. […] Ao lhe ensinar sobre a diferença, você a prepara para sobreviver num mundo diversificado. Ela precisa saber e entender que as pessoas percorrem caminhos diferentes no mundo e que esses caminhos, desde que não prejudiquem as outras pessoas, são válidos e ela deve respeitá-los (p. 76 – 77)
É um daqueles livros que temos vontade de sair emprestando e presenteando, principalmente quem está para se tornar pai/mãe! Leitura obrigatória para tentarmos entender e construir um mundo mais igualitário.
Nota:
Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.
Maravilhoso! Estamos trabalhando esse livro num grupo de mulheres e o resultado está sendo ótimo!
Que legal, Jan! Bom saber que o livro de Chimamanda está impactando várias mulheres. Beijos!
Maravilhoso! Estamos trabalhando esse livro num grupo de mulheres e o resultado está sendo ótimo!
Que legal, Jan! Bom saber que o livro de Chimamanda está impactando várias mulheres. Beijos!