Para educar crianças feministas foi escrito, primeiramente, em formato de carta: uma amiga da autora pediu conselhos sobre como educar uma criança de forma feminista. Chimamanda, então, escreveu 15 pontos que acredita serem indispensáveis para que – ao criar um filho ou uma filha – suas ideias sejam mais igualitárias. Depois de editada, a carta acabou virando um manifesto, publicado como livro em diversos países do mundo. Para educar crianças feministas chegou ao Brasil através da Companhia das Letras.

FOTO: Melissa Marques | Resenhas à la Carte
Ao dizermos que os pais estão “ajudando”, o que sugerimos é que cuidar dos filhos é um território materno, onde os pais se aventuram corajosamente a entrar. Não é. (p. 20)
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No livro, autora explica algumas premissas simples que, ao meu ver, servem para qualquer pessoa – independente de gênero, cultura, classe econômica etc – e que ajudariam na formação de uma sociedade mais justa. Casamento, filhos, misoginia, racismo, papéis de gênero, identidade, dinheiro, sexo, beleza, amor, diferenças… Todos esses temas estão presente na obra.
Ensine a ela que “papéis de gênero” são totalmente absurdos. Nunca lhe diga para fazer ou deixar de fazer alguma coisa “porque você é menina”. “Porque você é menina” nunca é razão para nada. Jamais. (p. 21)
A temática principal – o feminismo – é atual e urgente. A forma com que Chimamanda aborda o assunto é didática e cheia de exemplos próprios: ela cita seus amigos, conhecidos, além de exemplos da cultura Igbo, que deixam o manisfesto ainda mais verídico e completo.
Diga-lhe que o corpo dela pertence a ela e somente a ela, e que nunca deve sentir a necessidade de dizer “sim” a algo que não quer ou a algo que se sente pressionada a fazer. (p. 65)
Por ter sido escrito primeiramente para uma amiga, o livro acaba fazendo um recorte bastante interessante: o da mulher negra nigeriana. E o mais interessante é que, mesmo com certas especificidades, o manifesto acaba sendo de fácil compreensão e assimilação.
Chimamanda cutuca feridas e faz indagações supernecessárias.
Temos um mundo cheio de mulheres que não conseguem respirar livremente porque estão condicionadas demais a assumir formas que agradem aos outros. (p. 49)
Por fim, para mim, um dos parágrafos mais importantes do livro é o seguinte, que nos ensina e relembra a necessidade da empatia:
Ensine-lhe sobre a diferença. Torne a diferença algo comum. Torne a diferença normal. […] Ao lhe ensinar sobre a diferença, você a prepara para sobreviver num mundo diversificado. Ela precisa saber e entender que as pessoas percorrem caminhos diferentes no mundo e que esses caminhos, desde que não prejudiquem as outras pessoas, são válidos e ela deve respeitá-los (p. 76 – 77)
É um daqueles livros que temos vontade de sair emprestando e presenteando, principalmente quem está para se tornar pai/mãe! Leitura obrigatória para tentarmos entender e construir um mundo mais igualitário.
* Esse produto foi um brinde, porém, as informações contidas nesse post expressam as ideias da autora.
Nota:
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Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.
Maravilhoso! Estamos trabalhando esse livro num grupo de mulheres e o resultado está sendo ótimo!
Que legal, Jan! Bom saber que o livro de Chimamanda está impactando várias mulheres. Beijos!
Maravilhoso! Estamos trabalhando esse livro num grupo de mulheres e o resultado está sendo ótimo!
Que legal, Jan! Bom saber que o livro de Chimamanda está impactando várias mulheres. Beijos!