*Atualizado em 8 de junho de 2020
Quando peguei a HQ Aokigahara na mão, já me impressionei! Sem saber o que iria encontrar no miolo, fiquei hipnotizada pelo estilo do quadrinista Renato Quirino e admirada com os mínimos detalhes dos traços. Já percebi que seria o tipo de história que eu iria gostar, apesar de quase nunca ter lido quadrinhos na minha vida.
Aliás, fazer essa resenha não é uma tarefa fácil pra mim: meu repertório é mínimo em relação a HQs, portanto, me perdoem se usar algum termo ou palavra errada. Mas não é porque não conheço muitas obras que não posso admirar uma que gostei bastante, não é verdade?
Aokigahara me deu a impressão de ser um conto. São poucas páginas, li bem rapidinho e acredito que a intenção dos autores era essa: mostrar uma história sensível, poética, mas sem aprofundar demais no tema ou nos personagens. É aquele tipo de história que passa voando – traz uma mensagem rápida – mas que cria marcas profundas.
Não vou detalhar a trama, já que o final é uma surpresa e pode estragar a experiência de outros leitores. Mas o que posso dizer é: você vai acompanhar a trajetória de dois personagens que vão para a triste floresta de Aokigahara, no Japão, conhecida como a Floresta dos Suicidas. Como é uma floresta muito densa, com pouco vento e quase nada de vida selvagem, o local é bastante silencioso. Em média, são encontrados 100 corpos (!!!) ao ano por lá, inclusive esqueletos mais antigos. Triste, né? Existem diversos documentários e filmes sobre essa floresta. Melancólico, mas também interessante para entender porque tantas pessoas tiram a própria vida naquele lugar.
Gostei bastante da temática da HQ e achei muito importante falar sobre suicídio, que, por ser um tema muito delicado, ainda é considerado um tabu em muitas culturas. Também adorei como os autores nos fazem sentir a dor dos personagens, ainda que conhecendo-os tão pouco.
O que posso dizer de Aokigahara? É sensível, gentil, mas ao mesmo tempo, toca na ferida. Muito bom mesmo! Isso sem falar na arte em si, que é incrivelmente detalhada e feita com o maior cuidado possível.
Acho que vou começar a ler mais quadrinhos.
PS: A Mel fez uma entrevista com os autores André Turtelli e o Renato Quirino. Confira aqui!
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Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos