*Atualizado em 18 de março de 2024
Ao começar a ler O Progresso do Amor, da autora canadense Alice Munro, não esperava um despertar tão grande de emoções. O livro de contos nos leva para um universo de subjetividade, tornando impossível não se comover com a escrita delicada da autora.
Alice é vencedora do prêmio Nobel de Literatura de 2013 e mostra que é uma observadora de primeira linha. Logo no início do livro já nos deparamos com o conto de uma mulher divorciada que retorna para a casa de sua infância, onde ligações profundas se confrontam com a memória de seus pais.
Outro conto marcante é quando um jovem rapaz que, ao se lembrar de um aterrorizante incidente da infância, tem um embate com a responsabilidade que assumiu pelo seu irmão caçula.
Outro conto que me deixou intrigada foi quando um homem leva a namorada para visitar sua ex-esposa, apenas para se sentir próximo novamente de sua parceira distante. Há também o conto Paroxismos, com um final de deixar qualquer leitor perplexo.
A autora é uma excelente cronista e traça uma narrativa cortante. O livro é uma coleção de retratos de vidas comuns, com uma perspectiva bem diferente da qual estamos acostumados. O Progresso do Amor revela muito sobre a sociedade, nossas escolhas e experiências amorosas.
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Durante a leitura, senti algo bem diferente do normal: é como se entrássemos na vida e mente daqueles personagens, vivenciando cada experiência. O livro é um momento de intimidade do leitor com personagens tão comuns e palpáveis.
É fascinante o olhar da autora sobre acontecimentos mundanos e, claro, ao narrar romances de todas as formas – entre casais, irmãos, pais, crianças – de alguma forma seguimos também seu olhar a respeito do amor.
Nota:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos