Resenhas  |  26.07.2017

Resenha: Sonetos de Amor – Luís Vaz de Camões

Expectativa de ler o livro: “Oba, livro pequeno! Fácil e rápido para ler“.

Realidade de ler o livro: “MEU DEUS, CAMÕES É MUITO DIFÍCIL“.

Sim, foi assim que eu me senti. HAHA!

Resenha: Sonetos de Amor - Luís Vaz de Camões
FOTO: Melissa Marques / Resenhas à la Carte

O livro Sonetos de Amor começa justamente com uma introdução bem recheada sobre a obra camoniana. E, olha: AINDA BEM. Se com ela já foi complicado, imagina sem?

Não entendam mal: o livro é incrível, cada soneto melhor que o outro. Mas o que quero dizer é que exige um certo esforço do leitor para ler e interpretar cada obra.

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Resenha: Sonetos de Amor - Luís Vaz de Camões

É uma pena que, segundo a próprio introdução do livro, os sonetos de Camões sejam tão confusos: não eram datados, não continham a assinatura do autor, muito menos o contexto histórico ou algum tipo de dedicatória. Porém, de uma coisa podemos ter certeza: Camões amou.

“Luís de Camões amou muito, sofreu muito, teve gozo no seu sofrimento e escreveu dezenas de sonetos (e canções, elegias, odes etc.) numa repetida tentativa de entender o que era essa coisa simultaneamente terrível e sublime”

Camões endeusa cada uma das mulheres com quem se relacionou através de seus versos e, mesmo não tendo uma diva inspiradora “única”, suas amantes foram, ao meu ver, o sal de sua vida.

Resenha: Sonetos de Amor - Luís Vaz de Camões
FOTO: Melissa Marques / Resenhas à la Carte

Apesar de rebuscado, ao abordar um tema tão universal, Camões consegue tocar facilmente qualquer tipo de leitor que já tenha experimentado a sensação de apaixonar-se, seja para a vida toda, seja um amor de metrô. E a beleza da obra é justamente essa.

Lindo e su[b]til trançado, que ficaste
Em penhor do remédio que mereço,
Se só contigo, vendo-te, endoideço,
Que fora com os cabelos que apertaste?

Aquelas tranças de ouro que ligaste,
Que os raios do Sol têm em pouco preço,
Não sei se ou para engano do que peço,
Ou para me matar as desataste.

Lindo trançado, em minhas mãos te vejo,
E por satisfação de minhas dores,
Como quem não tem outra, hei de tomar-te.

E se não for contente o meu desejo,
Dir-lhe-ei que, nesta regra dos amores,
Por o todo também se toma a parte.

Os Sonetos de Amor são belos, líricos, intensos. De encher os olhos e o coração. Meu primeiro contato com a obra de Luís Vaz de Camões foi uma ótima introdução ao autor que ajudou a forjar a literatura portuguesa que conhecemos hoje. A edição é simples, mas bem bonita. A capa com relevo e brilho ficou bem romântica. Apesar de curta, é uma obra SENSACIONAL – e cai muito bem como presente, viu?

Nota: 


*Última atualização em 18 de março de 2024

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