*Atualizado em 18 de março de 2024
Sempre fui muito fã dos filmes do Hitchcock e Psicose é um dos principais e mais conhecidos do diretor. Quando vi que iriam lançar o livro de Robert Bloch, que inspirou o filme, fiquei animadíssima e comprei na hora.
Não me arrependo, porque apesar de serem bastante semelhantes, existem alguns detalhes no livro que fazem valer a pena.
Publicado em 1959, a história de Psicose começa com a jovem Mary, que teve uma vida complicada, precisando cuidar das finanças da família desde sempre. Cansada de problemas financeiros, ela pretende casar-se com Sam, porém, este tem uma dívida enorme e não consegue bancar um casamento.
Ela, que trabalha em uma imobiliária, recebe em mãos o valor de 40 mil dólares para depositar na conta de seu chefe, mas resolve roubar esse dinheiro e desaparecer do mapa.
Os capítulos de Psicose são alternados conforme o ponto de vista dos personagens, e depois da fuga de Mary, somos apresentados a Norman Bates – o grande psicopata, vilão e protagonista. Norman é um solteirão de quarenta anos, obeso e que cuida de sua mãe inválida, chamada Norma, em uma espelunca, o famoso Bates Motel.
Mary chega ao motel após se perder no caminho até a cidade de Sam e decide passar a noite enquanto planeja o que fazer a seguir.
Logo no começo do livro já temos a clássica cena do assassinato de Mary – aqui Robert Bloch opta por uma narrativa brutal, fria e distante, mostrando a frivolidade do assassino. A morte de Mary não é um spoiler, porque isso é o que vai motivar o restante da história.
O leitor não é poupado de nada em Psicose: há muitas cenas sangrentas e diálogos intensos de Norman Bates com sua mãe – uma mulher ciumenta e controladora. Psicose fala sobre o poder que a mente pode ter sobre nós, principalmente quando ela se torna nossa principal inimiga.
Os pensamentos e atitudes do vilão são perturbadoras e extremamente misóginas. Norman guarda um ódio gigante dentro de si, especialmente por sua mãe, e, sendo mulher, não é muito fácil de ler a mente de um psicopata.
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O suspense começa quando a irmã de Mary e Sam se unem para encontrá-la, já que desapareceu sem deixar vestígios. Eles encontram o Bates Motel e a partir daí se desenrolam os principais mistérios e o grande final.
Algumas pessoas chegam a sentir empatia por Norman Bates, principalmente no final do livro. Ele teve uma infância difícil e um relacionamento abusivo com a mãe (o que é mostrado com mais detalhes na série Bates Motel), o que acabou moldando seu caráter dúbio e cruel.
Eu não consegui sentir nada, mas a proposta do autor é justamente essa: deixar o leitor com vários questionamentos e reflexões acerca do personagem.
A narrativa de Robert Bloch impressiona e consegue prender a atenção desde as primeiras páginas. Eu me empolguei logo de cara e não parava mais.
No entanto, se você não gosta de suspense/terror, pode ser que fique um pouco assustado. Psicose é um livro indicado, mas recomendo também o filme: um clássico que deve ser visto e revisto!
Nota:
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Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos