*Atualizado em 18 de março de 2024
O Sol é Para Todos sempre foi o maior rebuliço. Já ouvi muitas pessoas falando dele, tem um filme ganhador de Oscar baseado na obra, personagens de filmes e séries comentam a história da autora Harper Lee etc.
Quando soube que a continuação seria lançada 55 anos depois (!!!!), fiquei com vontade de saber do que se tratava.
E é incrível! Apesar da tradução um pouco estranha (muitas coisas não fizeram sentido, não sei se cortaram ou mudaram as palavras), O Sol É Para Todos é uma lição de vida, que cai muito bem nos tempos de hoje, apesar de a história se passar na década de 30.
A narrativa é dividida em partes, apresentando primeiro a vida dos personagens principais: Scout, a narradora, uma garotinha de 8 anos; Jem, seu irmão mais velho; Dill, um amigo dos dois, que passa todos os verões em Maycomb (condado onde a história é contada); e Atticus, o pai de Scout e Jem.
Pelos olhos das crianças, enxergamos um perverso mundo dos adultos, onde racismo e preconceito estão acima de tudo. Afinal, estamos falando do sul dos Estados Unidos na década de 30.
O mais interessante é que o livro cria uma extensa contextualização, para apenas na metade entendermos do que realmente se trata a história: Atticus é um advogado que vai defender um negro acusado de estuprar uma garota branca. Pense agora na situação deste homem, morando em um local onde o preconceito é comum e praticamente um absurdo acreditar na inocência de um negro.
Como a história é narrada pelos olhos da pequena Scout, a leitura fica ainda mais instigante: mesmo sendo madura para sua idade, a garota ainda é bem inocente. Ao ter que lidar com seus próprios problemas da infância, Scout ainda precisa entender qual é o propósito de seu pai e as transformações pelas quais sua família vêm passando.
Além dos protagonistas, os personagens complementares também são importantes. Durante a leitura, conhecemos praticamente o condado inteiro de Maycomb: as mulheres fofoqueiras, os vizinhos, o xerife, as crianças da escola, as famílias que discriminam os negros, o juiz, entre outros inúmeros personagens.
O Sol É Para Todos é um livro múltiplo: aborda temas como a infância, puberdade, injustiça social, direitos humanos, liberdade, racismo, preconceito, transformações, família. Não é à toa que foi vencedor do Pulitzer e que inspirou tantas outras obras.
Lendo o livro, comecei a lembrar de filmes com esse mesmo pano de fundo. “Tempo de Matar”, de 1996, com o Matthew McConaughey e Sandra Bullock; “Histórias Cruzadas”, de 2011, com a Emma Stone; até mesmo o “Paperboy”, que resenhei aqui no blog. O mais legal de ler esse tipo de obra é entender sua importância para a literatura e o cinema.
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Não vou entrar em detalhes, porque o que eu mais gostei durante a leitura foi não saber exatamente o que esperar. Mas só digo uma coisa: espere uma história emocionante e um aprendizado para a vida!
NOTA:
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Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos
Estou lendo e vou confessar: É uma leitura fantástica, que não dá vontade de parar de ler. Estou quase terminando. Só acho que é um tema muito sério para contado por uma/duas crianças. Como uma criança pode falar de estupro dessa forma e entender sem traumas, um assunto tão grave como esse?
Sem falar na questão horrorosa do preconceito racial tão arraigado naquela época, não que hoje tenha mudado, apenas foi “repaginada” a forma de se ter preconceito nos dias atuais.
Mas o resumo da ópera é positivo.Realmente não dava para morrer antes de ler essa história incrível!!!
Obrigada pela dica, meninas lindas!
O livro é ótimo mesmo Maria! Faz a gente refletir sobre tanta coisa!
Beijoss