*Atualizado em 31 de outubro de 2016
Ontem (14.10), rolou o lançamento do livro “Mulheres”, da Carol Rosseti, no SESC Bauru. Durante o mês, o SESC trouxe para Bauru diversas atividades relacionadas ao tema, inclusive, uma exposição incrível com as ilustrações da Carol – que também podem ser encontradas no livro.
O lançamento foi bem legal e descontraído, com um clima bem impessoal. A Carol é uma fofa e conversou com o público presente sobre sua obra, feminismo, e muito mais! Confira os melhores momentos abaixo:
SOBRE O PROJETO “MULHERES”
Não surgiu como um projeto. Na verdade, ele foi se desenvolvendo. Percebi o potencial de conversar sobre feminismo com pessoas fora do movimento. Através das ilustrações eu consegui conversar com minhas tias, minhas avós… E com mulheres do mundo todo!
SOBRE ARTE E ATIVISMO
Arte e ativismo podem andar juntos. É uma forma que as pessoas encontram para lutar. Eu sou feminista.
É preciso trabalhar a representatividade. Meu trabalho como quadrinista é contar histórias. Isso ajuda a construir ‘o que é normal’, nós criamos um modelo que é ser normal.
Cabe reconhecermos nossos privilégios, eu reconheço os meus.
É necessário encontrar a sua forma de lutar. Todos os personagens que eu criar eu vou tratar sobre representatividade. Quero colocar personagens trans, negros… trans-negros-gordos.
SOBRE CROWDFUNDING
O CORES é um crowdfunding. Ele foi feito de forma totalmente independente. Meu relacionamento com a editora foi muito bom, sem problemas, mas eu decidi fazê-lo de forma independente. Eu queria saber fazer um livro do início ao fim. Fui artista, designer, editora, publicitária… Tem que participar da logística. Foi bem desafiador. Agora eu sei o que é angústia. (Risos).
SOBRE SEXUALIDADE
As pessoas são muito múltiplas. Não dá pra definir alguém somente pela deficiência ou pela sexualidade.
SOBRE A RESPOSTA DO PÚBLICO
Alguns dos meus trabalhos tiveram uma melhora depois da resposta do público. Todos nós erramos. Eu não tenho medo de errar. As pessoas geralmente buscam se identificar com as personagens. Falar pelo outro é muito complicado. Eu apenas conto histórias.
SOBRE FEMINISMO
Acho que muita gente “perdeu o medo” da palavra feminista. Algumas ilustrações foram didáticas e acabaram trazendo termos que as pessoas não conheciam.
SOBRE VISIBILIDADE
Tem que ter empatia, respeito. Não dá para falar pelo outro. Mas quando estamos em um lugar de privilégio, é importante trazer visibilidade para os outros. Você tem que fazer alguma coisa com o seu privilégio, mas não existe uma fórmula certa pra isso.
Quando a temática não tem a ver com o seu cotidiano, exige um trabalho de pesquisa muito grande. Às vezes, até mesmo uma expressão tem significados diferentes em estados diferentes. O objetivo é ser acolhedor com todos que veem o projeto.
Serviço
A exposição estará disponível no SESC Bauru até 18/12. De terça a sexta, 13h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, 9h30 às 18h30. Quem for de Bauru e região pode e deve conferir!
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Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.