Matérias  |  24.08.2016

Os últimos versos escritos por Emily Brontë

*Atualizado em 25 de fevereiro de 2021

A morte é um tema recorrente na literatura. E ela é abordada de diversas formas, por inúmeros autores. Emily Brontë escreveu sobre essa temática em seus últimos versos em vida.

Emily Brontë

FOTO: Reprodução

“Minha alma não teme coisa alguma”, é o nome do poema de Emily Brontë, que foi lançado pela editora Civilização Brasileira (selo da Record). Ele faz parte da coletânea do livro “O Vento da Noite“. A tradução dos poemas é de Lúcio Cardoso.

Confira as palavras da autora:

“Minha alma não teme coisa alguma”

Minha alma já não teme coisa alguma,

E a escura tempestade em que sem descanso o mundo

Gira,

Não mais a abalará:

Já vejo a glória dos Céus extasiantes,

E a fé que resplandece no fogo de sua armadura

Aniquila o medo no meu ser.

Ó Deus que eu trago dentro em mim,

Deus todo-poderoso, Presença universal!

És a Vida – em meu seio Tu repousas,

E minha eternidade encontra em Ti o seu poder!

Vejo a vaidade nas suas múltiplas nuances,

Onde o homem alimenta a força do seu coração:

E vejo esta vaidade e a sua impotência

Fanadas e mortas como a erva dos campos,

Como a espuma louca das vagas no oceano,

Tentando inutilmente reanimar a dúvida,

Quando a alma já está sã e salva,

Aprisionada para sempre a Teu Ser infinito,

Através de uma certeira âncora

Lançada ao rochedo imutável da vida eterna!

Teu sopro, com amor, abraça os espaços

E penetra com sua vida os séculos eternos,

Espalha-se como um rio e cobre o nosso mundo,

Mudando ou preservando as coisas,

Dispersando-as, criando-as, trazendo-as à vida.

E se viesse o fim deste mundo e o fim dos homens,

O fim dos universos, a ruína dos sóis,

Se apenas Tu ficasses,

Serias ao mesmo tempo todas as existências.

A Morte se esforça em vão para achar um espaço,

Mas seu poder não pode aniquilar um átomo sequer.

Tu és o Ser e o Sopro,

Nada poderia abolir as Tuas formas.

 

Livros de Emily Brontë

Segundo o blog da Editora Record, “Emily Brontë publicou poucos poemas em seus 30 anos de vida. Sua obra poética completa veio a público somente em 1941, com a colaboração da irmã, Charlotte, e de dois pesquisadores, que tiveram acesso aos cadernos da inglesa“.

Entre os livros de Emily Brontë, o mais conhecido – e incrível! – é O Morro dos Ventos Uivantes. Se você não leu, pode começar agora mesmo!

Resenha: O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë

FOTO: Isabela Zamboni | Resenhas à la Carte

 

E você, gosta da autora? Conta pra gente nos comentários!

 

*Conteúdo atualizado em fevereiro/21

LEIA TAMBÉM

Ajude o resenhas a crescer

Anterior
Próximo
Compartilhe
Comente Aqui
0 Comentários “Os últimos versos escritos por Emily Brontë”
[fbcomments]