*Atualizado em 8 de março de 2024
Recentemente, recebi do Sebo Clepsidra o livro Manfredo, de Lord Byron. Me lembro dos poemas de Byron da época do colegial, mas nunca havia lido nada do autor. Confesso que a leitura não foi das mais fáceis, mas também nada que se compare a uma obra de Shakespeare, por exemplo.
Manfredo é um poema dramático a respeito de um homem mortal que beira o desespero. O texto já foi publicado como poema, peça de teatro e até mesmo prosa. Esta edição conta com uma tradução do século XIX, de Antônio Franco da Costa Meirelles, e apresenta ilustrações incríveis.
Vamos à sinopse:
Publicado em 1817, este poema dramático de Lord Byron repercute tanto o contato que o poeta travou com o “Fausto” de Goethe quanto a conturbada série de escândalos nos quais ele havia se envolvido. Autoexilado na Suíça, cuja beleza alpina serviu-lhe de inspiração, Byron descrevia “Manfredo” como uma obra metafísica que deveria ser encenada apenas no teatro mental do leitor, e tinha esperanças de que jamais tentassem adaptá-la aos palcos. Seu protagonista é um conde com conhecimentos arcanos que evoca entidades como espíritos, fadas e demônios em busca de uma solução definitiva para seu remorso por crimes passados. Nesta tradução em prosa do final do século XIX, podemos desfrutar de uma das mais sublimes criações deste titã do Romantismo mundial, que nos legou nestas páginas um dos mais prototípicos e altivos anti-heróis byronianos.
Esta é a 3ª edição limitada em 200 cópias. Tradução em prosa de Antônio Franco da Costa Meirelles. Ilustrado. Poema dramático de Lord Byron publicado originalmente em 1817, sobre um nobre evocador de espíritos em busca de uma solução para sua culpa e seu remorso por crimes passados. Uma das mais célebres obras deste gigante do Romantismo mundial, com um dos mais prototípicos anti-heróis byronianos.
Manfredo é uma obra de sensações. Um homem atormentado com o remorso, a culpa e a dor de ter feito mal à única pessoa que já amou. Alguns dizem que o poema é baseado na vida do próprio Byron, que teria tido um romance incestuoso com a meia-irmã e, por conta disso, exilou-se na Suíça.
A paisagem dos Alpes, inclusive, é o palco dos acontecimentos. O ambiente bucólico, gelado e com belas paisagens aumenta a dramaticidade dos monólogos de Manfredo. Ao evocar fadas, espíritos, demônios e outras forças ocultas, acompanhamos a viagem do protagonista pelo desespero e pela esperança de que somente a morte aliviaria suas dores mentais.
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É possível perceber também que em alguns trechos Byron faz críticas à Igreja, deixando o tom do poema ainda mais polêmico do que sua própria vida. George Gordon Byron foi um dos principais poetas britânicos do romantismo. Manfredo, inclusive, foi chamado de “demoníaco”, tamanha comoção causada pelas palavras perfurantes do poema.
“Não sei o que é ter medo, e sinto a maldição de não ter temor algum natural, de não sentir bater-me no coração esperanças ou desejos ou secreto amor por coisa alguma na terra…” (p.16)
Esse é aquele tipo de livro que traz um forte sentimento de melancolia. Manfredo é uma pessoa solitária, que não encontrou seu lugar no mundo, amou somente uma pessoa e agora luta contra seus demônios interiores. Um homem que perdeu a fé e o consolo, mas aguarda silenciosamente a vinda da morte para aliviar as dores insuportáveis da existência.
É clássico da literatura gótica do século XIX: bastante drama e elementos ocultistas. Para quem gosta do estilo, é um prato cheio!
“Somos o ludibrio do tempo e do terror: despercebidos passam os dias e nós passamos com eles; entretanto, vivemos aborrecendo sempre a vida e sempre temendo a morte.” (p.50)
Eu gostei do livro, mas preciso dar um tempo para conseguir ler outra obra de Byron. E você, já leu algum poema do autor? Conta pra gente! 🙂
NOTA:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos