*Atualizado em 7 de março de 2024
Quando descobri que Guillermo del Toro e Cornelia Funke trabalhariam juntos na adaptação literária (sim, isso mesmo que você leu) de O Labirinto do Fauno, praticamente só falei disso durante uma semana ou mais, haha.
Quem me conhece sabe o quanto sou fã de Cornelia, desde que li Coração de Tinta, e de sua imensa capacidade de traduzir sentimentos em palavras, e da forma mais linda possível (sério, ela é uma das minhas autoras preferidas e vocês PRECISAM ler Coração de Tinta). Mas enfim, vamos ao livro…
Acho que O Labirinto do Fauno foi um dos únicos livros que li que vieram depois do filme. Ou seja: foi inspirado na história criada por Guillermo del Toro em 2006. Porém, como Cornélia afirmou, a ideia não era apenas transcrever cena a cena do longa-metragem, mas trazer novos detalhes e nuances à história já conhecida.
Por isso, Cornelia resolveu acrescentar à narrativa contos que a complementam e exploram ainda mais a história por traz de O Labirinto do Fauno.
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O livro conta a história de Ofélia: uma garota órfão de pai que, em plena Guerra Civil Espanhola, se muda com a mãe grávida para um moinho onde seu padrasto – general do exército de Franco – as espera para uma nova vida. Confira um fragmento da sinopse oficial, retirada do site da Editora Intrínseca:
No ano de 1944, Ofélia e a mãe cruzam uma estrada de terra que corta uma floresta longínqua ao norte da Espanha, um lugar que guarda histórias já esquecidas pelos homens. O novo lar é um moinho de vento tomado pela escuridão e pela crueldade do capitão Vidal e seus soldados, dispostos a tudo para exterminar os rebeldes que se escondem na mata.
Mas o que eles não sabem é que a floresta que tanto odeiam também abriga criaturas mágicas e poderosas, habitantes de um reino subterrâneo repleto de encantos e horrores, súditos em busca de sua princesa há muito perdida. Uma princesa que, segundo os sussurros das árvores, finalmente retornou ao lar.
Nas primeiras 100 páginas o livro foca em construir uma atmosfera fantástica, enquanto na segunda metade, brigas, guerras, mortes e intrigas acabam minando essa aura, transformado-a em algo cru, sombrio e triste.
Assim como o significado de seu nome, Ofélia representa um socorro, um sopro de esperança em um mundo onde homens como Vidal – seu padastro e figura antagônica da história – governam através do medo. Ao mesmo tempo em que O Labirinto do Fauno é uma bela fábula, cheia de magia e seres encantados, expõe de forma realista os problemas da Espanha nos anos 40 sob o regime totalitário de Francisco Franco.
Ao final, o leitor fica com a sensação de que, de fato, a literatura é uma das maiores fontes de fé, esperança e magia que existem e que, em tempos sombrios, pode ser responsável por respiros de liberdade e força.
Além disso, o livro é uma bela aquisição para se ter na estante! Ele conta com capa dura, ilustração na guarda, fitilho, pintura trilateral, projeto gráfico lindo e ilustrações incríveis feitas por Allen Williams. Dá uma olhada:
Não quero dar muitos spoilers – principalmente para quem não conhece o filme – mas vale frisar que se trata de um livro de fantasia único: é emocionante, sombrio, tocante e muito sensível. O Labirinto do Fauno nos remete às histórias clássicas, ao mesmo tempo em que traz um cerne totalmente novo ao retratar a crueldade presente no mundo. Indico de olhos fechados.
NOTA:
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Frases de O Labirinto do Fauno:
“A mãe de Ofélia ainda não sabia, mas ela também acreditava em contos de fadas. Carmen Cardoso acreditava no conto de fadas mais perigoso de todos: o do príncipe que a salvaria.”(p. 18)
“Em nossas escolhas encontra-se o nosso destino.” (p. 22)
“Só os livros abordavam todas as coisas sobre as quais os adultos não queriam conversar: Vida. Morte. O Bem e o Mal. E tudo mais que tinha alguma importância na vida.” (p. 55-56)
“A menina era inocente demais para aquele lugar, e a mãe não tinha forças para protegê-la. Era uma daquelas mulheres que buscavam a força nos homens, em vez de reconhecê-la no próprio coração.” (p. 65)
“Todos nós inventamos nossos contos de fadas.” (p. 71)
“É verdade: são poucos e raros os que sabem para onde olhar e o que escutar. Mas, assim como nas melhores histórias, são esses que fazem a diferença.” (p. 310)
Veja o trailer do filme:
Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.