Resenhas  |  25.05.2016

Resenha: Esperando Godot – Samuel Beckett

Quando comprei Esperando Godot na loja virtual da antiga Cosac Naify, tudo o que eu sabia era que essa obra de Beckett é conhecida mundialmente, tornou-se um marco para o teatro e havia quebrado várias regras.

Confesso que no começo fiquei com aquele medo de achar a leitura muito difícil (como ler o Macbeth, do Shakespeare, que foi bem complicado) mas quando comecei, foi num embalo só.

Resenha: Esperando Godot - Samuel Beckett
Foto: Isabela Zamboni/Resenhas à La Carte

A peça foi escrita originalmente em francês e estreou em 1953. A importância de Esperando Godot é tão grande que se tornou um divisor de águas no teatro do século XX. E a história é bem simples: dois “vagabundos” aguardam infinitamente, num descampado, a vinda do senhor Godot, que nunca aparece. É basicamente isso.

Mas, então, o que tem de tão genial e arrasador na peça? Em 1953 – uma época em que o teatro oferecia sequências lógicas, com começo-meio-e-fim, técnicas de atuação e composição específicas – Beckett chegou para distorcer e renovar a forma de fazer teatro. Esperando Godot tenta ridicularizar nossa vida cotidiana para mostrar o absurdo de nossa existência em um mundo completamente caótico.

Para comprar Esperando Godot, é só clicar no link abaixo:

Resenha: Esperando Godot - Samuel Beckett

Durante toda a peça, os personagens principais aguardam “Godot”, que nunca aparece. O tema principal da peça é a espera, aquilo que nunca chega, o tempo paralisado.

Os personagens principais tentam de várias formas fazer com que o tempo passe, seja com conversas fiadas, palhaçadas e “tiques” bizarros, como brincar o tempo todo com seus chapéus. Ler a peça é uma experiência, mas acredito que assistir é outra bem diferente. Atuação, cenário, luz e os outros elementos que compõem uma peça de teatro transformam qualquer texto escrito.

Nesta edição da antiga Cosac Naify, ao final, há uma compilação de resenhas e explicações de críticos e estudiosos da literatura e do teatro. Cada texto aponta uma perspectiva da peça, que, para cada pessoa, representa algo novo.

Ao romper as barreiras da linearidade e da lógica, Beckett ironiza a vida do “homem comum” e ao mesmo tempo oferece uma grande sutileza nos diálogos. Não é uma peça difícil de ler em questões de vocabulário – como Shakespeare – mas oferece múltiplas interpretações. Dificilmente alguém consegue definir essa obra tão complexa e, ao mesmo tempo, simples.

Como definir Esperando Godot? Menos é mais. Leia, releia, reflita, analise. Não se atente às regras, apenas coloque-se no lugar dos personagens, pense no seu cotidiano e nas pessoas ao redor. Acredito que essa é a forma mais “fácil” de definir essa obra tão original.

NotaEstrelaEstrelaEstrelaEstrelaestrela vazia

banner classicos

*Última atualização em 18 de março de 2024

Anterior
Próximo
Compartilhe
Comente Aqui
4 Comentários “Resenha: Esperando Godot – Samuel Beckett”
[fbcomments]
  1. Pedro Rodrigues      19 nov 2019 // 02H37

    Olá, Boa Noite! Li a matéria sobre Godot e coloquei o link em uma atualização minha;
    Espero que gostem; Abç
    https://www.facebook.com/propspublicidadeeservicos/posts/1648008725236544?notif_id=1528685310494061&notif_t=feedback_reaction_generic
    Pedro Alves

    • Isabela Zamboni      19 nov 2019 // 04H48

      Obrigada por divulgar Pedro! Um abraço!

  2. Pedro Rodrigues      11 jun 2018 // 12H11

    Olá, Boa Noite! Li a matéria sobre Godot e coloquei o link em uma atualização minha;
    Espero que gostem; Abç
    https://www.facebook.com/propspublicidadeeservicos/posts/1648008725236544?notif_id=1528685310494061&notif_t=feedback_reaction_generic
    Pedro Alves

    • Isabela Zamboni      11 jun 2018 // 12H22

      Obrigada por divulgar Pedro! Um abraço!