*Atualizado em 8 de março de 2024
Confesso que comecei a ler A Menina Que Roubava Livros mais pelo hype do que pela história em si. Sabia que ia ser um grande drama – não sou muito fã – mas ao mesmo tempo fiquei bem curiosa para saber o porquê de tantas pessoas falarem a respeito.
No fim das contas, a leitura foi prazerosa, não abandonei (como vi muita gente comentando que largou na metade) e achei bem interessante. Não entra no top livros da vida, mas é uma grande lição, principalmente para esclarecer sobre os horrores da Segunda Guerra.
Vamos à sinopse da obra:
Ao perceber que a pequena Liesel Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. A mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade. A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História.
Gostei bastante de a narradora da história ser a Morte – parece mórbido, mas ela é bem simpática. Ao conhecer um pouco da história de Liesel, cada vez mais nos apegamos mais à garota e aos personagens ao redor.
Como amante de livros, impossível não se apaixonar e se identificar com o entusiasmo da garota em aprender a ler e a devorar livros de uma só vez (especialmente se esses livros estiverem em uma imensa biblioteca como a do prefeito da cidade).
Um dos pontos principais é que a importância dos livros e das palavras foi inserida de maneira incrível na história. Desde cedo, e até antes mesmo de aprender a ler e a escrever, Liesel flerta com a literatura. E com o decorrer das páginas, fica claro ao leitor que esta paixão da menina funciona como uma válvula de escape da monotonia, da tristeza e até como algo maior – que é melhor não contar, para não dar spoiler.
As ações de Liesel no contexto da Segunda Guerra mostram sua ingenuidade em relação ao que acontece ao seu redor. Afinal, ela é apenas uma garotinha tentando se refugiar do horror e dos males de uma Alemanha nazista, que queima livros em praça pública, persegue judeus, negros e outras minorias, e ainda deixa um enorme rastro de destruição.
Um dos meus personagens favoritos é Max Vandenburg, filho de um amigo de Hans, que vive clandestinamente durante algum tempo na casa dos Hubermann e se torna um grande amigo de Liesel. Max leva Liesel a se encantar ainda mais com o mundo das palavras.
A Menina Que Roubava Livros, com suas 480 páginas, mostra que em meio ao pesadelo, ainda pode existir luz. Dei uma choradinha em algumas partes e li super rápido, não demorei nem três dias para finalizar a leitura. A narrativa é envolvente e Zusak sabe como prender a atenção facilmente.
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Se você gosta de livros com altas emoções – e que demonstram o amor pela literatura – A Menina Que Roubava Livros é a leitura ideal para você. Mas prepare os lencinhos, porque o drama é forte!
NOTA:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos