*Atualizado em 5 de abril de 2024
O livro A Arte de Escrever Bem, de Dad Squarisi e Arlete Salvador, é um excelente guia para quem está começando a faculdade de jornalismo. Se eu tivesse lido esse livro lá em 2009, quando comecei o curso, com certeza teria me ajudado bastante.
Se você busca um livro para escrever melhor em qualquer situação, ou procura dicas gramaticais para melhorar sua escrita, A Arte de Escrever Bem pode te ajudar em partes. A obra traz informações sobre construção de frases, ensina como deixar um texto bem escrito, além de dicas imprescindíveis para montar um trabalho de qualidade, mas sempre com foco no texto jornalístico. Então, se você não quer trabalhar na área ou busca outro tipo de conhecimento gramatical e/ou linguístico, o livro pode não suprir suas expectativas.
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Mesmo trabalhando na área há alguns anos, algumas dicas do livro iluminaram meu ponto de vista em relação a como melhorar os textos. Jornalistas, na maioria das vezes, acabam aprendendo a escrever bem com a prática e o treino, mas na correria do dia a dia esquecem de enriquecer a linguagem e buscar a melhor forma de transmitir a informação ao leitor.
Dad Squarisi é professora de português e ensina de um jeito bem divertido algumas regrinhas para escrevermos com mais atenção. Por exemplo:
- Seja natural: imagine que o leitor esteja à sua frente ou ao telefone conversando com você;
- Seduza: vá direto ao assunto e comece pelo mais importante;
- Prefira frases curtas e opte por palavras curtas e simples;
- Restrinja a entrada de adjetivos;
- Seja conciso;
- Procure escrever frases harmoniosas;
- Busque a clareza e teste a legibilidade do texto.
Em cada um desses tópicos, a autora complementa com exemplos claros e fáceis de entender. Vale muito a pena!
Além das dicas para escrever bem, a autora e jornalista Arlete Salvador complementa o livro com explicações sobre os gêneros jornalísticos. Apresentando muitos exemplos de diferentes jornais brasileiros, ela aponta o que é reportagem factual, grande reportagem, como é trabalhar nas grandes redações, fala sobre diagramação, a temida “faca dos editores”, os “jargões” jornalísticos, como traçar perfil do entrevistado e muito mais. Para quem está no começo da profissão ou ainda é estudante, é uma ótima forma de começar a compreender o universo do jornalismo e como ele funciona (ou costumava funcionar) nos grandes veículos de comunicação.
A única coisa que me deixou um pouco incomodada foi que a obra é datada. Apesar da grande experiência da jornalista Arlete Salvador (já trabalhou no Estadão, Veja, Correio Braziliense) e dos inúmeros exemplos de reportagens apresentadas, o livro é de 2004 e alguns exemplos datam de 1987!
O jornalismo digital praticamente nem aparece aqui e a forma de trabalhar mudou completamente nos últimos anos (quem trabalha na área deve saber!). Com o grande boom das redes sociais e do compartilhamento de conteúdo online, muito do que foi ensinado no livro já não existe mais ou se transformou. O livro fala muito sobre jornal impresso e revistas, mas pouco explica sobre televisão, rádio, internet e outras mídias.
A velocidade das informações e o comportamento do leitor mudou de forma significativa nos últimos anos, principalmente com o uso de smartphones e tablets. Sendo assim, fica complicado levar como “verdade” alguns exemplos oferecidos no livro.
Concluindo: esse livro curtinho é bem prático e uma ótima opção para estudantes e jornalistas recém-formados, mas precisava de uma pequena reestruturação e mais informações sobre as novas formas de produzir conteúdo, principalmente fora dos grandes veículos.
* Esse produto foi um brinde, porém, as informações contidas nesse post expressam as ideias da autora.
Nota:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos