Resenhas  |  04.03.2016

Resenha: Nunca Te Vi… Sempre Te Amei (84, Charing Cross Road) – Helene Hanff

*Atualizado em 13 de março de 2024

Em primeiro lugar, antes de começar esta resenha, queria deixar bem claro como fiquei indignada com a tradução do título 84, Charing Cross Road para Nunca Te Vi… Sempre Te Amei.

Além de não fazer o menor sentido, o livro NÃO é sobre uma história de amor! É tudo tão errado nesse título, que já queria esclarecer logo de início: não espere aqui uma melação ou nada parecido – 84, Charing Cross Road é um livro sensacional, cativante, empolgante e que já entrou pra minha lista dos favoritos.

Resenha: Nunca Te Vi... Sempre Te Amei (84, Charing Cross Road) - Helene Hanff
Reprodução/The Paper Trail Diary

Ele é bem curtinho, pouco mais de 100 páginas, mas traz uma sensação tão deliciosa! O livro é composto apenas por cartas: tudo começa quando a nova-iorquina Helene Hanff escreve uma carta para a livraria “Marks & Co.” localizada em 84, Charing Cross Road, Londres.

Na primeira correspondência, ela pede o exemplar de um livro que ela gostaria de ter, já que é fanática pela literatura inglesa e não está interessada nas “edições horríveis” norte-americanas.

Quem responde suas cartas é Frank Doel, um dos funcionários da loja de livros usados. Aos poucos, satisfeita com o atendimento, os pedidos de Helene por livros raros aumentam, assim como a quantidade de cartas trocadas com os funcionários da Marks & Co. Dessa forma, a cada carta, vemos as formalidades sumindo e laços de amizade se formando.

Para comprar a versão em inglês de Nunca Te Vi, Sempre te Amei, confira abaixo:

Resenha: Nunca Te Vi... Sempre Te Amei (84, Charing Cross Road) - Helene Hanff

Nunca foi tão divertido ler as correspondências de outra pessoa. Parece muito invasivo, mas é interessante como Helene consegue transformar um romance epistolar em algo tão singelo e de bom humor.

Fanáticos por livros vão se identificar com as cartas de Helene, que sente uma necessidade absurda de edições raras, charmosas e com textos originais. Frank Doel é um homem educadíssimo, atencioso e polido, enquanto Helene não tem medo de dizer o que pensa e adora um sarcasmo.

No livro, a troca de correspondências de Helene não é somente com Frank, mas com sua esposa, outros funcionários da Marks & Co. e até mesmo de outros amigos que estavam de passagem por Londres. Ela, como roteirista e escritora de livros infantis, não conseguia juntar dinheiro o suficiente para conhecer seus amigos londrinos. Então, por 10 anos lemos as cartas trocadas por essas pessoas, quase como se fôssemos amigos íntimos de todos. E, claro, dá muita vontade de comprar uma ediçãozinha na livraria de 84, Charing Cross Road.

Resenha: Nunca Te Vi... Sempre Te Amei (84, Charing Cross Road) - Helene Hanff
Reprodução/National Library of Australia, Alec Bolton

Descobri ao final do livro que essas cartas foram verdadeiras e essa livraria realmente existiu, assim como Frank Doel, sua esposa e outras pessoas que escrevem cartas para Helene, essa bibliófila que vive como escritora freelancer e junta cada moedinha para poder pagar o aluguel. E até mesmo, quem sabe, visitar Londres algum dia no futuro.

Existe um filme de 1987 muito famoso baseado nesse livro, com Anthony Hopkins e Anne Bancroft nos papéis principais. Veja o trailer:

Uma coisa que me entristeceu foi que Nunca Te Vi, Sempre te Amei é uma raridade em sebos e quase não existem edições para comprar. Ele não foi reeditado por aqui e só é possível encontrar o livro em inglês por um preço salgado. Eu consegui ler porque achei em PDF, mas queria MUITO a versão física. Editoras, por favor, relancem esse livro!

Nota: EstrelaEstrelaEstrelaEstrelaEstrela

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7 Comentários “Resenha: Nunca Te Vi… Sempre Te Amei (84, Charing Cross Road) – Helene Hanff”
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  1. Carlos Augusto Vasques      23 out 2023 // 11H27

    Olá, Isabela. Meu nome é Carlos. Deparei-me com sua postagem por acaso. Assisti recentemente ao filme baseado no livro, com Anne Bancroft e Anthony Hopkins, e fiquei tão fascinado que fui procurar mais informações sobre a obra. Foi quando me deparei com sua resenha.

    Adquiri em um sebo da Estante Virtual uma edição de segunda mão do livro em português (bem cara por sinal, conforme você disse na resenha) e aguardo ansiosamente a chegada.

    Assim, percorri caminho inverso ao seu, primeiro assistindo ao filme. Espero que já tenha conseguido assistí-lo também, achei ótimo, os gigantes Bancroft e Hopkins dão um show.

    E olhe que interessante: ao clicar no seu nome na página da resenha, uma outra mais recente apareceu, sobre o livro “Os vestígios do dia”. Por coincidência, estou terminando (e adorando) a leitura desse livro. E que adquiri novamente por ter assistido primeiramente ao filme, e que foi novamente estrelado por Anthony Hopkins.

    Um abraço e tudo de bom.

    Carlos Augusto Vasques

    • Isabela Zamboni      06 nov 2023 // 04H41

      Que legal, Carlos! Eu assisti o filme também, achei excelente. Mas o livro ele dá uma empolgação maior, confesso.

      Vestígios do Dia é ótimo também, espero que tenha gostado 🙂

  2. Arnald      12 out 2021 // 09H23

    Excelente resenha sobre o livro. Breve e contundente, parabéns.

  3. Rose amado      19 nov 2019 // 02H37

    Gostaria d saber o link para baixar o livro Nunca te vi sempre te amei . Por favor se puder me ajudar agradeço

    • Isabela Zamboni      19 nov 2019 // 02H37

      Oi Rose! Infelizmente não lembro o site onde baixei, mas procurei “84 charing cross road pdf” no Google e encontrei!

  4. Rose amado      30 jun 2016 // 06H04

    Gostaria d saber o link para baixar o livro Nunca te vi sempre te amei . Por favor se puder me ajudar agradeço

    • Isabela Zamboni      05 jul 2016 // 12H34

      Oi Rose! Infelizmente não lembro o site onde baixei, mas procurei “84 charing cross road pdf” no Google e encontrei!