*Atualizado em 14 de março de 2024
Gostaria de começar essa resenha dizendo que… EU ADOREI ESSE LIVRO! Sério. No começo não estava esperando muito. Mas conforme fui lendo e me aprofundando na história, acabei sendo fisgada! O livro Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares (que irei abreviar como O Orfanato) conta a história do jovem Jacob.
Ele vive uma vida superchata, monótona, enquanto trabalha em uma rede gigantesca de farmácias herdadas pela família, e conclui o ensino médio sem grandes dificuldades ou feitos. Ele é bem “na média”, normalzão, sabe? Tem apenas um amigo e não aguenta mais essa vida paradona.
“Tentei me convencer da sorte que tinha pela vida segura e nem um pouco extraordinária que eu nada fizera para merecer”.
Por outro lado, atualmente, apenas uma coisa consegue movimentar a vida do rapaz: a saúde do avô, senhor Portman, que vai de mal a pior. Os dois têm uma ligação íntima muito forte. Inclusive, Jacob afirma, diversas vezes, que o avô é a pessoa mais importante do mundo para ele.
Quando Jacob era pequeno, Portman gostava de lhe contar histórias sobre um lugar mágico e incrível…
“Era um lugar encantado, contava ele, projetado para manter as crianças protegidas dos monstros, em uma ilha onde o sol brilhava todos os dias e ninguém jamais adoecia ou morria. Todos viviam juntos em uma casa grande protegida por uma ave velha e sábia, pelo menos era isso que dizia a história. […] Havia uma garota que podia voar, um menino que tinha abelhas vivendo dentro dele, um irmão e uma irmã que podiam erguer facilmente pedras enormes”.
Portman, inclusive, chegou a mostrar diversas fotos desse lugar e dessas pessoas para Jacob. Porém, com tempo e maturidade, o jovem passou a desacreditar nas histórias oníricas do avô.
Já dá para imaginar o que acontece quando essa figura paterna morre – de um forma supertrágica, inclusive – né? A vida de Jacob muda COMPLETAMENTE e ele parte em busca de respostas.
PAUSA IMPORTANTE: achei INCRÍVEL o autor abordar aqui a temática da depressão de uma forma tão aberta. Fiquei imaginando se, em algum ponto da vida, o próprio Ransom Riggs não teria sofrido com a doença. Ele descreve sentimentos, solidão, medo, vazio, tratamentos… Tudo de uma forma bastante realista. Ponto a favor! Temos que falar sobre depressão!
Enfim, é com todo esse luto que Jacob parte para descobrir a verdade sobre o avô, o orfanato que ele tanto falava, sobre “monstros”, e claro: sobre si mesmo!
“E foi assim que alguém extremamento suscetível a pesadelos, terrores noturnos, arrepios, ataques de pânico e a ver coisas que na verdade não estão ali se convenceu a fazer uma última excursão à casa […].
É nesse momento que Jacob tem seu primeiro contato com as crianças peculiares e a Srta. Peregrine. Não vou detalhar a história de Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares, mas é importante dizer que ele fica “indo e vindo” entre sua vida fadada à mesmice e o mundo mágico do orfanato.
A partir de então, o garoto deve juntar forças com os peculiares para defender o local das ameaças de etéreos (“sombras malignas” que um dia já foram peculiares.
Atualmente se alimentam de outros peculiares, humanos, animais… Enfim, qualquer ser vivo.) e acólitos (Ex-etéreos que se tornam uma espécie de servo. Podem assumir qualquer tipo de forma humana. Geralmente são eles quem conseguem os “banquetes” para os etéreos, já que costumam enganar os humanos com facilidade).
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Até a 100ª página, O Orfanato tratou muito sobre a vida de Portman e de seu relacionamento com o neto. A partir da metade do livro, o foco foi bem mais a vida no orfanato com a Srta. Peregrine.
Na terceira parte, tudo passa a ficar mais sombrio: segredos são revelados, acontecem alguns plots e perseguições que – assumo – ao imaginar, me deixaram sem ar!
“Tudo começava a fazer sentido, apesar de só um pouco”.
O livro termina de forma rápida e já indicando uma continuação (lançada pela Editora Intrínseca: Cidade dos Etéreos). E me deixou querendo acompanhar o restante da aventura!
“A porta de nossas gaiolas havia explodido.
Agora estávamos juntos naquele abismo”.
A 2ª Guerra Mundial é pano de fundo do livro e, de certa forma, foi muito bem aproveitada sem cair no clichê ou no piegas. As fotografias – todas originais, vindas de colecionadores de fotos antigas – dão um ar macabro ao livro. Realmente, um trabalho digno de Tim Burton! Uma jornada do herói muito bem contada.
E você, já leu O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares?
Nota:
Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.