*Atualizado em 18 de março de 2024
Confesso que nunca tinha ouvido falar de Joshua Ferris. Quando recebi esse livro, tinha gostado bastante da sinopse e estava com vontade de iniciar uma leitura mais contemporânea (sou dessas que só lê coisas velhas). Na capa, a frase de Stephen King já diz que é “instigante, comovente e engraçado”. E uma coisa é fato: o livro Acordar Outra Vez é realmente engraçado.
A história gira em torno do dentista Paul O’Rourke, profissional renomado e viciado no time de beisebol Red Sox. Apesar de ter o próprio consultório, ganhar um bom salário e ter uma vida desejável, Paul é infeliz, amargo, não está em nenhum relacionamento e o tempo todo reafirma que é ateu.
Até que um dia alguém cria um site do seu consultório e começa a se passar por Paul em várias redes sociais: Twitter, fóruns, blogs, e-mail, entre outros. Paul começa a entrar em desespero e conversar com esse “inimigo” que finge ser ele.
O fingimento é tão bom que todos ao redor do dentista começam a acreditar que é realmente ele quem escreve todas essas coisas. Porém, o que mais incomoda Paul é que esse farsante começa a espalhar frases e pensamentos religiosos por toda parte, deixando o dentista ainda mais possesso com a situação.
O livro tem aquele intuito de nos fazer repensar nas prioridades e desejos da vida pós-moderna. Será que você realmente precisa de tanta coisa, tantos bens materiais? Paul tem tudo o que poderia almejar, mas é infeliz. Não consegue se manter em um relacionamento amoroso, não sai de casa, não tem amigos, e sua única felicidade é assistir aos jogos do Red Sox.
No entanto, ele pega em um ponto bem delicado: a religião. Paul começa a repensar seu ateísmo e conhecer um novo tipo de religião, intrigado pelos e-mails e tuítes que recebe desse seu impostor.
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Intercalando flashbacks com momentos atuais, conhecemos um pouco da história de Paul e de seus relacionamentos anteriores. As personagens secundárias – sua ex namorada Connie e sua colega de trabalho Betsie – creem em Deus e Paul não cansa de questioná-las sobre o judaísmo, catolicismo e outras crenças.
A todo momento, o personagem principal se questiona e tem dúvidas sobre a fé das pessoas, tentando entender melhor a carga moral envolvida nos diferentes tipos de religião.
É um livro recheado de sarcasmo, tiradas irônicas e piadinhas. Eu dei bastante risada, confesso, mas também posso afirmar que o livro peca pelo exagero. São muitas páginas que poderiam ser cortadas e o ritmo desacelera bastante depois da metade. É aquele livro empolgante no começo, mas que desaba com o tempo. Conforme fui lendo as páginas, tive pouco ânimo em continuar.
Outra coisa que me incomodou (mas aí é gosto pessoal), foi que é um livro americano demais. Claro que foi escrito para um nicho e eu tenho consciência disso, mas são tantas passagens sobre beisebol e esportes que me deixou bem cansada. Mas isso, claro, sou eu. Você pode se deliciar com a escrita de Ferris, que por sinal, é bem caprichada.
Nota:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos
Parabéns pelo Blog.
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