*Atualizado em 13 de março de 2024
Eis a resenha do primeiro livro finalizado em 2016: Drácula, de Bram Stoker.
O livro é composto por cartas, diários, notícias de jornais e correspondências de diversos tipos. Durante as mais de 600 páginas, acompanhamos a história de Lucy, Mina, Jonathan, Van Helsing, Arthur, Quincey e Dr. Seward, além, é claro, Conde Drácula.
Muitos pontos de vista diferentes relatam a trajetória desse grupo tentando acabar com o vampiro, que durante à noite invade o quarto das mocinhas para sugar seu sangue.
O começo do livro é bem interessante: acompanhamos Jonathan a caminho do castelo do Drácula, na Transilvânia. Toda a trajetória é obscura, misteriosa e, junto com o personagem, não fazemos ideia do que está prestes a acontecer.
Chegando a seu destino, Jonathan aos poucos percebe que tornou-se um prisioneiro e que o respeitável Conde Drácula não é o que parece ser. Muitos momentos de tensão deixam o livro divertido e instigante, o que fez eu me apaixonar pela leitura e devorar as primeiras 200 páginas da obra de Stoker.
As descrições são tão realistas que ao buscar no Google os locais descritos pelo autor, eram exatamente como eu havia imaginado. O clima sombrio, a paisagem obscura e repleta de neblina, névoas e tempestades, transformam o livro em um verdadeiro terror.
Aos poucos, vamos desvendando o mistério do vampiro e conhecendo suas principais características, tão comuns hoje no imaginário popular. Estaca de madeira no peito, alho, hóstia sagrada, cruz, luz do sol… Inúmeras formas de acabar com o monstro que todos já conhecem.
A obra de Bram Stoker contém muitos “recados” nas entrelinhas, mostrando sutilmente o teor erótico dos monstros que sugam sangue de suas vítimas. Em uma época permeada pelos “bons costumes cristãos”, a população emanava o medo de sucumbir aos seus desejos mais íntimos.
Diversos trechos do livro apontam para certos preconceitos de Stoker (como quando descreve o povo eslovaco, os ciganos e até norte-americanos) e a amabilidade exagerada das mulheres: Mina e Lucy são endeusadas a um ponto que chega a irritar.
Em certo momento do livro, fica complicado de continuar a leitura com a mesma empolgação do início. Há muita prolixidade na escrita de Stoker e a leitura não flui. Sofri muito para conseguir terminar, porque o livro se delonga em alguns trechos que não acrescentam nada à história. Por se tratar de um livro do romantismo, da época vitoriana, a linguagem utilizada pelo autor é rebuscada e cansativa. É preciso ter paciência e compreender o contexto histórico da época para absorver o livro e não ter vontade de pular algumas páginas.
A edição da Penguin que eu li é bem completinha. Contém um número considerável de notas de rodapé e uma introdução excelente, com uma pequena biografia do autor e alguns ensaios sobre a era vitoriana, o contexto histórico e os motivos que levaram Stoker a escrever Drácula.
Para comprar o livro, é só clicar no link abaixo:
Engraçado que Frankenstein, um livro da mesma época, me cativou bem mais do que Drácula – considero que Mary Shelley fez um trabalho mais competente com sua narrativa de terror. Mas nada disso tira o mérito de um clássico como Drácula, que deve ser lido por todos os fãs da literatura universal.
Nota:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos
É meio desanimador mergulhar em um livro tão longo e com um autor tão prolixo! Acaba não cativando o leitor. Mesmo sendo um clássico.
É meio desanimador, né? Até pensei em largar em alguns momentos.. Mas algumas partes compensam esse fato! Hehe 🙂
Livro espetacular e resenha muito boa, parabéns!
É meio desanimador mergulhar em um livro tão longo e com um autor tão prolixo! Acaba não cativando o leitor. Mesmo sendo um clássico.
É meio desanimador, né? Até pensei em largar em alguns momentos.. Mas algumas partes compensam esse fato! Hehe 🙂
Livro espetacular e resenha muito boa, parabéns!
Obrigada Paulo!