Resenhas  |  06.11.2019

Resenha: O Fantasma de Canterville – Oscar Wilde

*Atualizado em 8 de março de 2024

Estava pesquisando algum conto ou novela para ler no Kindle Unlimited, até que encontrei O Fantasma de Canterville, do Oscar Wilde. Como só havia lido O Retrato de Dorian Gray do autor, resolvi embarcar em mais uma história deste, mas sem ter a menor ideia do que esperar. E o melhor de tudo: fui surpreendida!

Resenha: O Fantasma de Canterville - Oscar Wilde
Foto: Isabela Zamboni/Resenhas à la Carte

Quando pensei que tratava-se de uma história de fantasma, pensei que fosse relacionada ao medo, suspense, horror, sobrenatural…tudo, menos comédia! E isso é justamente o mais interessante nessa história curtinha de 200 páginas. Peguei a edição da Editora Landmark, disponível em inglês e português, e foi uma ótima surpresa.

Leia a sinopse:

Quando o milionário norte-americano Hiram B. Otis comprou a histórica mansão Canterville Chase, não fazia ideia que estava também adquirindo um inquilino para lá de excêntrico, Sir Simon Canterville, um fantasma que há mais de trezentos anos assombra o local e que está disposto a assustá-los de tal maneira que os leve a vender de novo a casa e irem embora. Mas Hiram pensa que o problema deve ser resolvido de forma científica, enquanto a esposa Lucrécia descobre que um fantasma à solta até dá certa originalidade aos jantares que organiza. Apenas sua filha adolescente, Virginia, compreende a tragédia que amaldiçoa Sir Simon e vendo-o sentado sozinho e deprimido, a filha se compadece e oferece sua ajuda na tentativa de libertá-lo do assombro.

O mais engraçado é que o fantasma tenta de várias formas assombrar essa família norte-americana, mas falha em todas as tentativas. Wilde ressalta os estereótipos durante a narrativa, comparando, principalmente, os costumes dos ingleses com os norte-americanos.

“De fato, em muitos aspectos, ela era perfeitamente inglesa, e um excelente exemplo de que nós britânicos tempos realmente tudo em comum com a América hoje em dia, menos o idioma, naturalmente.”

O Fantasma fica fora de si, tenta o possível para deixar a família assustada e vive relembrando todos os sustos e maldades que já fez no passado. Porém, morre de medo dos gêmeos, os filhos pequenos dos Otis que passam o dia pregando peças no velho Canterville. O Fantasma entra, então, em um estado depressivo, até que pede ajuda da jovem Virginia, a única que a realmente o ajuda a se redimir e a encontrar a paz.

Achei bem engraçado o fato de que essa família resolve todos os problemas com produtos “milagrosos”. Os americanos possuem produtos da mais alta qualidade para qualquer situação e pouco se importam com tradições ou costumes europeus. É a família próspera que veio do “Novo Mundo” e não se apega a convenções, mas carrega consigo a ‘sociedade de consumo’ da época. Todos esses detalhes narrativos são tratados com muito bom humor no estilo irônico de Oscar Wilde.

“‘É o sangue de Lady Eleonore de Canterville, assassinada nesse exato lugar pelo próprio marido, Sir Simon de Canterville, em 1575. Sir Simon ainda viveu por mais nove anos, desaparecendo subitamente em circunstâncias misteriosas. O corpo nunca foi encontrado, mas o espírito culpado ainda assombra esta casa. A mancha de sangue é muito admirada por turistas e outras pessoas, e não pode ser removida’. ‘Isso é bobagem’, bradou Washington Otis; ‘O Removedor de Manchas Campeão Pinkerton e o Detergente Modelo limparão isso num instante'”.

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Ou seja: nada assustador, nada tenebroso. Pelo contrário: o fantasma é tão menosprezado que acabamos sentindo um certo tipo de pena, mesmo tratando-se de um assassino. Para deixar todos em paz – e ter paz consigo mesmo – é necessário libertá-lo, deixá-lo partir.

O Fantasma de Canterville é uma fábula divertida, voltada especialmente ao público infantil. Foi a primeira das histórias de Wilde a ser publicada, aparecendo em duas partes na The Court and Society Review, nos dias 23 de fevereiro e 2 de março de 1887. Mesmo hoje, anos depois, ainda vale a pena ser lida e contemplada!

NOTA:

E você, conhece a história? Já leu? Deixe sua opinião nos comentários!

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