*Atualizado em 27 de outubro de 2020
“Descobri” quem era Bel Pesce em uma aula na pós-graduação. O professor enaltecia a garota que, através de um financiamento via crowdfunding, conseguiu cerca de R$ 800.000 para começar um projeto empreendedor. Por esse motivo, Bel é um dos maiores cases de crowdfunding do Brasil. Incrível, né? Fiquei empolgada com a história de sucesso de alguém tão jovem – na época, ela tinha apenas 19 anos – e fui procurar o livro para aprender algo com a ‘menina do vale’.
Com o dinheiro arrecadado por meio do financiamento coletivo, Bel pôde empreender no Vale do Silício, um dos “redutos tecnológicos” mais famosos do mundo. Lá, a garota criou empresas e fez parte do quadro de colaboradores de outras, como o Google.
Cheio de ensinamentos fracos e superficiais, o livro é uma autoajuda disfarçada de dicas para novos empreendedores. As ideias de Bel são boas, mas a forma rasa – rasa, não objetiva – como ela passa não faz a menor diferença.
“Acredite nos seus sonhos e trabalhe por eles”, “Se você colocar o sua mente e seu coração, dará certo” = MIMIMI. Quero dados, quero estatísticas, quero “quebrei a cara fazendo TAL coisa, o resultado foi ESSE e resolvi DESSA forma”. Gostaria de saber mais sobre os problemas e as dificuldades que ela passou empreendendo no famoso Silicon Valley. Mas, é claro, ninguém “entrega o ouro” assim, né?
Basicamente, o livro resume-se aos seguintes ensinamentos:
- Não se preocupe com a sua idade;
- Descubra quem te inspira e por quê;
- Compartilhe as suas dificuldades;
- Seja sempre humilde;
- Equipe, Equipe, Equipe;
- O verdadeiro valor de um plano de negócios;
- Seja acelerado, mas tenha paciência;
- Acostume-se a aprender com seus erros;
- Encontre as suas paixões;
- Impressione o mundo com a sua iniciativa.
Faltou profundidade, questionamento… Tirar o leitor do lugar-comum, mexer com a cabeça dele, sabe? Parece que tudo é fácil e lindo. Basta um café, um networking com a pessoa certa e voilà: você está empreendendo (e ganhando muita grana)! Acabei ficando com a impressão de que ela simplesmente não tem nada para passar. Seria melhor não ter perdido tempo escrevendo.
Eu entendo as dificuldades de empreender e sei que, no Brasil, o buraco é ainda mais embaixo. Mas essa autoajuda água-com-açúcar escrita pela Bel não colou comigo. Não indico.
Alguém já leu A Menina do Vale? Discordam? Deixem suas opiniões nos comentários!
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Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.
José!
Agradeço o elogio.
Seu comentário é muito importante para darmos continuidade ao diálogo pós-leitura.
Obrigada por contribuir! 🙂
Espero vê-lo mais vezes por aqui.
Abraços,
Olá meninas,
Assisti uma entrevista com a autora do livro A menina do Vale e por curiosidade, comecei a fuçar por aqui para saber do que se tratava e se havia alguém com uma opinião abalizada para ler e depois adquiri-lo. Agora após ler as considerações de vocês, como não sou nada favorável a auto-ajuda, vou declinar de meu desejo e gostei de vocês porque eu também gosto muito de livros, só não os compro mais porque sou professora e minha grana é pouca. Mas um bom livro é um presente para nossa mente e para nosso coração. Não sei se é o estilo de vocês, amo “Zorba, o grego, de Nikos Kazantzakis. Acho belíssimo esse é minha dica.
Oi, Fátima! Realmente, o livro tem pouco a acrescentar. Porém, você pode baixar gratuitamente no site oficial, caso tenha interesse: http://www.ameninadovale.com/ 🙂
Adorei sua indicação e já anotei, viu?
Obrigada pela visita! Abraços!
A sua resenha foi a melhor que eu encontrei ate agora, sintetizou exatamente o que eu pensei ao ler o livro. Parabéns!
Oi, Gabriele! Agradeço sua visita e seu comentário! Infelizmente, o livro não correspondeu mesmo 🙁
Melissa, meus parabéns pela crítica sincera.
Estou cansado de ver tanta gente babando pela Bel. Uma coisa é se inspirar em alguém que venceu, outra é virar um papagaio e repetir um monte de coisas bacanas achando que isso vai te fazer vencer também. Hoje a moda é ser “coacher”, gente que nunca empreendeu na vida dando lição de moral baseado em informações que tiram de livros como esse.
Oras, nada disso é novidade. Qualquer professor de administração debate sobre os assuntos, uns são mais “caretas”, outros mais “fora da caixa”. E embora aqueles pareçam estar errados frente a esses, muitas vezes o tipo de negócio faz com que os primeiros sejam os corretos.
No mais, vejo a Bel como vi o Steve Jobs (sou da área criativa, ele é “nossa” Bel): dois “gênios” que em vez de inspirar, distorcem conceitos na cabeça de pessoas despreparadas.
José!
Agradeço o elogio.
Seu comentário é muito importante para darmos continuidade ao diálogo pós-leitura.
Obrigada por contribuir! 🙂
Espero vê-lo mais vezes por aqui.
Abraços,
Realmente, já me cansei destas auto-ajudas transmutadas nesse eufemismo que me arrepia: empreendedorismo.
Estou em minha segunda faculdade, uma das melhores do país de administraçao e nao aguento mais estes livros agua com açucar que nada tem a agregar na minha vida profissional. Parece que todos estao à espera de um milagre, e pior ainda, embasados por professores que parecem ter ligado o foda-se para conhecimentos quantitativos e cientificos. O empirismo vem tomando a rédea dos cursos de graduaçao, e um ótimo exemplo disso é esse livro da Bel Pesce, que, nao há duvidas, deve ser uma puta de uma profissional, mas decidiu passar para a frente somente o seu “querido diário” ao invés do que realmente à alavancou para onde está hoje. Tenho que escrever uma resenha sobre essa porcaria ainda, só com muita paciencia mesmo.
Me desculpe pelo desabafo, mas como me solidarizei com sua opniao, decidi extravasar por aqui mesmo! hahaha
Abraços. Luriê
Verdade, Luriê.
Cada dia mais difícil achar livros sobre “empreendedorismo” de verdade. Infelizmente.
Hahaha, boa sorte com a resenha! Obrigada por contribuir com o debate.
Espero vê-la novamente por aqui!
Abraços,
Realmente, já me cansei destas auto-ajudas transmutadas nesse eufemismo que me arrepia: empreendedorismo.
Estou em minha segunda faculdade, uma das melhores do país de administraçao e nao aguento mais estes livros agua com açucar que nada tem a agregar na minha vida profissional. Parece que todos estao à espera de um milagre, e pior ainda, embasados por professores que parecem ter ligado o foda-se para conhecimentos quantitativos e cientificos. O empirismo vem tomando a rédea dos cursos de graduaçao, e um ótimo exemplo disso é esse livro da Bel Pesce, que, nao há duvidas, deve ser uma puta de uma profissional, mas decidiu passar para a frente somente o seu “querido diário” ao invés do que realmente à alavancou para onde está hoje. Tenho que escrever uma resenha sobre essa porcaria ainda, só com muita paciencia mesmo.
Me desculpe pelo desabafo, mas como me solidarizei com sua opniao, decidi extravasar por aqui mesmo! hahaha
Abraços. Luriê
A sua resenha foi a melhor que eu encontrei ate agora, sintetizou exatamente o que eu pensei ao ler o livro. Parabéns!
Oi, Gabriele! Agradeço sua visita e seu comentário! Infelizmente, o livro não correspondeu mesmo 🙁
Olá meninas,
Assisti uma entrevista com a autora do livro A menina do Vale e por curiosidade, comecei a fuçar por aqui para saber do que se tratava e se havia alguém com uma opinião abalizada para ler e depois adquiri-lo. Agora após ler as considerações de vocês, como não sou nada favorável a auto-ajuda, vou declinar de meu desejo e gostei de vocês porque eu também gosto muito de livros, só não os compro mais porque sou professora e minha grana é pouca. Mas um bom livro é um presente para nossa mente e para nosso coração. Não sei se é o estilo de vocês, amo “Zorba, o grego, de Nikos Kazantzakis. Acho belíssimo esse é minha dica.
Oi, Fátima! Realmente, o livro tem pouco a acrescentar. Porém, você pode baixar gratuitamente no site oficial, caso tenha interesse: http://www.ameninadovale.com/ 🙂
Adorei sua indicação e já anotei, viu?
Obrigada pela visita! Abraços!