*Atualizado em 7 de março de 2024
A Mulher na Janela é um suspense que virou best-seller do New York Times. Eu adoro esses thrillers empolgantes com toques de Hitchcock (alô, Janela Indiscreta!), e situações estranhas que acontecem o tempo todo, mas ninguém acredita na personagem principal.
Esse é o caso deste livro, que empolga desde o início e imediatamente já cria uma certa empatia por Anna Fox, a mulher que sofre de Agorafobia — o medo de lugares e situações que possam causar pânico, impotência ou constrangimento.
Temos a fórmula do livro: Anna vive sozinha, com medo, de janelas fechadas, sem sair de casa. Ela vê o mundo pela janela e adora espionar os vizinhos. O problema é que toda essa espionagem a torna testemunha de uma situação horrível na casa dos Russells, que acabaram de chegar à vizinhança.
E pior ainda: ninguém acredita em Anna. Será que ela realmente viu aquilo ou estava alucinando? Juntamos o mistério da situação inexplicável, com o transtorno de ansiedade de Anna e muitas, mas muitas doses de álcool, remédios e traumas passados.
Eis a sinopse do livro:
Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e… espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. “A mulher na janela” é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.
Anna é psiquiatra, portanto conhece todos os remédios que precisa tomar, bem como seus efeitos colaterais. Sofrendo sozinha em casa, longe do marido e da filha, ela se afunda cada vez mais em vinhos Merlot e filmes antigos. Dificilmente ela tira os pijamas e o roupão, adora se aventurar em partidas de xadrez online e ajuda alguns pacientes com o mesmo transtorno em um fórum na internet.
No entanto, ela ainda tem contato com o mundo exterior: recebe seu psiquiatra em casa para sessões semanais; uma amiga fisioterapeuta, que a ajuda a se recuperar das lesões do acidente que teve no passado; e também aluga seu porão para o inquilino David, um homem bonito e misterioso. Pelo telefone, conversa com o marido Ed e a filha Olivia diariamente.
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Um certo dia, chegam vizinhos novos ao bairro: os Russells. A princípio, o filho adolescente do casal vai à casa de Anna para entregar um presente de boas-vindas. Alguns dias depois, Jane Russell, a mãe, salva Anna de um incidente e elas começam uma amizade. No entanto, o pai da família, Alistair, é um homem recluso e controlador. Mãe e filho contam para Fox o quanto têm medo do homem e, a partir de então, a desconfiança só aumenta.
Enquanto acompanhamos o dia a dia de uma mulher lutando contra seus medos e fobias, também adentramos no universo dos filmes antigos.
A personagem principal é viciada em cinema, e o livro traz muitas e muitas citações de longas clássicos. Eu gostei muito desse detalhe e, inclusive, já assisti a uma das indicações de A Mulher na Janela: Gaslight, de 1944, com Ingrid Bergman.
O clima de suspense vai aumentando gradativamente. Demora um certo tempo até os eventos estranhos começarem a acontecer. De repente, todos os personagens parecem estar armando um complô — tentando fazer com que Anna pareça louca, alcoólatra e paranoica. E é aí que começa a ficar interessante.
Não posso dar spoilers sobre o acontecimento marcante do livro, senão perde a graça — demoram muitas páginas para acontecer —, mas posso afirmar que a leitura é eletrizante. Adoro suspenses e thrillers, mas esse tem algo de diferente dos demais. A.J. Finn consegue trazer todos os elementos de mistério numa narrativa simples, porém bem encaixada.
Em minha opinião, A Mulher na Janela é um livro superior à Garota no Trem, por exemplo. Tanto pelo clima de tensão, quanto pelo fator “resolução do mistério”. Quando cheguei na metade da leitura, ainda tinha dúvidas sobre os acontecimentos. O autor não escancara o óbvio.
Posso dizer que, antes de chegar ao final, eu tinha adivinhado mais ou menos. São duas grandes reviravoltas e eu tinha adivinhado, digamos, 75%? Hahaha!
Me surpreendi um pouco com a trama, mas nada de TOTALMENTE INESPERADO. A Mulher na Janela é uma mistura de Um Corpo Que Cai com a Garota no Trem e outros tantos suspenses conhecidos. Mas a leitura valeu muito a pena! 🙂
O filme foi adaptado para o cinema e conta com Amy Adams, Julianne Moore, Gary Oldman, entre outros no elenco. Veja o trailer:
NOTA:
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Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos