*Atualizado em 7 de março de 2024
A Paixão de Mademoiselle S. traz, através de cartas, o relato verídico de um amor entre uma mulher (Simone) e seu amante (Charles), mais novo e já comprometido.
As cartas foram achadas pelo organizador, Jean-Yves Berthault, durante uma arrumação no sótão do apartamento de uma amiga que estava de mudança.
Confira a sinopse, disponível no site da editora:
“Parece mentira, mas não é: enquanto ajudava uma amiga a esvaziar o sótão de uma casa, o diplomata francês Jean-Yves Berthault descobriu por acaso uma antiga sacola de couro com iniciais gravadas em prateado. Dentro dela, cartas de amor, escritas pela mesma pessoa, “numa linguagem mais que ousada, inacreditável em matéria de audácia erótica”.
Datada dos anos 1920, essa correspondência, assinada por uma misteriosa Simone, está dirigida a seu amante Charles, um homem mais jovem e casado. Nela, a autora, uma parisiense de classe alta, expressa seus desejos e fantasias enquanto adentra um universo de prazer físico que, conforme rompe tabus, toma rumos inesperados.
Escrito em uma linguagem tão elegante quanto explícita, este tesouro epistolar é uma jornada de despertar sexual e exploração psicológica no qual uma mulher corajosa desafia as fronteiras que a sociedade impunha a seu sexo e classe para encontrar a liberdade e, em última instância, a si própria.”
Para entender a importância deste livro, primeiro precisamos falar do contexto de nossa “protagonista”: de acordo com alguns trechos do livro e do próprio organizador da obra, Mademoiselle Simone provavelmente fazia parte da alta sociedade parisiense dos anos 20.
Isso porque em alguns momentos ela chega a comentar que trabalha em um escritório, pede para que seu amante faça uma ligação telefônica para ela, além da própria linguagem empregada nas primeiras cartas, mais fina e educada, entre outras “dicas” deixadas, que indicam que Simone era de família abastada.
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Além disso, falando um pouco do momento histórico que Paris vivia no final dos anos 20, tratava-se de uma época de profusão cultural, descobertas, efervescência social e maior liberdade sexual. Chanel despontava com seus looks andróginos, mulheres iam às praias com roupas de banho mais ousadas e o movimento sufragista começava a despontar em diversos países do mundo.
Tudo isso, sem dúvidas, intensificava os anseios de liberdade – em inúmeros âmbitos – das jovens e mulheres da época.
Além dos detalhes dados por Simone em suas cartas, pouco sabemos sobre seu amante Charles. Os dois se conhecem em um trem e, apesar da distância inicial que a mulher procura manter, ambos acabam sucumbindo ao desejo e criam um relacionamento (bem) íntimo.
“Amado querido, entende a que ponto sua carne me perturba? Entende em que grau te pertenço?” (p. 21)
Porém, por serem cartas de apenas uma pessoa e endereçadas a apenas outra pessoa, logo depois das 100 páginas a leitura se tornou repetitiva. Talvez as cartas deveriam ter sido “filtradas” pelo conteúdo? O que fosse muito parecido poderia ficar de fora? Enfim, talvez.
Fato é que o livro não é uma leitura muito dinâmica, apesar de gostar bastante de memórias, cartas, biografias, entre outros gêneros como esses. Infelizmente A Paixão de Mademoiselle S. não me cativou tanto. Porém, sem dúvidas, como a própria sinopse do livro afirma, trata-se de um “tesouro epistolar” que vale a pena ser lido!
A paixão devota de Simone por Charles, o crescimento dos dois como casal, a passagem de tempo – cerca de dois anos de relacionamento – são, sem dúvidas, pontos que merecem destaque.
E você? Já leu ou gostaria de ler A Paixão de Mademoiselle S? Me conta nos comentários!
NOTA:
Clique aqui para ler um trecho de A Paixão de Mademoiselle S.
Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.