*Atualizado em 4 de março de 2024
A Última Livraria de Londres, de Madeline Martin, é um livro sobre amor aos livros e traz uma grande mensagem de otimismo e esperança em meio ao caos da 2ª Guerra Mundial. É uma daquelas histórias com personagens generosos, cheios de compaixão e se esforçando ao máximo para manter a sanidade em meio aos bombardeios e destruição.
Veja a sinopse:
Em agosto de 1939, a jovem Grace Bennett abandona sua vida no interior da Inglaterra e chega a Londres com o sonho de esquecer seu passado conturbado e ter um novo começo.
Só que o clima sombrio que encontra não tem nada do charme cosmopolita que tanto havia idealizado. Nos meses que se seguem, as forças de Hitler começam a varrer a Europa e o ataque alemão à cidade se torna cada vez mais iminente.
Nesse cenário, a população londrina fica assolada pelo medo. As crianças são evacuadas e tem início o racionamento de comida. O único emprego que Grace consegue é na Primrose Hill, uma livraria excêntrica situada no coração da cidade.
A princípio, sobrecarregada com a organização da loja, ela não tem tempo para ler os livros que vende. Afinal, nunca foi uma grande leitora. Mas quando ganha um exemplar de presente de uma pessoa especial, o que começa como uma obrigação se torna uma paixão que a atrai para o incrível mundo da literatura.
Em meio aos blecautes e bombardeios da Blitz, Grace continua administrando a loja, e vê que o poder das palavras e de contar histórias une sua comunidade de maneiras que ela nunca imaginou – uma força que triunfa até mesmo nas noites mais tenebrosas da guerra.
Eu gostei do livro porque é um bom passatempo: leve, com citações interessantes de grandes obras da literatura (como Jane Eyre e O Conde de Monte Cristo), tem personagens carismáticos e passa uma mensagem de amor e esperança.
Li consideravelmente rápido as 269 páginas. A leitura flui bem, dá vontade de continuar, o ritmo é interessante e, por vezes, até emociona. Afinal, estamos falando dos horrores da 2ª Guerra, então já era esperado sentir uma comoção em algumas partes do livro.
Porém, embora tenha sido uma leitura agradável, A Última Livraria de Londres é aquele tipo de livro água com açúcar, sem nada muito aprofundado, com algumas passagens clichês e personagens praticamente sem defeitos. Algumas partes são exageradas, exaltando os britânicos com frases como “nós somos fortes, somos londrinos, aguentamos tudo” e, em alguns momentos, há trechos que beiram a cafonice.
A protagonista Grace é uma jovem com muita vontade de trabalhar e recomeçar sua vida em Londres, já que tinha uma vida deprimente no interior depois que sua mãe faleceu. Porém, não entendia nada sobre livros, até começar a trabalhar na livraria Primrose Hill.
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Aos poucos, ela se afeiçoa ao proprietário da livraria, o Sr. Evans, um senhor rabugento que a princípio a tratava com rispidez, mas que depois acaba retribuindo essa afeição, considerando-a praticamente uma filha.
A paixão de Grace por livros começa depois que George, um soldado que frequentava a livraria, lhe indica O Conde de Monte Cristo. Ela então começa a ler e entender a fascinação que as pessoas têm pela literatura, e começa a se dedicar cada vez mais ao sucesso da livraria, colocando todos os seus esforços para manter o estabelecimento funcionando em meio aos bombardeios que aconteciam em Londres.
Eu consigo entender o lado de Grace porque também fiquei fissurada quando li O Conde de Monte Cristo. Conforme ela foi gostando de certos livros, passou a ler outros clássicos, como Jane Eyre de Charlote Brontë, Emma, de Jane Austen e assim por diante. Parece, inclusive, que a autora Madeline Martin colocou sua própria experiência como leitora na personagem, querendo mostrar todo o seu carinho pela literatura.
E como é de se esperar, A Última Livraria de Londres tem momentos de romance, dramas familiares, conflitos pessoais da protagonista e situações da Guerra que provavelmente você já viu ou leu em outros lugares. Espere também algumas mortes e passagens tristes para fazer chorar, afinal, estamos falando de um período de horror absoluto na Europa dos anos 40.
Na verdade, o que mais me incomodou no livro foi a própria Grace. Ela é uma heroína extremamente generosa, bondosa, dedicada, educada, altruísta, entre muitos outros adjetivos. Grace é praticamente perfeita, sem defeitos. Além disso, acontecimentos que deveriam ganhar mais destaque, ou um pouco mais de atenção, são jogados de lado e narrados de forma corrida, especialmente ao final do livro.
Mas, de maneira geral, A Última Livraria de Londres é uma leitura válida. Fácil e leve, emociona e reconforta com seu otimismo e perspectiva de esperança em momentos sombrios.
NOTA:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos