*Atualizado em 13 de março de 2024
Precisamos quebrar a primeira regra e falar sobre o Clube da Luta!
A publicação de Clube da Luta no Brasil é razoavelmente nova: o primeiro exemplar chegou às livrarias em 2012, pela LeYa, apesar de o livro ter mais de 20 anos. Portanto, muitos acabaram conhecendo a história por meio da adaptação cinematográfica feita por David Fincher.
A história é conhecida por ter um dos melhores pontos de virada da literatura moderna. O grande paradigma do livro é que, apesar de se tratar de uma obra que exalta a contracultura, Clube da Luta ficou superpopular e ganhou status de mainstream.
A obra é cheia de questionamentos sobre cultura do consumo, meios de produção, existencialismo, entre outros temas delicados e importantes.
O narrador e personagem principal se envolve com Tyler Durden – um sujeito antagônico, mal-caráter e extremamente desprendido – em um momento conturbado de sua vida: ele está sofrendo de insônia e ansiedade. Em Tyler, ele acaba encontrando uma figura que, de certa forma, o completa e o preenche.
Os dois resolvem fundar um Clube da Luta onde – apenas homens – podem participar: a ideia é, basicamente, brigar sem nenhum motivo. Apenas pela diversão. As oito regras do grupo são extremamente simples:
1) Você não fala sobre o Clube da Luta;
2) Você não fala sobre o Clube da Luta;
3) Somente duas pessoas por luta;
4) Uma luta de cada vez;
5) Sem camisa, sem sapatos;
6) As lutas duram o tempo que for necessário;
7) Quando alguém gritar “pára!”, sinalizar ou desmaiar, a luta acaba;
8) Se for a sua primeira noite no Clube da Luta, você tem que lutar.
Outra personagem de destaque na narrativa é Marla Singer. Apática, viciada, depressiva, e sem amor-próprio. Afinal: quem se envolveria em um relacionamento como o dela e Tyler? A garota é um retrato caricato de diversos relacionamentos malfadados que, muitas vezes, as pessoas continuam persistindo.
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A selvageria e a violência em estado puro dos Clubes que se espalham pelos EUA são a válvula de escape perfeita para os problemas e a rotinas dos homens que aceitam participar deles. Porém, as coisas começam a sair do controle quando Tyler passa a arquitetar um plano de dominação através do caos nas cidades.
Enfim, não é uma leitura fácil, não pela linguagem que o autor emprega, mas pelas temáticas abordadas. Clube da Luta não tem uma fagulha de esperança, e faz questão de te mostrar isso a cada página.
Você não é um floco de neve, bonito e único. É a matéria orgânica em decomposição como todo mundo e todos fazemos parte da mesma composteira.
A escrita de Chuck Palahniuk é rápida, e perfeita para dar o tom ansioso e atropelado do protagonista. Uma das melhores que já li na vida, exatamente por ser uma voz tão única. Como nunca li outro livro do autor, não sei se é apenas em Clube da Luta que ele emprega isso, mas o livro é sensacional e extremamente forte.
Indico demais, principalmente essa edição de colecionador. Além de muito bem editada, ela vem com bons extras: o roteiro completo do filme, uma carta do autor e uma entrevista com ele durante a San Diego Comic-Con de 2014.
Nota:
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Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.
Excelente resenha. Este livro é fantástico e eu o considero dentre os meus 5 favoritos já lidos até o presente momento.
Agradeço o carinho, Mayckel! 🙂
Clube da Luta é inesquecível e um dos meus favoritos também!