Resenhas  |  17.03.2020

Resenha: Noite na Taverna – Álvares de Azevedo

Durante a época do colégio, me lembro de ter passado por alguns textos de Álvares de Azevedo durante as aulas de Literatura. Mas, na época, não havia me interessado.

Há algum tempo fiquei com vontade de ler algo da geração do Ultrarromantismo no Brasil, logo, me indicaram Noite na Taverna (entre outros livros e autores bem interessantes!).

Resenha: Noite na Taverna - Álvares de Azevedo

Relembrando: O Romantismo é um movimento cultural e artístico que revolucionou a Europa e as Américas no século XIX. Uma das tendências da literatura romântica é o Ultrarromantismo, marcado pelo exagero sentimental, o egocentrismo e, em muitos casos, o pessimismo diante da existência. Os principais autores dessa vertente são Goethe, Novalis, Lord Byron, Mary Shelley, Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu. No Brasil, outros nomes do Ultrarromantismo são “segunda geração romântica” ou “geração Byroniana”. Fonte: Brasil Escola.

Comecei a leitura e não sabia muito bem o que esperar. Muitos comparam Álvares de Azevedo com a estética byroniana, principalmente por sua melancolia. Tédio, pessimismo e hedonismo são temas frequentes. Além disso, o autor é famoso pela dicotomia que suas obras apresentam: o amor em sua forma mais pura e a volúpia. A fé e o ceticismo, a vida e a morte…

A linguagem é um pouco mais rebuscada do que eu estou acostumada – afinal, o livro é de meados de 1800 – porém, não tive grandes dificuldades para entender o texto (apenas tive que buscar o significado de uma palavra ou outra no dicionário, haha).

Noite na Taverna é um livro um livro bem curtinho, e que pode ser lido de duas maneiras: como contos separados (já que cada capítulo tem início, meio e fim), ou como um livro inteiro (que foi o meu caso).

Além do prólogo e do epílogo, o livro tem 5 capítulos que contam histórias (respectivamente) de Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann. Neles, os narradores encontram-se em uma taverna, já alterados pela quantidade de vinho que beberam, e resolvem compartilhar uns com os outros algumas histórias de suas vidas.

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A partir daí, adentramos no universo de Álvares de Azevedo. O livro torna-se mais obscuro, ao mesmo tempo que onírico. A cada capítulo, as confissões das personagens parecem mais absurdas e partes de um devaneio – e o leitor fica com a interrogação na cabeça: estariam falando a verdade, ou apenas inventando histórias enquanto estão sob o efeito do álcool?

Relembrando: Lord Byron (1788-1824) foi um importante poeta do século XIX, um dos principais representantes do romantismo inglês, criador de personagens sonhadores e aventureiros que desafiavam as convenções morais e religiosas da sociedade burguesa. George Gordon Noel Byron, conhecido como Lord Byron, nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 22 de janeiro de 1788. Em 1791 ficou órfão de pai. Com sete anos se apaixonou por sua prima Mary Duff. Vivia mergulhado em leituras. Em 1798, com dez anos de idade herdou o título nobiliárquico de um tio-avô que foi assassinado, tornando-se assim o sexto Barão dos Byron. Fonte: Ebiografia.

Canibalismo, estupro, mortes, tudo é narrado pelos amigos à mesa. As mulheres retratadas por cada um deles são endeusadas e, ao mesmo tempo, tratadas como objetos de prazer.

No final do livro, o leitor ainda encontra um guia de leitura e algumas questões de vestibulares como FUVEST, UEL, PUC, entre outros. A edição da Martin Claret é de bolso e conta, também, com o livro “Macário“, porém, vamos tratar de um livro por vez aqui! :)

Noite na Taverna é uma leitura rápida, que contextualiza muito bem a escola literária que representa. Indico!

NOTA:

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*Última atualização em 7 de março de 2024

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