*Atualizado em 13 de março de 2024
Confesso que comecei a leitura de O Homem de Giz, de C.J. Tudor, por pura curiosidade: por que esse livro não sai da lista dos mais vendidos?
Depois de ler a sinopse, ficou claro: é um suspense com muitas nuances de Stephen King, praticamente uma homenagem ao estilo do autor.
Sabe aquela famosa história de crianças andando de bicicleta nos anos 80 e passando por grandes aventuras, mas que envolvem elementos assustadores? Então, é a fórmula perfeita para prender a atenção de quem curte esse estilo. Eu adoro Stephen King e Stranger Things, então foi um prato cheio. Veja a sinopse:
Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.
Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.
Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.
O ritmo da leitura é entrecortado, bem rápido, sempre pelo ponto de vista do protagonista Eddie, que alterna sua história entre a infância e o presente, aos 40 e poucos anos, morando sozinho na cidade inglesa em que passou a vida toda.
Ao mesmo tempo em que precisamos entender o que é esse Homem de Giz, quando ele aparece, de que forma ele vai ser uma peça-chave, conferimos alguns acontecimentos que marcaram a vida das crianças, especialmente a do protagonista: um acidente tenebroso durante uma feira (me lembrou A Zona Morta); os bullyings praticados pelos mais velhos com Eddie (uma cena BEM pesada, por sinal); a relação entre as próprias crianças (Nicky, Mickey Metal, Gav Gordo e Hoppo); e o assassinato de uma garota, o prólogo do livro.
Algo que me incomodou foram as semelhanças de O Homem de Giz com IT – A Coisa, porque são MUITO parecidos. Inclusive o fato de a única garota do grupo ser ruiva, a narrativa ser alternada entre presente e passado – com os personagens adultos e crianças – entre outros tantos elementos presentes na história. Não é um plágio exatamente, mas ainda assim, a falta de originalidade deixa a desejar.
Para comprar o livro, é só clicar no link abaixo:
O ‘Homem de Giz’ é um apelido criado para o professor das crianças, o Sr. Halloran, que tem albinismo. É ele quem fala para Eddie que, na infância, se comunicava com os amigos por meio de desenhos feitos com giz, uma espécie de ‘código’ para eles se comunicarem. Eddie então sugere a mesma ideia para os colegas e ela se torna um padrão entre eles também.
Durante a idade adulta, o protagonista também narra a história de seu próprio pai, que sofre com Alzheimer. Essas lembranças também serão importantes para a construção do personagem, que precisará lidar com situações semelhantes para desvendar quem é o verdadeiro assassino da garota que foi encontrada esquartejada logo no início do livro.
Quando falei sobre o livro no Instagram, comentaram que o final não era dos melhores. E tenho que concordar. Apesar de fazer sentido, ainda assim é fraco demais. Tinha como deixar a história melhor? Provavelmente. Mas a autora optou pelo feijão com arroz, pelos clichês e um finalzinho bem dos forçados. No entanto, para um livro mediano, o final mediano combina perfeitamente.
O Homem de Giz é uma história sobre lembranças, enterrar o passado e enfrentar as dores e finitudes da vida. No entanto, a narrativa peca em criar empatia pelos personagens e em relação aos acontecimentos – desprovidos de emoção.
Nota:
Ajude o Resenhas! Clicando na imagem abaixo você contribui para o crescimento do blog! 🙂
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos
Adorei o blog, estava em busca de uma nova leitura e me animei para ler O Homem de Giz pela postagem.
Que bom que gostou, Hirvin! Volte sempre 🙂
O Homem de Giz não é nem de longe o que eu esperava que fosse.
Com uma das narrações mais inquietas e maquiavélicas que já ví a autora me prendeu por mais de 200 páginas cheias de mistérios, sarcamo, lições e muito Bourbon.
Eddie nem de longe é o mocinho. Nenhum deles é. Cada um com seus pecados e traumas internos. Embarquei de cabeça em uma verdadeira jornada pelos anos 80, a velhice e a jornada pessoal de cada um.
Ví muito pessoas falando da ausência de um plot, isso é um pouco frustante. Sempre vejo por aí a mesma fórmula, sempre tendo a necessidade de um plot que faça sua cabeça explodir e te faça sentir como um idiota por não ter notado nada antes.
Gosto como a autora conduz o leitor (pelo menos comigo) e em cada cena coloca uma pequena pista do que está acontecendo. Ela pega em sua mão e te conduz para dentro da trama, fazendo com que desvende os mistérios junto dos personagens.
As perguntas não são todas respondidas o que, ao mesmo tempo que é frustrante me faz tirar minhas próprias conclusões e construir o meu próprio final, como Eddie mesmo diz:
“[…] Acho que na vida real não há finais felizes, apenas finais confusos e complicados.”
Nada como a sentar para ler e apreciar a vida melancólica de Eddie, levar um tapa na cara com a realidade e notar que tudo isso não passa de uma pilha de merda fedorenta meu caro.
Oi Mel!
Que bom que você gostou, porque pra mim realmente não rolou…
Beijos!
Adorei o blog, estava em busca de uma nova leitura e me animei para ler O Homem de Giz pela postagem.
Que bom que gostou, Hirvin! Volte sempre 🙂
O Homem de Giz não é nem de longe o que eu esperava que fosse.
Com uma das narrações mais inquietas e maquiavélicas que já ví a autora me prendeu por mais de 200 páginas cheias de mistérios, sarcamo, lições e muito Bourbon.
Eddie nem de longe é o mocinho. Nenhum deles é. Cada um com seus pecados e traumas internos. Embarquei de cabeça em uma verdadeira jornada pelos anos 80, a velhice e a jornada pessoal de cada um.
Ví muito pessoas falando da ausência de um plot, isso é um pouco frustante. Sempre vejo por aí a mesma fórmula, sempre tendo a necessidade de um plot que faça sua cabeça explodir e te faça sentir como um idiota por não ter notado nada antes.
Gosto como a autora conduz o leitor (pelo menos comigo) e em cada cena coloca uma pequena pista do que está acontecendo. Ela pega em sua mão e te conduz para dentro da trama, fazendo com que desvende os mistérios junto dos personagens.
As perguntas não são todas respondidas o que, ao mesmo tempo que é frustrante me faz tirar minhas próprias conclusões e construir o meu próprio final, como Eddie mesmo diz:
“[…] Acho que na vida real não há finais felizes, apenas finais confusos e complicados.”
Nada como a sentar para ler e apreciar a vida melancólica de Eddie, levar um tapa na cara com a realidade e notar que tudo isso não passa de uma pilha de merda fedorenta meu caro.
Oi Mel!
Que bom que você gostou, porque pra mim realmente não rolou…
Beijos!