*Atualizado em 14 de março de 2024
Comecei E não sobrou nenhum por indicação de amigos e blogueiros literários. Todas as resenhas que li até hoje sobre a obra sempre foram otimistas e categóricas: trata-se do melhor romance policial da Rainha do Crime! Talvez tenha iniciado a leitura com a expectativa altíssima.
Não me desiludi, mas também não achei absolutamente genial – como achei Assassinato no Expresso do Oriente.
Vale lembrar que E não sobrou nenhum era, antigamente, conhecido como O caso dos dez negrinhos. Por questões óbvias para a atualidade, acharam melhor revisitar a obra.
No começo, somos apresentados a dez personagens principais, e acompanhamos sua viagem de trem a Ilha do Soldado, a convite de um anfitrião bastante peculiar. Literalmente entramos na cabeça dessas pessoas: ouvimos seus desejos e pensamentos mais íntimos e sombrios.
Ao chegarem, uma série de eventos estranhos começam a acontecer: o anfitrião não dá às caras – ninguém nunca o viu pessoalmente -, a Ilha fica extremamente isolada e, durante a primeira noite na casam em um jantar, todos os convidados ouvem, através de um sistema de som, inúmeras acusações seríssimas sobre assassinatos que cada um teria cometido.
A partir daí, o caos se instaura.
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A Ilha também é repleta de simbolismos: chama-se Ilha do Soldado, cada quarto conta com um poema infantil sobre soldadinhos e, na mesa de jantar, dez estátuas de soldados encaram os convidados. Para piorar o clima, acontece a primeira morte. Cada uma delas, coincidentemente, ocorre exatamente como descrito no poema “E não sobrou nenhum”, que está presente em cada um dos quartos dos hóspedes.
Poema ‘E Não Sobrou Nenhum’
Dez soldadinhos saem para jantar, a fome os move;
Um deles se engasgou, e então sobraram nove.
Nove soldadinhos acordados até tarde, mas nenhum está afoito;
Um deles dormiu demais, e então sobraram oito.
Oito soldadinhos vão passear e comprar chiclete;
Um não quis mais voltar, e então sobraram sete.
Sete soldadinhos vão rachar lenha, mas eis;
Que um deles cortou-se ao meio, e então sobraram seis.
Seis soldadinhos com a colmeia, brincando com afinco;
A abelha pica um, e então sobraram cinco.
Cinco soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato;
Um ficou em apuros, e então sobraram quatro.
Quatro soldadinhos vão ao mar; um não teve vez;
Foi engolido pelo arenque defumado, e então sobraram três.
Três soldadinhos passeando no zoo, vendo leões e bois;
O urso abraçou um, e então sobraram dois.
Dois soldadinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então sobrou só um.
Um soldadinho fica sozinho, só resta um;
Ele se enforcou,
E não sobrou nenhum.
Além disso, a cada morte, uma das estatuetas de soldado acaba sumindo. Quem estaria por trás disso tudo? Quem é o próximo a morrer? Eles conseguirão fugir da Ilha antes de todos serem mortos? E o mais importante: como todos os assassinatos foram planejados e executados?
Ao longo da história, é claro, você tenta responder essas e outras questões e, mais uma vez, acaba se surpreendendo com o fim da narrativa.
A BBC, inclusive, fez uma minissérie especial adaptando o livro para a tv. Confira um trecho de quando os convidados chegam na ilha:
Sensacional, né? Adorei e já quero assistir!
Nota:
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Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.
Bom dia! Apesar de seu post ser de Agosto, gostaria de comentá-lo mesmo assim.
Adorei a resenha e achei você bem imparcial, gosto disso. No entanto, acredito que a obra “E não sobrou nenhum” seja genial, não somente pela história, mas justamente por aquilo que você citou: entramos na cabeça das personagens.
~SPOILER~
No momento que sobra a última pessoa, sentimos seu desespero e agonia em estar sozinha. No “Assassinato no expresso Oriente”, não sentimos isso. A profundidade mental das personagens que Agatha dá no antigo “Conto dos dez negrinhos” é, no mínimo, perturbadora. Além disso, o final é tão bem elaborado que me tirou o ar. Eu joguei o livro do lado e fiquei “uau!”.
Diquinha: O escritor Raphael Montes escreveu “Suicidas”, que bebe da fonte Agatha Christiana de uma forma muito interessante. Acho que você iria gostar muito!
Obrigado pela atenção e feliz natal!
Oi, Pedro!
Como vai?
Primeiramente, obrigada! 🙂
Realmente, é um livro psicologicamente profundo, que beira o perturbador.
Dei uma pesquisada na sua dica e já fiquei intrigada! Assim que possível vou baixar no Kindle para ler.
Eu que agradeço sua participação por aqui! Boas festas e tudo de bom em 2017! Abraços!
Bom dia! Apesar de seu post ser de Agosto, gostaria de comentá-lo mesmo assim.
Adorei a resenha e achei você bem imparcial, gosto disso. No entanto, acredito que a obra “E não sobrou nenhum” seja genial, não somente pela história, mas justamente por aquilo que você citou: entramos na cabeça das personagens.
~SPOILER~
No momento que sobra a última pessoa, sentimos seu desespero e agonia em estar sozinha. No “Assassinato no expresso Oriente”, não sentimos isso. A profundidade mental das personagens que Agatha dá no antigo “Conto dos dez negrinhos” é, no mínimo, perturbadora. Além disso, o final é tão bem elaborado que me tirou o ar. Eu joguei o livro do lado e fiquei “uau!”.
Diquinha: O escritor Raphael Montes escreveu “Suicidas”, que bebe da fonte Agatha Christiana de uma forma muito interessante. Acho que você iria gostar muito!
Obrigado pela atenção e feliz natal!
Oi, Pedro!
Como vai?
Primeiramente, obrigada! 🙂
Realmente, é um livro psicologicamente profundo, que beira o perturbador.
Dei uma pesquisada na sua dica e já fiquei intrigada! Assim que possível vou baixar no Kindle para ler.
Eu que agradeço sua participação por aqui! Boas festas e tudo de bom em 2017! Abraços!