Resenha: A Garota do Lago – Charlie Donlea

Como já disse na resenha de A Paciente Silenciosa, que fiz recentemente aqui no blog, eu adoro ler esses thrillers que viram best-sellers. Por isso, eu peguei no sebo essa edição de A Garota do Lago, de Charlie Donlea, que fez bastante sucesso alguns anos atrás.

É uma leitura envolvente, confesso, mas extremamente clichê. É muito similar a livros de outros autores, como Harlan Coben e Paula Hawkins, me lembrando até um pouco de Objetos Cortantes, da Gillian Flynn.

A própria capa do livro é uma referência à Laura Palmer, de Twin Peaks, a série de TV que praticamente inventou esse gênero. Eu amo Twin Peaks e sou muito fã, então é difícil não reparar.

No livro, em uma pacata cidade nas montanhas da Carolina do Norte, em Summit Lake, o corpo de uma jovem mulher é encontrado às margens de um lago.

A vítima é Becca Eckersley, uma estudante de Direito promissora, filha de um influente advogado. O caso desperta comoção e logo atrai a atenção da jornalista Kelsey Castle, que, em busca de um novo começo após enfrentar um trauma pessoal, vê na investigação uma oportunidade de recomeçar, tanto profissional quanto emocionalmente.

Enquanto Kelsey se aprofunda na vida da vítima, ela descobre que Becca não era apenas uma jovem perfeita e exemplar como parecia. A cada página, segredos vêm à tona, revelando que a “garota do lago” guardava muito mais do que o olhar sereno da foto que estampa as manchetes dos jornais.

Resenha: A Garota do Lago - Charlie Donlea
Foto: Isabela Zamboni/Resenhas à la Carte

O autor Charlie Donlea constrói a narrativa alternando duas linhas temporais: o presente, com a investigação conduzida por Kelsey, e o passado, que mostra os últimos dias de Becca antes de sua morte.

Essa estrutura é interessante, porque nunca sabemos exatamente o que aconteceu. Vamos descobrindo aos poucos, junto com a jornalista investigando o crime.

O ritmo de A Garota do Lago é rápido, cheio de reviravoltas, e Donlea domina bem o formato dos thrillers modernos: capítulos curtos, finais de capítulo cheios de cliffhangers e pistas que parecem levar a um determinado caminho, mas que logo se mostram falsas. É o famoso “whodunnit“, ou “quem matou Odete Roitman Becca Eckersley?”

O mistério é conduzido de forma eficiente até chegar ao clímax, o que entrega uma revelação que não é das mais surpreendentes, sendo bem sincera. Não foi tão difícil descobrir quem matou. Foi mais difícil saber o “como” do que o “quem”. Se você tem costume de ler livros de mistério, provavelmente deve ter imaginado quem foi o autor do crime.

A jornalista Kelsey Castle é uma protagonista carismática, com uma força interior que cresce ao longo da trama. Ela é uma mulher tentando lidar com seus próprios medos, o que a torna mais humana e próxima de nós, leitores. Inclusive, esse livro tem alguns alertas de gatilho, especialmente com violência contra mulheres.

Becca Eckersley, por outro lado, é uma personagem misteriosa. A imagem da garota exemplar vai se desfazendo aos poucos, e é interessante acompanhar como Donlea explora o contraste entre o que as pessoas aparentam ser e o que realmente escondem.

Becca é a típica garota norte-americana rica com a vida perfeita, ou seja, é uma personagem cansativa. Tem momentos durante a narrativa em que ela diz que “sempre se sentiu melhor perto de homens e nunca teve muitas amigas mulheres”, o que já mostra como ela é uma chata (na minha opinião).

Inclusive, é importante ressaltar que os personagens secundários, os colegas de Becca da faculdade, os moradores da cidade e a família da vítima, também têm um papel importante, pois cada um traz uma peça para o quebra-cabeça da investigação.

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O livro tem o típico tom cinematográfico, parece que já foi criado para ser adaptação. O foco é no suspense psicológico e nos tão conhecidos segredos das pequenas cidadezinhas norte-americanas, com seus personagens dúbios e curiosos.

Mas, mesmo sem grandes reflexões ou profundidade, o autor consegue criar um suspense eficiente, daqueles que você lê em poucas sentadas.

Por fim, A Garota do Lago é um livro que cumpre bem o que promete: entretenimento e mistério na medida certa. Não é uma leitura que discute dilemas morais complexos, mas é bastante envolvente e satisfatória para quem busca um thriller policial com ritmo de série de TV.

NOTA: ⭐⭐⭐

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