*Atualizado em 6 de março de 2024
O livro A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón, conta a história de Daniel Sempere, que, na noite de seu aniversário de 11 anos, percebe que não se lembra mais do rosto da mãe, falecida há alguns anos.
Para tirá-lo da tristeza e do luto, o pai leva o garoto para conhecer um local incrível, uma espécie de biblioteca de livros abandonados, chamada Cemitério dos Livros Esquecidos. É ali que Daniel descobre o romance A Sombra do Vento, escrito pelo misterioso Julián Carax.
O que começa como apenas uma história, se torna a obsessão da vida de Daniel, e ele fará de tudo para entender o que aconteceu na vida de seu querido autor.
Esse livro sempre foi muito elogiado, mas eu não imaginava o quanto eu me apaixonaria pela leitura. A narrativa de Zafón prende do começo ao fim e nos leva para uma jornada incrível, que envolve magia, mistério, loucura e, não menos importante, a paixão pela literatura.
Nessa espécie de romance de formação, acompanhamos a vida de Daniel e de Julián, que estão sempre entrelaçadas, mesmo que distantes no tempo.
Veja a sinopse oficial:
Barcelona, 1945. Daniel Sempere acorda na noite de seu aniversário de onze anos e percebe que já não se lembra do rosto da falecida mãe. Para consolá-lo, o pai leva o menino pela primeira vez ao Cemitério dos Livros Esquecidos. É lá que Daniel descobre A sombra do vento, romance escrito por Julián Carax, que logo se torna seu autor favorito, sua obsessão. No entanto, quando começa a buscar outras obras do escritor, Daniel descobre que alguém anda destruindo sistematicamente todos os exemplares de todos os livros que Carax já publicou, e que o que tem nas mãos pode muito bem ser o último volume sobrevivente. Junto com seu amigo Fermín, Daniel percorre a cidade, adentrando as ruelas e os segredos mais obscuros de Barcelona. Anos se passam e sua investigação inocente se transforma em uma trama de mistério, magia, loucura e assassinato. E o destino de seu autor favorito de repente parece intimamente conectado ao dele.
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A princípio, o que começa como uma simples história de um garoto apaixonado por uma moça mais velha, torna-se uma jornada insistente e empolgante pela descoberta da vida do autor de A Sombra do Vento. Ao ser confrontado por um homem assustador em Barcelona, que revela estar à procura de todas as obras de Carax para queimá-las, Daniel busca entender o pano de fundo dessa história misteriosa que, por coincidência, vai de encontro à sua própria vida.
O protagonista não deseja ver a obra de seu autor favorito desaparecida e também não entende por que existe um homem, de aparência assustadora, chamado Laín Coubert, que faz ameaças a todos que entram em contato com a obra de Julián. Vale ressaltar que, no livro de Carax, Laín Coubert é o nome do Diabo.
Um dos elementos que mais gostei nesse livro foi a multiplicidade de vozes narrativas , o que me lembrou o recurso utilizado no Morro dos Ventos Uivantes. As histórias do passado de Carax são contadas cada vez por um personagem diferente. Há uma mescla de cartas, relatos e fragmentos, que, aos poucos, conseguimos conectar com o momento presente.
Quanto mais Daniel investigava a vida de Julián, mais era possível perceber a o paralelo entre a vida dos dois. E todas esses acontecimentos fazem parte de um grande e belo cenário: Barcelona.
Durante a leitura, vemos sob a perspectiva de diversos personagens as inúmeras ruas da cidade, os bondes, as praias, as casinhas, o comércio, entre tantos outros elementos. Barcelona é uma das personagens da trama, envolvendo os personagens com seus cheiros, sons e possibilidades.
Outro ponto forte do livro é a crítica à guerra, à ascensão do fascismo e ao pensamento retrógrado-conservador. Em um contexto que passa pela guerra civil espanhola, chegando à 2ª Guerra Mundial, Zafón apresenta os horrores de uma época de violência, medo, terror e insegurança. A guerra interfere especialmente na vida das pessoas que rodeiam Daniel, que trazem relatos e memórias de uma época pavorosa.
O momento mais emocionante da leitura foi o relato de Nuria Monfort, uma das personagens mais conectadas com a vida de Carax. A carta é bela, dolorosa, amarga e muito, mas muito sentimental. Conhecer a trajetória de Julián do começo ao final é incrível!
Chorei ao final do livro, tanto de alívio quanto de melancolia. Sim, é daqueles livros que fazem chorar! Porém, apesar de inúmeras tragédias durante a narrativa, ao final temos um bom desfecho.
Só tenho uma única ressalva: o mistério sobre quem era Laín Coubert, o assustador perseguidor de Daniel, é revelado bem ao final do livro, porém, adivinhei lá pela metade. Então a catarse não foi muito grande, é um pouco previsível. Entretanto, não interferiu na excelente história de Zafón.
A Sombra do Vento foi uma experiência incrível, deveria ter lido antes! Existem outros livros da série O Cemitério dos Livros Esquecidos, mas as histórias podem ser lidas de modo independente, sem sequência. Espero em breve conseguir ler as outras obras!
E você, já leu? O que achou? Comente! 🙂
NOTA:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos
Estou lendo, adorando.
SUA RESENHA ME MOTIVOU A LER SEM PARAR UM MINUTO.
OBRIGADA
Fico feliz, Geralda!
Ótima resenha levantou pontos bem interessantes sobre a obra. Sua analise acrescentou muito. Continuem o bom trabalho
Obrigada, Caio!
Obrigado pelo texto. Eu estava em busca do que ler e aqui o encontrei. Muito agradecido.
Amo tanto! É tão mágico! Tive dificuldade de entender algumas partes, e voltava lá atrás… O Záfon é maravilhoso! Tenho a trilogia e amooo!
Sim, Simone! Zafón é INCRÍVEL mesmo <3
Obrigada por passar por aqui e deixar seu comentário!
Beijos.
Amo tanto! É tão mágico! Tive dificuldade de entender algumas partes, e voltava lá atrás… O Záfon é maravilhoso! Tenho a trilogia e amooo!
Sim, Simone! Zafón é INCRÍVEL mesmo <3
Obrigada por passar por aqui e deixar seu comentário!
Beijos.