*Atualizado em 18 de março de 2024
Comecei a ler Júbilo, memória, noviciado da paixão, pois queria uma leitura leve e rápida. Escolhi o livro de poesias de Hilda por ter sido o mais vendido durante a FLIP 2018.
Leveza não foi bem o que encontrei no livro escrito pela jauense. Em Júbilo, memória, noviciado da paixão, a autora se abre: todos os seus sentimentos – até os mais impuros – estão lá. Entrega amorosa, devoção mística, o temor da morte…
Os dentes ao sol
A memória engolindo
O resplendor angélico
De um lívido jacinto.
Os dentes ao sol
E o escuro momento
Do girassol no muro
Enlouquecendo.
Os dentes ao sol
Dentro de mim
A sombra dos teus dedos
Tua brusca despedida.
Do tempo
As enormes mandíbulas
Roendo nossas vidas.
(p. 81)
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Apesar de abordar temas “fáceis”, os poemas de Hilda Hilst, muitas vezes, são bastante complexos e confusos. Como a própria autora comentava, ela se surpreendia quando alguém dizia entendê-los.
A edição de bolso é bem legal para presentear. A diagramação é bastante arejada e o projeto gráfico é fofo: cheio de estrelinhas. Enfim, um livro bom para quem quer ter um primeiro contato com a obra de Hilda Hilst de uma forma acessível.
Se eu te pedisse, Túlio,
O ato irreparável de me amar
Te pediria muito?
Se o corpo pede à alma
Que respirem juntos
Tu dirias, dúbio,
Que se trata de um pedido singular?
Se o que eu te digo
Ouves pelo ouvido
Tu culparias
Teu inteiro sentido
Auricular?
Retoma, Túlio,
O que pertence à vida: meu sangue, minha poesia
E o ato irreparável de me amar.
(p. 99)
E você? Já leu Júbilo, memória, noviciado da paixão? O que achou? Me conta nos comentários!
Nota:
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Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.