Resenhas  |  04.10.2020

Resenha: Virgin River – Um lugar para sonhar – Robyn Carr

*Atualizado em 6 de março de 2024

Eu nunca tinha ouvido falar em Virgin River – Um lugar para sonhar ou na autora, Robyn Carr, até participar do Clube do Livro do Marque Uma Página. E, como estava precisando de uma leitura mais leve, resolvi mergulhar na história da protagonista Mel Monroe.

Confira a sinopse retirada do Skoob:

“Mel sentia que estava sem forças, em frangalhos. E isso não se comparava à solidão da sua cama vazia. Os amigos tinham implorado a ela que ignorasse o impulso de fugir para uma cidade desconhecida, mas nem os grupos de apoio nem a terapia a dissuadiram da ideia. Frequentara mais a igreja nos últimos nove meses do que nos dez anos anteriores, mas nada ajudara. O único alento era sua fantasia de fugir para algum vilarejo no interior, onde os moradores não precisavam trancar as portas e a única coisa a temer era a possibilidade de um cervo comer as plantas do jardim. Um lugar que parecesse um cantinho do paraíso. Agora, olhando as fotos à luz pálida do interior do carro, Mel se deu conta do quanto fora ridícula. Recostou-se no banco e fechou os olhos. Um rosto muito familiar surgiu em sua mente: Mark. Às vezes, a vontade de vê-lo mais uma vez, de falar com ele só por um momento, era esmagadora. Não se tratava apenas da dor, mas da simples falta que ele fazia; sentia saudade de ter um companheiro em quem se apoiar, de esperar sua chegada e de acordar ao seu lado. — O que existe entre nós é para sempre. O ‘para sempre’ tinha durado quatro anos.”

Qual adulto nunca pensou como seria começar “do zero”? Ter a oportunidade de iniciar uma vida nova, em outro lugar, com outros ares… A protagonista Mel tem mil motivos para que isso aconteça, principalmente após ter perdido Mark, seu marido. Tudo o que Mel busca é uma chance de se desvencilhar das memórias dolorosas e começar de novo em um lugar calmo. A opção escolhida foi a pequena Virgin River que, a princípio, parece perfeita para suas necessidades.

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Porém, diversos contratempos acontecem logo que a enfermeira e parteira chegam à cidade. Então, ela passa a questionar se fez uma boa escolha, afinal, largou seu emprego em um hospital de Los Angeles, vendeu sua antiga casa e todos os móveis para se aventurar em uma cidadezinha de interior em busca de paz e autoconhecimento. Teria sido um erro?

Apesar de todos na cidade serem bastante receptivos, o único médico de Virgin River – um senhor que já beira os 60 anos – não está muito contente com a presença dela ali.

O livro traz uma atmosfera intimista e a descrição dos cenários – feitos na medida certa – fazem com que o leitor se transporte para o local de belos lagos e animais selvagens, como ursos e veados.

Quem também fica feliz com a presença de Mel ali é Jack, dono do “único bar que fica aberto até mais tarde” em Virgin River. E é por lá que a maioria das interações com outros personagens acontece e, como disse, todos são bem acolhedores com a forasteira.

A primeira temporada da adaptação do livro está disponível na Netflix. Dá olha olhada no trailer, abaixo:

A série toda dos livros escritos por Carr – se não me engano – tem uns 9 livros, portanto, Virgin River – Um lugar para sonhar acaba sendo um livro bem introdutório, onde pouca coisa acontece (e talvez as 320 páginas poderiam ser, na verdade, umas 290, para gerar maior fluidez na narrativa).

Porém, alguns pontos da história me deixaram incomodada, principalmente no machismo e no preconceito de alguns personagens. Pode ser apenas o “pensamento de cidade pequena” que a autora tentou refletir (o que por si, já é um preconceito), mas o livro conta com alguns diálogos que beiram a vergonha alheia.

Tirando esse aspecto negativo, a autora consegue aprofundar algumas personagens e torna Virgin River uma ótima pedida de romance leve e com uma surpresa fofa ao final do livro.

NOTA:

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