*Atualizado em 25 de março de 2024
Se pudesse, você leria a correspondência de alguém que não conhece? Ou seria “errado” demais? Na lista abaixo, separamos 9 livros de cartas e memórias que você poderá ler sem a menor vergonha!
São escritos feitos em diversas épocas – reais ou não, mas que demonstram perfeitamente o mais íntimo do pensamento de seus autores. Confira:
1. Uma vida em cartas – George Orwell
A correspondência reunida de Orwell possibilita ao leitor seguir de perto o cotidiano pessoal e profissional do autor de “1984”, esclarecendo aspectos pouco conhecidos de sua biografia e bastidores de sua produção literária.
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2. Cartas extraordinárias – Vários autores
Do comovente bilhete suicida de Virginia Woolf à receita que a rainha Elizabeth II enviou ao presidente americano Eisenhower; do pedido especial que Fidel Castro, aos catorze anos, faz a Franklin D. Roosevelt à carta em que Gandhi suplica a Hitler que tenha calma; e da bela carta em que Iggy Pop dá conselhos a uma fã atormentada ao genial pedido de emprego de Leonardo da Vinci – “Cartas extraordinárias” é uma celebração do poder da correspondência escrita, que captura o humor, a seriedade e o brilhantismo que fazem parte da vida de todos nós.
Inclui cartas de: Zelda Fitzgerald, Dostoiévski, Amelia Earhart, Charles Darwin, Albert Einstein, Elvis Presley, Dorothy Parker, John F. Kennedy, Charles Dickens, Katharine Hepburn, Mick Jagger, Steve Martin, Emily Dickinson e muito mais.
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3. Nunca te vi, sempre te amei – Helene Hanff
Ele é bem curtinho, pouco mais de 100 páginas, mas traz uma sensação tão deliciosa! O livro é composto apenas por cartas: tudo começa quando a nova-iorquina Helene Hanff escreve uma carta para a livraria “Marks & Co.” localizada em 84, Charing Cross Road, Londres.
Na primeira correspondência, ela pede o exemplar de um livro que ela gostaria de ter, já que é fanática pela literatura inglesa e não está interessada nas “edições horríveis” norte-americanas.
Quem responde suas cartas é Frank Doel, um dos funcionários da loja de livros usados. Aos poucos, satisfeita com o atendimento, os pedidos de Helene por livros raros aumentam, assim como a quantidade de cartas trocadas com os funcionários da Marks & Co. Dessa forma, a cada carta, vemos as formalidades sumindo e laços de amizade se formando.
Para comprar a versão em inglês de Nunca Te Vi, Sempre te Amei, confira abaixo:
4. Simplesmente acontece – Cecelia Ahern
Todo mundo acha que Rosie e Alex nasceram para ser um casal. Todo mundo menos eles mesmos. Grandes amigos desde criança, eles se separaram na adolescência, quando Alex se mudou com sua família para os Estados Unidos.
Os dois não conseguiram mais se encontrar, mas, através dos anos, a amizade foi mantida através de e-mails, mensagens de texto, cartas, cartões-postais.
Mesmo sofrendo com a distância, os dois aprenderam a viver um sem o outro. Só que o destino gosta de se divertir, e já mostrou que a história deles não termina assim, de maneira tão simples.
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5. Carta a D. – André Gorz
“Você está para fazer 82 anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que 45 quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz 58 anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca.” Assim André Gorz inicia sua carta de amor a Dorine, mulher ao lado de quem ele passou a vida e que há alguns anos sofria de uma doença degenerativa incurável.
Como um dos principais filósofos do pós-guerra francês, Gorz escreveu inúmeros livros influentes, mas nenhuma de suas obras será tão amplamente lida e lembrada quanto esta carta simples e bela, em que ele rememora tanto a história de companheirismo, amor e militância do casal como a trajetória intelectual que percorreram juntos.
Um ano após a publicação de Carta a D., um bilhete encontrado na casa onde moravam fez as vezes de pós-escrito à narrativa: André e Dorine tiraram a própria vida juntos, numa renúncia comovente a viver sozinhos.
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6. A paixão de Mademoiselle S. – Anônimo
Parece mentira, mas não é: enquanto ajudava uma amiga a esvaziar o sótão de uma casa, o diplomata francês Jean-Yves Berthault descobriu por acaso uma antiga sacola de couro com iniciais gravadas em prateado. Dentro dela, cartas de amor, escritas pela mesma pessoa, “numa linguagem mais que ousada, inacreditável em matéria de audácia erótica”.
Datada dos anos 1920, essa correspondência, assinada por uma misteriosa Simone, está dirigida a seu amante Charles, um homem mais jovem e casado. Nela, a autora, uma parisiense de classe alta, expressa seus desejos e fantasias enquanto adentra um universo de prazer físico que, conforme rompe tabus, toma rumos inesperados.
Escrito em uma linguagem tão elegante quanto explícita, A Paixão de Madeimoiselle S. é uma jornada de despertar sexual e exploração psicológica no qual uma mulher corajosa desafia as fronteiras que a sociedade impunha a seu sexo e classe para encontrar a liberdade e, em última instância, a si própria.
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7. Cartas na rua – Charles Bukowski
“Tudo começou como um erro”, anuncia Charles Bukowski na primeira linha de Cartas na rua, agora de volta às livrarias em nova tradução de Pedro Gonzaga.
O “erro” do escritor conhecido pelos porres homéricos e humor ferino foi se candidatar à vaga de carteiro temporário no início dos anos 50. Quando viu, estava em seu segundo emprego nos Correios, como auxiliar, e já somava catorze anos em uma rotina maçante – ainda mais para um homem de meia-idade sempre de ressaca. Mas tinha em mãos, enfim, a matéria-prima para seu primeiro romance, que já nasceu um clássico: pela voz de Henry Chinaski, seu alter ego, Bukowski narra suas memórias em tom hilário e melancólico. Lançado em 1971, Cartas na rua é um marco na obra de um dos mais cultuados – e imitados – autores norte-americanos.
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8. Oração: cartas a Malcolm – C. S. Lewis
Oração: cartas a Malcolm de C. S. Lewis é uma abordagem franca e honesta sobre a oração. Publicação póstuma, ainda assim permaneceu na lista dos mais vendidos por muito tempo.
Oração: cartas a Malcolm é um livro belamente concretizado e profundamente emocionante que trata dos temores e das fraquezas do homem.
Em forma de cartas afetuosas e descontraídas a um amigo muito chegado, C. S. Lewis medita em várias questões relativas ao diálogo íntimo entre homem e Deus. Pondera sobre aspectos práticos e metafóricos da oração.
Indaga sobre nossa real necessidade de falar com Deus e sobre a forma ideal de oração. Busca saber qual dos nossos muitos eus mostramos a Deus enquanto oramos. E muito mais. A carta final contém pensamentos instigantes sobre cristãos liberais, alma e ressurreição.
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9. Medo e delírio em Las Vegas – Hunter S. Thompson
Imagine alugar um conversível vermelho e ter como destino Las Vegas. Imagine torrar o pagamento de uma matéria que ainda não foi feita e encher o carro de drogas de todos os tipos. Agora imagine ter ao seu lado o seu advogado, um samoano nada confiável.
Pronto. Aqui está a história de “Medo e delírio em Las Vegas”, o livro que revolucionou as bases do texto jornalístico e transformou Hunter Thompson em um dos grandes retratistas dos ideais libertários dos Estados Unidos nos anos 60. Publicado originalmente em artigos na revista Rolling Stone durante o ano de 1971, o livro se tornou um clássico da contracultura e foi levado às telas do cinema com Johnny Depp e Benicio Del Toro, em 1998.
Raoul Duke, o ‘doutor em jornalismo’ protagonista de “Medo e Delírio em Las Vegas”, é o pseudônimo do autor Hunter Thompson. Jornalista e escritor, Thompson criou um gênero para si, o jornalismo gonzo – batizado pelo amigo Bill Cardoso, depois de ler o texto ‘O Kentucky Derby é Decadente e Depravado’ (publicado no Brasil dentro do livro “A grande caçada aos tubarões”).
Influenciado pela ideia de William Faulkner de que ‘a melhor ficção é muito mais verdadeira que qualquer tipo de jornalismo’, Thompson produziu um estilo único, aliando reportagem, narração em primeira pessoa, viagens alucinógenas e um bom punhado de ficção.
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Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.