*Atualizado em 18 de março de 2024
Depois que assisti à série Penny Dreadful – que infelizmente já acabou – fiquei com ainda mais vontade de reler ou conhecer livros voltados para o terror na era vitoriana. Foi pensando nisso que resolvi reler O Médico e o Monstro, do autor escocês Robert Louis Stevenson.
Eu li quando ainda era adolescente, então não me lembrava de praticamente nada. Mas foi bom ter relido agora e vou contar pra vocês o porquê!
Depois de ler Frankenstein, Drácula, e livros do H.G. Wells, agora foi a vez de conhecer a história do Dr. Jekyll e Mr. Hyde, que já virou referência para diversas de narrativas de terror.
Esse estilo de literatura foi gerada pelo crescente desenvolvimento científico no século XIX: é uma reminiscência da literatura gótica (ou de terror) com temas que assombravam as pessoas na era vitoriana.
Obras como as já citadas anteriormente exploravam um terror mais moderno e científico, envolvendo tecnologia e aparelhos, como trens, máquinas de escrever e etc. Livros como Drácula, Frankenstein e o Médico e o Monstro estão dentro de uma época específica – entre 1760 e 1820 – em um período que consta como a passagem do neoclassicismo para o romantismo.
Enfim, depois de contextualizar, agora é a hora de falar um pouquinho sobre O Médico e o Monstro. Apesar de eu amar esse estilo literário, o livro de Stevenson foi o que menos me agradou. Ele mais parece um conto do que um romance – é bem curtinho, 112 páginas – e realmente trata de um assunto interessante e misterioso.
O estranho Mr. Hyde é um homem abominável e pavoroso, mas que tem “passe livre” para a casa do famoso Dr. Jekyll, um respeitado homem da sociedade. Cabe ao advogado Mr. Utterson desvendar o motivo pelo qual seu amigo Jekyll é amigo de Mr. Hyde, um possível criminoso e ser aterrorizante.
Enfim, é basicamente isso. Por ser uma história bem conhecida, você já começa a leitura sabendo do final, mas, fora isso, é uma boa experiência, porém, sem nada de muito empolgante.
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Adoro a linguagem utilizada por Stevenson, um cavalheirismo de ponta, típico do Reino Unido. As descrições são poucas, porém precisas, e a narrativa flui muito bem.
O ponto alto do livro é o final, com duas cartas (outro elemento comum nesse estilo de literatura) que explicam basicamente tudo o que o Dr. Jekyll estava passando, assim como suas descobertas científicas.
Aqui encontramos um embate psicológico do personagem, que tenta justificar seus erros afirmando que finalmente ele se sentia livre das amarras da sociedade e da sua personalidade corretíssima. É uma reflexão pontual, trazendo muito valor à obra. Porém, como já comentei, nada muito excepcional.
Claro que precisamos levar em consideração que não vivemos mais naquela época de medo e incertezas – ou vivemos ainda? – por isso o contexto pode não trazer tanta familiaridade.
Entretanto, o livro é muito bom, mas pode passar batido em relação a outros tão melhores, como é o caso de Frankenstein. Por isso, a obra de Stevenson deve ser lida e contemplada, mas, pessoalmente, foi um livro que não me tirou do lugar-comum.
NOTA:
E você, já leu? O que achou? Conta pra gente nos comentários!
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Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos
A reflexão dessa obra é a coisa que faz dela boa, nos faz pensar em assuntos que normalmente deixamos passar batido. Ótima opinião a sua.