*Atualizado em 5 de abril de 2024
Uma canção de ninar conta a história de Remy, uma adolescente que está aprendendo a lidar com a fase adulta. A garota, apesar da pouca idade, já é completamente desiludida com o amor, e não é para menos: diversos eventos traumáticos acontecem ao seu redor para afirmar a teoria de que o amor não existe.
O pai, um músico famoso, largou a mãe de Remy quando ainda estava grávida e deixou para a filha apenas uma música, intitulada “Canção de ninar“.
Já a mãe é completamente perdida e vive pulando de relacionamento em relacionamento, se envolvendo e se ferindo. O irmão de Remy, que até então compartilhava a mesma visão que ela, acaba se apaixonando e “mudando de lado”, como a garota afirma.
Aliás, Remy tem as horas de seus dias completamente preenchidas pela organização do 6º casamento de sua mãe, os preparativos para a faculdade, e suas amigas, que sempre estão precisando umas das outras.
É com esse cenário caótico em sua vida que Remy conhece Dexter. Um garoto franzino e desengonçado que tem absoluta certeza que um dia os dois ficarão juntos. Uma observação importante: algumas pessoas podem achar fofo, mas eu achei apenas enfadonho esse garoto não entender que “não é não”.
Diversas vezes Remy afirma que não quer nada com Dexter e, mesmo assim, ele é insistente e persegue a garota. Até quando os autores vão romantizar perseguidores? APENAS PAREM.
Para quem não entendeu, segue um desenho bem autoexplicativo:
Um ponto a favor do romance é que, apesar de tudo, ele aborda a adolescência e o início da fase adulta de Remy de uma forma bastante real: ela e as amigas enchem a cara escondidas dos pais, usam RG falso para entrar em baladas, ficam com caras escrotos e se arrependem, sofrem por amor, têm dúvidas sobre o futuro… Além de cada um delas ter características únicas.
E tudo se resumia a amor, ou a falta dele. Tudo o que arriscamos, sem saber muito bem, ao nos apaixonarmos ou nos afastarmos e nos fecharmos, protegendo nosso coração com toda força. (p. 261)
Ao meu ver, o maior plot twist da história fica por conta da mãe – que, no final, também tem os melhores conselhos. Já o final da personagem principal é um pouco previsível. Enfim, como Babi Dewet bem frisou na contracapa de Uma canção de ninar: “Este livro fala sobre o amor em diversas formas. O amor que faz bem, o amor que deixa marcas, o amor que machuca e aquele que a gente tem por nós mesmos“.
* Esse produto foi um brinde, porém, as informações contidas nesse post expressam as ideias da autora.
Nota:
Melissa Ladeia Schiewaldt é jornalista, especialista em Marketing Digital e tem MBA em Gestão de Projetos.