*Atualizado em 19 de março de 2024
Como fazia tempo que não lia nada da incrível Agatha Christie, dessa vez escolhi a Morte no Nilo, uma das obras mais famosas da autora. Aproveitando que já existe um filme recente, resolvi conferir se essa seria mais uma ótima aventura de Hercule Poirot.
Veja a sinopse:
“Morte no Nilo” é um dos mais célebres romances de Agatha Christie e um dos mais famosos mistérios protagonizados por Hercule Poirot. A própria autora afirma no prólogo: “é um de meus melhores livros sobre ‘viagens internacionais'”. Inspirado em uma de suas estadias no Egito, conta a história de Linnet Ridgeway, uma jovem que parece ter tudo: beleza, dinheiro, inteligência e talento para os negócios. Mas, ao partir com seu noivo, Simon Doyle, para um cruzeiro exótico no rio Nilo, ela descobre que também tem… inimigos. Quando um crime é cometido a bordo, a suspeita recai sobre a ex-namorada de Simon. O álibi da moça, porém, é incontestável. O mistério parece insolúvel até que Hercule Poirot, de férias no mesmo navio, intervém de maneira a mudar totalmente o rumo da história…
Como todo bom suspense da autora, na primeira metade do livro os personagens são introduzidos aos poucos, para criar o clima de suspense. Poirot resolve tirar férias e passear no Egito, mas acaba se deparando com um crime quando embarca no navio “SS Karnak”. Enquanto o navio não atraca, ele precisa descobrir quem é o assassino, desvendar o motivo e encontrar a arma utilizada.
Morte no Nilo traz muitas semelhanças com Assassinato no Expresso do Oriente: vários personagens de personalidades distintas que, de alguma forma, têm alguma motivação para cometer um crime, seja ele homicídio, furto ou delitos relacionados a questões financeiras.
Com a ajuda do coronel Race, que também estava a bordo, Poirot terá que investigar o crime e conversar com cada um dos personagens, a fim de tentar completar o quebra-cabeças. Quem cometeu o crime? Por que? Como? Em qual momento? Só um crime foi cometido? Como o suspeito escapou?
Eu adoro as narrativas envolventes de Agatha Christie. Em cada fala é possível notar os deslizes das pessoas, a cada momento da viagem pelo Egito conseguimos entender as diferentes motivações e problemas vividos pelos personagens. Poirot, de modo sutil, consegue extrair informações que nem o leitor consegue perceber.
Em alguns momentos, tentei entender o que se passava, mas alguns detalhes passaram despercebidos. Imaginei quem era o assassino e acertei (eba!), mas demorei para entender o porquê.
Além disso, o livro todo tem um pouco de tragédia envolvida. O suspense não está baseado somente no crime, mas em outras situações que permeiam a protagonista Linnet Ridgeway, a estonteante bilionária.
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É complicado resenhar livros de Agatha Christie, porque tudo parece um spoiler. Para não tirar a graça da história, cuja narrativa nos prende do começo ao fim, só tenho a dizer que Morte no Nilo discute também os limites do amor e da obsessão.
Até onde você iria por amor? O que deixaria para trás, que decisões tomaria para agradar alguém? Quais são os limites das relações amorosas? Inclusive, acredito que o livro trata não apenas do amor romântico, mas também do amor maternal, da amizade, entre outras relações afetivas. Em resumo, acredito que Agatha sempre coloca algum subtexto em seus livros, o que torna a narrativa ainda mais interessante.
Confesso que não dei 5 estrelas porque, afinal, ainda não foi um livro que me surpreendeu ou mexeu comigo. Mas foi um excelente entretenimento para esses tempos de pandemia.
NOTA:
Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos