*Atualizado em 13 de março de 2024
Sempre fui uma viciada em listas na internet e adoro ficar vasculhando novos desafios literários. Como gosto bastante de literatura clássica, fui logo buscando uma lista com as obras mais importantes de todos os tempos. Me deparei com a lista Os 100 livros essenciais da literatura mundial, que acredito ter sido lançada em alguma edição especial da falecida revista Bravo.
Achei a lista um pouco diferente, já que alguns livros famosos e importantes não estão listados. Por exemplo, o livro de Hemingway que aparece é “Adeus às Armas” e eu jurava que seria “O Velho e o Mar”.
Mas, por fim, isso é bom: a gente desapega do óbvio e acaba conhecendo coisas novas. Dos 100, os que estão linkados são os que já foram resenhados aqui no blog, e posso afirmar que são livros excepcionais, daqueles que mudam sua visão sobre tudo.
O desafio é começar a ler o restante e ampliar ainda mais o conhecimento literário. Vamos lá?
100 livros essenciais da literatura mundial
Para começar, nada mais importante do que um clássico como o de Homero. Depois, a lista segue com livros essenciais e os respectivos links de compra para você poder conhecer mais detalhes sobre cada obra.
1. Ilíada, de Homero
Primeiro livro da literatura ocidental, a Ilíada parece se tratar, pelo título, apenas de um breve incidente ocorrido no cerco dos gregos à cidade troiana de Ílion, a crônica de aproximadamente cinquenta dias de uma guerra que durou dez anos. No entanto, graças à maestria de seu autor, essa janela no tempo se abre para paisagens vastíssimas, repletas de personagens e eventos que ficariam marcados para sempre no imaginário ocidental.
É nesse épico homérico que surgem figuras como Páris, Helena, Heitor, Ulisses, Aquiles e Agamêmnon, e em seus versos somos transportados diretamente para a intimidade dos deuses, com suas relações familiares complexas e às vezes cômicas. Mas, acima de tudo, a Ilíada é a narrativa da tragédia de Aquiles.
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2. Odisseia, de Homero
A narrativa do regresso de Ulisses a sua terra natal é uma obra de importância sem paralelos na tradição literária ocidental. Sua influência atravessa os séculos e se espalha por todas as formas de arte, dos primórdios do teatro e da ópera até a produção cinematográfica recente.
Odisseia se tornou também um substantivo comum, que denomina jornadas marcadas por perigos e eventos inesperados, e Homero um adjetivo usado para relatar feitos grandiosos. Seus episódios e personagens – a esposa fiel Penélope, o filho virtuoso Telêmaco, a possessiva ninfa Calipso, as sedutoras e perigosas sereias – são parte integrante e indelével de nosso repertório cultural.
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3. Hamlet, de William Shakespeare
Um jovem príncipe se reúne com o fantasma de seu pai, que alega que seu próprio irmão, agora casado com sua viúva, o assassinou. O príncipe cria um plano para testar a veracidade de tal acusação, forjando uma brutal loucura para traçar sua vingança. Mas sua aparente insanidade logo começa a causar estragos – para culpados e inocentes.
Mas a trama inventada pelo dramaturgo inglês vai muito além disso: Hamlet é um dos momentos mais altos da criação artística mundial, um retrato – eletrizante e sempre contemporâneo – da vida emocional de um Homo sapiens adulto.
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4. O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes
Dom Quixote de La Mancha não tem outros inimigos além dos que povoam sua mente enlouquecida. Seu cavalo não é um alazão imponente, seu escudeiro é um simples camponês da vizinhança e ele próprio foi ordenado cavaleiro por um estalajadeiro. Para completar, o narrador da história afirma se tratar de um relato de segunda mão, escrito pelo historiador árabe Cide Hamete Benengeli, e que seu trabalho se resume a compilar informações.
Não é preciso avançar muito na leitura para perceber que Dom Quixote é bem diferente das novelas de cavalaria tradicionais – um gênero muito cultuado na Espanha do início do século XVII, apesar de tratar de uma instituição que já não existia havia muito tempo. A história do fidalgo que perde o juízo e parte pelo país para lutar em nome da justiça contém elementos que iriam dar início à tradição do romance moderno – como o humor, as digressões e reflexões de toda ordem, a oralidade nas falas, a metalinguagem – e marcariam o fim da Idade Média na literatura.
Mas não foram apenas as inovações formais que garantiram a presença de Dom Quixote entre os grandes clássicos da literatura ocidental. Para milhões de pessoas que tiveram contato com a obra em suas mais diversas formas – adaptações para o público infantil e juvenil, histórias em quadrinhos, desenhos animados, peças de teatro, filmes e musicais -, o Cavaleiro da Triste Figura representa a capacidade de transformação do ser humano em busca de seus ideais, por mais obstinada, infrutífera e patética que essa luta possa parecer.
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5. A Divina Comédia, de Dante Alighieri
A Divina Comédia é um dos maiores clássicos da literatura universal. Escrito no século XIV, o poema épico de Dante Alighieri é considerado também um dos textos fundadores da língua italiana. Nele, o escritor apresenta uma jornada inesquecível pelo tormento infinito do Inferno e a árdua subida da montanha do Purgatório até o glorioso reino do Paraíso.
Dante conseguiu fundir sátira, inteligência e paixão em uma alegoria cristã imortal sobre a busca da humanidade pelo autoconhecimento e pela transformação espiritual.
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6. Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust
‘Em busca do tempo perdido” é uma das maiores criações da literatura mundial. Dividida em sete livros, a obra-prima de Marcel Proust foi publicada entre 1913 e 1927, e sua beleza e força vão se revelando cada vez mais impactantes com o correr dos anos.
A presente edição da Nova Fronteira conta com a primorosa tradução de Fernando Py e é dividida em três partes. Uma obra monumental, que deixou marcas eternas na literatura.
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7. Ulysses, de James Joyce
Um homem sai de casa pela manhã, cumpre com as tarefas do dia e, pela noite, retorna ao lar. Foi em torno desse esqueleto enganosamente simples, quase banal, que James Joyce elaborou o que veio a ser o grande romance do século XX. Inspirado na Odisseia de Homero, Ulysses é ambientado em Dublin, e narra as aventuras de Leopold Bloom e seu amigo Stephen Dedalus ao longo do dia 16 de junho de 1904.
Tal como o Ulisses homérico, Bloom precisa superar numerosos obstáculos e tentações até retornar ao apartamento na rua Eccles, onde sua mulher, Molly, o espera. Para criar esse personagem rico e vibrante, Joyce misturou numerosos estilos e referências culturais, num caleidoscópio de vozes que tem desafiado gerações de leitores e estudiosos ao redor do mundo.
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8. Guerra e Paz, de Leon Tolstói
“O que é Guerra e paz?”, questiona Liev Tolstói em um texto que detalha o processo de pesquisa e de criação de sua obra-prima. “Não é um romance, muito menos uma epopeia, menos ainda uma crônica histórica.” Ao acompanhar o percurso de cinco famílias aristocráticas russas no período de 1805 a 1820, Tolstói narra a marcha das tropas napoleônicas e seu impacto brutal sobre a vida de centenas de personagens.
Em meio a cenas de batalha, bailes da alta sociedade e intrigas veladas, destacam-se as figuras memoráveis dos irmãos Nikolai e Natacha Rostóv, do príncipe Andrei Bolkónski e de Pierre Bezúkhov, filho ilegítimo de um conde, cuja busca espiritual serve como espécie de fio condutor e o torna uma das mais complexas personalidades da literatura do século XIX. Ao descrever o cotidiano e os grandes acontecimentos que se sucederam à invasão de Napoleão em 1812, Tolstói retrata uma Rússia magistral, imponente e, sobretudo, profundamente humana.
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9. Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski
Publicado em 1866, Crime e Castigo é a obra mais célebre de Fiódor Dostoiévski. Neste livro, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petersburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História.
Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para preservar sua dignidade contra as várias formas da tirania.
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10. Os Ensaios, de Michel de Montaigne
Obra-chave do pensamento ocidental, os Ensaios de Montaigne, publicados na França entre 1580 e 1588, tornaram célebre seu autor, inspiraram os filósofos do Iluminismo e criaram um novo gênero literário. Ao falar de si mesmo com uma franqueza e liberdade que até hoje nos tocam, Michel de Montaigne (1533-1592), um homem do Renascimento, fala na verdade da condição humana, com reflexões sobre a psicologia, a educação, a ética e a política.
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11. Édipo Rei, de Sófocles
Insultado por um homem embriagado que o chamou de filho adotivo, Édipo, herdeiro do trono de Corinto, se dirige a Delfos em busca de respostas sobre sua origem. Ao consultar o oráculo de Apolo, Édipo não tem uma resposta para sua pergunta. Mas o deus lhe faz uma revelação: um dia ele mataria o pai e se casaria com a própria mãe, tendo com ela filhos.
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12. Otelo, de William Shakespeare
Em Veneza, Otelo, um general mouro a serviço do Estado, conquista Desdêmona, uma jovem, filha de um nobre local. Após enfrentar a ira do pai e defender-se com sucesso contra a acusação de tê-la “enfeitiçado”, ele parte a Chipre em companhia da esposa para combater o inimigo turco?otomano. Lá, seu alferes, o manipulador Iago, consegue paulatinamente instilar na mente do mouro a suspeita de que Desdêmona o traiu.
Otelo é a tragédia em que Shakespeare estudou os mecanismos da imaginação, da paixão e do ciúme. Em nova tradução de Lawrence Flores Pereira, que recria a linguagem grandiosa de Otelo e a prosa nefasta de Iago, esta nova edição é acompanhada de uma longa introdução e notas contextuais do tradutor, bem como de um ensaio de W. H. Auden.
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13. Madame Bovary, de Gustave Flaubert
Reconhecido por autores como Henry James como “o romance perfeito”, Madame Bovary é a obra fundamental de Gustave Flaubert (1821-80). Trata-se de um raridade, mesmo em um clássico, um exercício meticuloso de escrita que igualmente desafiava as estruturas literárias e as convenções sociais. Não à toa, a época de lançamento o impacto foi duplo: um sucesso de público e a reação feroz do governo francês, que levou o autor a julgamento sob a acusação de imoralidade.
Flaubert inventou um estilo totalmente novo e moderno, praticando uma escrita que, ao longo dos cinco anos que levou para terminar o livro, literalmente avançou palavra a palavra. Cada frase devia refletir o esforço em obtê-la, sendo reescrita e reescrita ad infinitum.
Mestre do realismo, o autor documenta a paisagem e o cotidiano da segunda metade do século XIX, ironizando os romances sentimentais e folhetins, gêneros que considerava obsoletos.
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14. Fausto, de Goethe
Com a sua temática arquetípica e grandiosidade estética, o Fausto se impõe como ápice e síntese da obra pioneira de Johann Wolfgang von Goethe. A obra-prima do autor nos transporta à tragédia do protagonista que, desiludido, faz um pacto com o demônio Mefistófoles.
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15. O Processo, de Franz Kafka
A história de Josef K. atravessa os anos sem perder nada do seu vigor. Ao contrário, a banalização da violência irracional no século XX acrescentou a ela o fascínio dos romances realistas. Na sua luta para descobrir por que o acusam, por quem é acusado e que lei ampara a acusação, K. defronta permanentemente com a impossibilidade de escolher um caminho que lhe pareça sensato ou lógico, pois o processo de que é vítima segue leis próprias: as leis do arbítrio.
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16. Doutor Fausto, de Thomas Mann
Último grande romance de Thomas Mann, Doutor Fausto foi publicado em 1947. O escritor fez uma releitura moderna da lenda de Fausto, na qual a Alemanha trava um pacto com o demônio – uma brilhante alegoria à ascensão do Terceiro Reich e à renúncia do país a sua própria humanidade. O protagonista é o compositor Adrian Leverkühn, um gênio isolado da cultura alemã, que cria uma música radicalmente nova e balança as estruturas da cena artística da época.
Em troca de 24 anos de verve musical sem paralelo, ele entrega sua alma e a capacidade de amar as pessoas. Mann faz uma meditação profunda sobre a identidade alemã e as terríveis responsabilidades de um artista verdadeiro.
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17. As Flores do Mal, de Charles Baudelaire
O poeta e crítico francês Charles Baudelaire marcou as últimas décadas do século XIX, influenciando a poesia internacional de tendência simbolista. De sua maneira de ser, originaram-se na França os poetas “malditos”. Baudelaire inventou uma nova estratégia de linguagem, incorporando a matéria da realidade grotesca à linguagem sublimada do Romantismo, dando base para a criação da poesia moderna.
As flores do mal é sua obra-prima, cujos poemas datam de 1841. Julgado imoral em sua época, o livro levantou polêmica e despertou hostilidades na imprensa. Baudelaire e seu editor foram processados e, além de pagar multa, tiveram de reimprimir a obra excluindo poemas da primeira edição.
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18. O Som e a Fúria, de William Faulkner
O Som e a Fúria, de 1929, é considerada a obra mais importante do escritor norte-americano ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1949. O romance surgiu em um período de isolamento, depois que o autor teve seu terceiro romance recusado por diversas editoras. Abalado, William Faulkner investiu num estilo ousado, tecido por quatro vozes narrativas distintas e saltos inesperados no tempo.
É dessa forma, permeada por tons bíblicos e ecos de tragédias gregas, que o escritor retrata a violenta decadência dos Compson, família aristocrática do sul dos Estados Unidos, que parece viver num desnorteante presente em estado bruto.
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19. A Terra Devastada, de T. S. Eliot
O conjunto de poemas reunidos neste volume bilíngue corresponde à poesia completa publicada em livro e em edições independentes lançadas em vida de um dos nomes centrais do modernismo. Entre 1917 — com Prufrock e outras observações — e 1939 — com O livro dos gatos sensatos do Velho Gambá —, T.S. Eliot produziu uma obra densa e profunda que, centrada na musicalidade, no ritmo e na sonoridade, revolucionou definitivamente a paisagem literária do século XX.
Em 1948, o autor de A terra devastada, um dos mais célebres poemas da língua inglesa, recebeu o prêmio Nobel em reconhecimento à sua “contribuição excepcional e pioneira para a poesia contemporânea”. Com organização, tradução e posfácio de Caetano W. Galindo, este volume traz um Eliot ao mesmo tempo cerebral e erudito, marca de sua primeira produção, e um Eliot divertido e travesso, que já na maturidade dedicou aos seus afilhados a famosa série de poemas sobre gatos.
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20. Teogonia, de Hesíodo
Teogonia é um poema de 1022 versos hexâmetros datílicos que descreve a origem e a genealogia dos deuses. São narradas as peripécias que constituem o surgimento do universo e de seus deuses primordiais. Esta edição bilíngue do clássico grego conta com introdução e notas explicativas.
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21. Metamorfoses, de Ovídio
Uma das obras mais influentes da literatura ocidental, as Metamorfoses de Ovídio foram escritas no ano 8 d.C., e desde então os mais de 250 mitos gregos e romanos figurados em seus doze mil versos têm inspirado pinturas, esculturas, peças de teatro, criações literárias, óperas e composições musicais por todo o mundo.
Mas o fascínio da obra também se deve pela maestria com que o grande poeta latino alinhavou este compêndio de mitos, construindo uma história das origens do mundo até os seus dias (o tempo dos imperadores Júlio César e Augusto).
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22. O Vermelho e o Negro, de Stendhal
Publicado em 1830, O Vermelho e o Negro é apontado como um dos pioneiros do realismo mundial. Nesta obra-prima, Stendhal nos apresenta Julien Sorel, um humilde carpinteiro cheio de ambições, entre as quais integrar o Exército de Napoleão. Seu sonho, no entanto, cai por terra junto com o império napoleônico.
A partir daí, sua luta pela ascensão é impulsionada por um misto de engenhosidade, carisma e hipocrisia, o que de fato faz com que Sorel passe a viver com a burguesia e a aristocracia. Nesse novo mundo, sua vida se transforma em uma torrente impelida pelo amor, pela traição e pelo espírito de vingança.
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23. O Grande Gatsby, de Francis Scott Fitzgerald
Nos tempos de Jay Gatsby, o jazz é a música do momento, a riqueza parece estar em toda parte, o gim é a bebida nacional (apesar da lei seca) e o sexo se torna uma obsessão americana. O protagonista deste romance é um generoso e misterioso anfitrião que abre a sua luxuosa mansão às festas mais extravagantes.
O livro é narrado pelo aristocrata falido Nick Carraway, que vai para Nova York trabalhar como corretor de títulos. Passa a conviver com a prima, Daisy, por quem Gatsby é apaixonado, o marido dela, Tom Buchanan, e a golfista Jordan Baker, todos integrantes da aristocracia tradicional.
Na raiz do drama, como nos outros livros de Fitzgerald, está o dinheiro. Mas o romantismo obsessivo de Gatsby com relação a Daisy se contrapõe ao materialismo do sonho americano, traduzido exclusivamente em riqueza.
Aclamado pelos críticos desde a publicação, em 1925, O Grande Gatsby é a obra-prima de Scott Fitzgerald, ícone da “geração perdida” e dos expatriados que foram para a Europa nos anos 1920.
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24. Uma Temporada no Inferno, de Arthur Rimbaud
‘Uma temporada no inferno’ é o relato em prosa poética do homem perscrutando as suas profundezas e origens. Os textos deste livro visitam sonhos e terras distantes, desejo de solidão e sede de conhecimento, o passado ancestral e a busca pelo desconhecido.
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25. Os Miseráveis, de Victor Hugo
Considerado a obra-prima de Victor Hugo, este romance se desdobra em muitos: é uma história de injustiça e heroísmo, mas também uma ode ao amor e também um panorama político e social da Paris do século XIX. Pela história de Jean Valjean, que ficou anos preso por roubar um pão para alimentar sua família e que sai da prisão determinado a deixar para trás seu passado criminoso, conhecemos a fundo a capital francesa e seu povo, o verdadeiro protagonista.
Na via crucis que é o romance sobre a vida de Valjean, são retraçadas as misérias cotidianas e os dias de glória do povo francês, que fez das ruas seu campo de batalha e das barricadas a única proteção possível contra a violência cometida pela lei.
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26. O Estrangeiro, de Albert Camus
Mais conhecida e importante obra de ficção de Albert Camus, em edição de bolso Este livro narra a história de um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana depois que comete um crime quase inconscientemente.
Meursault, que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, subitamente perde-a envolvido pelas circunstâncias e acaba descobrindo uma liberdade maior e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar. Uma reflexão sobre liberdade e condição humana que deixou marcas profundas no pensamento ocidental. Uma das mais belas narrativas deste século.
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27. Medeia, de Eurípides
A mais famosa peça do grande trágico grego Eurípides narra a vingança da altiva Medeia contra Jasão, depois que este, após ter conquistado o Velo de Ouro com sua ajuda, a rejeita para desposar a filha do rei de Corinto.
A tragédia foi incompreendida à época de sua apresentação, em 431 a.C., mas, ao deslocar o foco do coletivo para o individual, dando relevo inédito à psicologia humana e às personagens femininas, a obra de Eurípides se tornaria um dos pilares da dramaturgia moderna – e a figura de Medeia, uma das mais marcantes de toda a literatura.
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28. Eneida, de Virgílio
Uma das maiores epopeias da história da literatura, a Eneida de Virgílio, publicada em 19 a.C., está para o mundo romano como a Ilíada e a Odisseia para o mundo grego – faz o inventário de seus mitos e avança concepções de mundo que iriam perdurar por mais de mil e quinhentos anos. Este volume traz a tradução de Carlos Alberto Nunes, a única realizada em nosso país no século XX, que verteu o original de forma rigorosa e inventiva: preservou as 9.826 linhas do poema e elegeu um verso de dezesseis sílabas para fazer jus à força épica do original.
Organizada por João Angelo Oliva Neto, da Universidade de São Paulo, esta edição bilíngue (latim-português) inclui apresentação, notas e resumo das ações dos doze cantos da obra, entre outros aparatos. O resultado é um volume completo no qual o leitor pode acompanhar as múltiplas dimensões da aventura de Eneias.
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29. Noite de Reis, de William Shakespeare
Nesta peça, um grupo arma uma cilada para fazer de bobo Malvólio, personagem que não sabe se divertir e muito menos aceitar a diversão dos outros. Uma segunda personagem não imbuída do espírito de diversão naquele Dia de Reis é Olívia, que guarda luto severo pela perda de seu irmão – isso perde sua importância quando ela conhece Cesário, por quem ela se apaixona.
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30. Adeus às Armas, de Ernest Hemingway
O livro tem como tema central a paixão de Frederic Henry – que se alista no exército italiano como motorista de ambulância – pela enfermeira Catherine Barkley. Neste romance autobiográfico, a história de amor tem um final feliz, ao contrário da vivida pelo autor. Os protagonistas acreditam que podem se isolar em seu amor, simplesmente afastando-se da guerra.
Em 1918, ferido em combate, Hemingway é internado em um hospital, em Milão, onde conhece a enfermeira Agnes von Kurowsky, por quem se apaixona. Porém, ela não aceita casar-se com o escritor, deixando-o profundamente desiludido.
Narrado em primeira pessoa, Adeus às armas revela-se uma obra como poucas. Hemingway conduz a narrativa de forma dinâmica, ressaltando o teor dramático da trama e proporcionando ao leitor algumas das páginas mais românticas e comoventes da literatura ocidental.
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31. Coração das Trevas, de Joseph Conrad
Publicada em forma de livro em 1902, a novela Coração das trevas é um dos maiores clássicos da literatura do século XX, conhecida também por ter servido de ponto de partida para o filme Apocalypse Now!, obra-prima de Francis Ford Coppola. A ousadia formal da prosa conradiana é apresentada com extrema nitidez, surpreendendo com sua capacidade de revelar muito em poucas palavras, à medida que o leitor acompanha o mergulho do protagonista Marlowe pelos meandros da selva africana e das perversões mais profundas do projeto de exploração colonial.
A missão de Marlowe é resgatar Kurtz, um comprador de marfim cujos métodos acabam por se revelar inadequados para a empresa mercantil que o contratou.
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32. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
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33. Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf
Obra mais famosa de Virginia Woolf, Mrs. Dalloway narra um único dia da vida da famosa protagonista Clarissa Dalloway, que percorre as ruas de Londres dos anos 1920 cuidando dos preparativos para a festa que realizará no mesmo dia à noite. Pioneiro na exploração do inconsciente humano por meio do fluxo de consciência, Mrs. Dalloway se consagrou tanto pelo experimentalismo linguístico quanto pelo retrato preciso das transformações da Inglaterra do período entre guerras.
Misto de romance psicológico com ensaio filosófico, este livro resiste a classificações simplistas e inaugura um gênero por si só. Precursor de algumas das maiores obras literárias do século XX, este romance é uma leitura incontornável que todo mundo deve fazer ao menos uma vez na vida.
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34. Moby Dick, de Herman Melville
Muitos livros em um, Moby Dick é considerado uma das obras mais importantes da literatura. Publicado em 1851, recebeu duras críticas da imprensa especializada, sendo “redescoberto” apenas no início do século XX, por meio das análises de escritores consagrados da época, como D. H Lawrence e W. H Auden.
O clássico de Herman Melville é narrado por Ishmael, tripulante do baleeiro comandado pelo capitão Ahab, que, em sua última viagem, deseja capturar a grande baleia branca que no passado arrancou uma de suas pernas. A beleza e a complexidade de Moby Dick residem na forma como Melville consegue explorar com maestria os mais diversos gêneros literários, construindo ao mesmo tempo diálogos shakespearianos, descrições científicas precisas e reflexões filosóficas sobre o bem e o mal.
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35. Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe
Histórias extraordinárias reúne dezoito contos assombrosos de Edgar Allan Poe, com seleção, apresentação e tradução do poeta José Paulo Paes. Este livro traz, entre outras obras-primas do mestre do suspense e do mistério, “A carta roubada”, “O gato preto”, “O escaravelho de ouro”, “O poço e o pêndulo”, “Assassinatos na rua Morgue” e “O homem da multidão”.
O caráter macabro das histórias, dotadas de profundidade psicológica e imersas em uma atmosfera eletrizante, continua a conquistar novos leitores e a afirmar sua condição de clássico. Nas palavras de Paes, “Poe sempre consegue […] provocar-nos aquele arrepio de morte ou aquela impressão de vida que, em literatura, constituem o melhor, senão o único, passaporte para a imortalidade”.
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36. A Comédia Humana, de Honoré de Balzac
Vinte anos depois da última edição, A Comédia Humana com orientação, introdução e notas de Paulo Rónai, volta às livrarias trazendo ao público brasileiro um dos mais importantes monumentos literários em 88 romances distribuídos em 17 volumes.
Disperso, prolífico, ambicioso, genial: Honoré de Balzac (1799-1850) foi, como ele mesmo dizia, mais que um romancista, um cronista de costumes. Seu maior projeto literário, A comédia humana, tomou vinte e um anos de sua vida e foi interrompido apenas com a morte prematura do autor, aos 51 anos. Na imensa obra, Balzac pretendeu fazer um verdadeiro inventário da França no século XIX: costumes, negócios, casamentos, ciências, modismos, política, profissões, tudo entrava nesse imenso painel, costurado com maestria narrativa e exibido aos poucos em folhetins.
Com tudo isso em mente, Balzac passou a dar a seus romances o caráter vivo de uma época. Assim, um personagem que é protagonista em um livro aparece em outro como coadjuvante; se há um personagem já ancião em um romance, é possível conhecer sua juventude em outro; personagens reais entram nas histórias, e os imaginários frequentam teatros, restaurantes e passeios que todos franceses conheciam. E assim Balzac foi construindo todo o universo de A Comédia Humana.
37. Grandes Esperanças, de Charles Dickens
A grande característica de Grandes Esperanças é ser uma história de redenção moral do protagonista, Pip, um órfão criado rigidamente pela irmã num lar humilde e disfuncional, que, após herdar inesperadamente uma fortuna, rejeita a família e os amigos por se envergonhar da própria origem. No começo conhecemos o infortúnio de Pip, o narrador que vive aterrorizado pela irmã mais velha que, após a morte dos pais, o criou “com a mão de ferro”, bordão para a maneira rígida e por vezes violenta com que trata o filho de criação e também o marido, o ferreiro Joe Gargery.
Sua vida começa a mudar com o inesperado convite para que passe a visitar Miss Havisham, uma mulher rica da aldeia, e seja companhia de sua filha adotiva, Estella. Pip imediatamente tem uma queda pela garota, sentimento que se transformará em amor durante a vida adulta e o conduzirá à imoralidade.
A vida de Pip sofre uma reviravolta ainda maior quando, já se preparando para o ofício de ferreiro, recebe a visita de um advogado, que anuncia que o jovem é herdeiro de uma fortuna. Após abandonar a família para viver em Londres, Pip passa a desprezar a sua vida anterior, tentando tornar-se digno de se casar com Estella, que, no entanto, não se interessa por seus sentimentos.
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38. O Homem sem Qualidades, de Robert Musil
Nesta que é considerada uma das obras literárias mais importantes do século XX, o autor Robert Musil tece uma intrincada trama centralizada em Ulrich. O personagem vive diversas experiências, viaja ao exterior e, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, retorna a Viena, convivendo com os mais diversos tipos humanos. Este romance-ensaio mostra a decadência dos valores vigentes até o início do século passado, marcando a perda de posição da Europa na decisão dos rumos políticos e econômicos mundiais.
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39. As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift
Quem lê pela primeira vez a versão original de Viagens de Gulliver, tendo como pano de fundo uma vaga lembrança de adaptações infantis, espanta-se ao constatar que tem nas mãos um dos textos mais amargos do cânone ocidental. Como observa George Orwell no prefácio incluído nesta edição, o livro de Jonathan Swift, apesar de todo o seu ressentimento e misantropia, é uma obra deliciosa, que permite vários níveis de leitura.
É primeiro um livro de viagens – ou melhor, uma sátira aos livros de viagens, tal como Dom Quixote é, entre outras coisas, uma sátira aos romances de cavalaria; para as crianças, é uma história de aventuras, cheia das criaturas fantásticas e do humor escatológico de que tanto gostam; e é um dos marcos iniciais da ficção científica. Entretanto, o que mais fascina o leitor maduro nessa obra publicada pela primeira vez em 1726 é o olhar implacável que seu autor volta sobre o homem, suas instituições, seu apego irracional ao poder e ao ouro, e sua insistência em prolongar a vida mesmo quando esta só proporciona sofrimento.
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40. Finnegans Wake, de James Joyce
A partir de um pequeno núcleo de personagens, o autor tenta contar a história do mundo e da literatura. Para isso, associa mitos e ícones antigos aos protagonistas do folclore e da história de seu país, a Irlanda. A obra, escrita ao longo de dezesseis anos, levou quatro anos de trabalho para ser vertida ao nosso idioma.
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41. Os Lusíadas, de Luís de Camões
A mais bela epopeia do século XVI, rica em história e mitologia Publicado em 1572, este marco do Classicismo de Portugal enaltece, em dez cantos, a coragem do povo português ao desbravar o oceano Atlântico a fim de encontrar uma nova rota para as índias.
Em Os Lusíadas, os navegadores não sofrem apenas com as agruras de viajar pelo inexplorado, mas também com os planos dos deuses mitológicos Baco e Netuno que não admitem que a empreitada lusitana tenha sucesso. Mas suas artimanhas são frequentemente fracassadas graças a Vênus e Marte, ferrenhos defensores dos navegantes. Misturando história e mitologia, Luís Vaz de Camões criou um dos mais importantes épicos da poesia portuguesa.
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42. Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas
O jovem d’Artagnan tem um sonho: sair de sua cidade no interior e ingressar na guarda de elite do Rei da França: os Mosqueteiros do Rei. Quando chega à capital, se envolve sem querer em uma luta com três homens valentes e habilidosos, os mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis. Quando tudo parecia perdido para o jovem combatente, ele e os três adversários unem forças contra inimigos em comum. A partir de então, os quatro se tornam amigos inseparáveis, com d’Artagnan enfim integrando o corpo de mosqueteiros.
Obra-prima do romance de capa e espada, Os três mosqueteiros foi lançado em 1844 em folhetim e editado em livro ainda no mesmo ano. Com uma trama cheia de pormenores, aventuras e muito humor, este livro atravessou os séculos conquistando novos leitores e ganhou inúmeras adaptações para TV, teatro e cinema.
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43. Retrato de uma Senhora, de Henry James
Retrato de uma Senhora, publicado pela primeira vez em 1881, é o primeiro grande romance de Henry James, e talvez sua obra máxima. Num século em que a esposa burguesa insatisfeita tornou-se um personagem literário central, e o adultério um motivo romanesco recorrente – o século da Madame Bovary, de Flaubert, e de Anna Karenina, de Tolstói -, Henry James colocou em cena uma heroína singular, cuja carência essencial é de outra ordem.
Com uma narrativa que, astuciosamente, começa lenta, quase contemplativa, e aos poucos se acelera, ganhando dramaticidade, James constrói sua história como um jogo em que cada coisa se transmuta em seu oposto: liberdade em destino, afeto em traição, pureza em artimanha – e vice-versa.
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44. Decamerão, de Giovanni Boccaccio
Giovanni Boccaccio é considerado uma das grandes vozes do Renascimento italiano – ao lado de Dante e Petrarca – e, com O Decamerão, que inaugurou a prosa de ficção ocidental, foi capaz como poucos de canalizar um manancial de narrativas em uma estrutura complexa, mas ao mesmo tempo acessível e atrativa. As cem histórias desta obra monumental versam sobre os mais variados traços da vida humana, com suas riquezas e contradições, suas paixões e armadilhas.
A obra-prima de Boccaccio, ao se desprender da moral medieval e abrir caminho rumo ao realismo, tornou-se um marco singular na literatura e uma fonte de influência para luminares como Shakespeare e Cervantes, além de muitos modernos que vieram posteriormente.
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45. Esperando Godot, de Samuel Beckett
Expoente do Teatro do Absurdo, escrita em 1949 e levada aos palcos pela primeira vez em 1953, Esperando Godot é uma tragicomédia em dois atos que segue desafiando público e crítica.
Na trama, duas figuras clownescas, Vladimir e Estragon, esperam por um sujeito que talvez se chame Godot. Sua chegada, que parece iminente, é constantemente adiada. Em um cenário esquálido ― uma estrada onde se vê uma árvore e uma pedra ―, Beckett revoluciona a narrativa e o teatro do século XX.
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46. 1984, de George Orwell
Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que “só nos interessa o poder em si.
Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro”. Quando foi publicada em 1949, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes – um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais – atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução.
À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos.
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47. A Vida de Galileu, de Bertolt Brecht
O dramaturgo alemão escolhe situações paradigmáticas da vida de Galileu Galilei (1564-1642) para problematizar questões que permanecem atuais as implicações da utilização da ciência e a relação do cientista com a sociedade. “Galileu” é sem dúvida, uma das peças centrais da obra de Bertolt Brecht. É apontada também, como o testamento de Brecht. Por coincidência, o dramaturgo morreu enquanto dirigia os ensaios da peça para o Berliner Ensemble que era a sua companhia de trabalho.
48. Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont
Lautréamont, depois de morrer desconhecido aos 24 anos, em 1870, e de sua obra esperar dezessete anos para ter os primeiros leitores, tornou-se um mito, pela extraordinária ousadia e criatividade de seu texto, um exercício radical de liberdade de cri ação. Hoje multiplicam-se as edições de Os Cantos de Maldoror e da obra completa de Isidore Ducasse, celebrizado sob o pseudônimo de Conde de Lautréamont.
Sua bibliografia é gigantesca, situando-o entre os escritores mais estudados e discutidos da atualidade. Ignorou a modernidade e apontou caminhos para o surrealismo e as vanguardas do século XX. Provocou fascinação e espanto em autores tão diversos como Breton, Malraux, Gide, Neruda e Ungaretti.
É reconhecido como poderoso inventor, expoente dos inovadores, transgressores e poetas malditos, assim como o foram William Blake, Baudelaire, Rimbaud e Jarry.
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49. A Tarde de um Fauno, de Stéphane Mallarmé
As Terças de Mallarmé, começaram em 1877. Num desses encontros, Mallarmé conheceu Debussy e pediu que fizesse uma música para a leitura de “A tarde de um fauno”.
Debussy compôs o Prelúdio à tarde de um fauno (1894), Mallarmé desistiu de fazer a leitura, mas foi a inspiração para esta peça que gerou a primeira coreografia moderna de Nijinsky.
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50. Lolita, de Vladimir Nabokov
Polêmico, irônico e tocante, este romance narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, 12 anos, uma ninfeta que inflama suas loucuras e seus desejos mais agudos. Através da voz de Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o caçador.
A obra-prima de Nabokov não é apenas uma assombrosa história de paixão e ruína. É também uma viagem de redescoberta pela América; é a exploração da linguagem e de seus matizes; é uma mostra da arte narrativa em seu auge. Na literatura contemporânea, não existe romance como Lolita.
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51. Tartufo, de Molière
O livro todo se apresenta com uma homogeneidade perfeita de Alexandrinos de rimas ricas, conservando de Molière a graça e seus métodos de criação e as suas virtudes de autor.
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52. As Três Irmãs, de Anton Tchekhov
As Três Irmãs conta a história de três mulheres que moram numa cidade do interior da Rússia, acham tediosa a vida na província e sonham em voltar para Moscou, onde haviam passado uma infância feliz. Um drama sobre pessoas comuns e seus problemas aparentemente banais, mas que transformam a vida em um fardo difícil de suportar.
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53. O Livro das Mil e Uma Noites
Decidido a matar todas as mulheres solteiras do reino, após ter descoberto a traição da sua mulher, o sultão Shahriar casa-se a cada noite com uma jovem diferente que será morta ao amanhecer. Mas a filha do grão-vizir, a impetuosa Sherazade, decide enfrentar o desafio e interromper esse ciclo vingativo, oferecendo-se para a noite seguinte. Noite que se multiplica, assim como as histórias de Sherazade, adiando sua morte indefinidamente. Até que passadas mil e uma noites, o sultão, apaixonado pela envolvente narradora, suspende a ordem cruel.
Obra-prima da literatura oriental, As mil e uma noites ganhou destaque também no Ocidente a partir da versão do orientalista francês Antoine Galland, que selecionou as lendas mais curiosas e de enredo mais palpitante, traduzindo-as para o francês. O livro alcançou êxito extraordinário, sendo a partir daí traduzido para vários idiomas.
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54. O Burlador de Sevilha, de Tirso de Molina
O Burlador de Sevilha, que não é um romance de época, faz referência direta a uma obra publicada em 1640 e escrita provavelmente pelo abade Tirso de Molina. Nela apareceu pela primeira vez a figura de Don Juan, cujo destino seria multiplicar-se em dezenas de romances, óperas, filmes e peças de teatro. João Gabriel de Lima parte de uma pergunta para falar do fascínio que o personagem continua exercendo: Como ele seria se vivesse hoje?
As respostas vêm em duas tramas entrelaçadas, em que o autor segue um conquistador compulsivo pelas ruas de Sevilha enquanto expõe a relação amorosa entre uma agente de turismo e um cantor de teatro lírico. Entre ódios e devoções à ópera, resta uma narrativa saborosa que ironiza a própria literatura.
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55. Mensagem, de Fernando Pessoa
Fernando Pessoa só publicou um livro em língua portuguesa: Mensagem, em 1934, um ano antes de sua morte. Nos poemas deste livro há várias referências a reis e rainhas; infantes, regentes, príncipes e navegadores; registros de batalhas e revoluções; mas não existe um enredo, e, neste sentido, as notas que acompanham o texto esclarecem muito dessas passagens históricas. A primeira parte do livro menciona as origens de Portugal e o início da expansão marítima.
A segunda parte é uma alusão clara ao apogeu das grandes viagens e à amplidão marítima. E a terceira concentra-se na figura do rei D. Sebastião e abrange o longo período de decadência que se descortina a partir do seu desaparecimento.
Elaborada ao longo de toda a vida do poeta, esta obra contém uma dimensão nitidamente universal, centrada na ideia-motriz da condição humana como virtualidade essencial ou potencialidade ilimitada.
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56. Paraíso Perdido, de John Milton
Um dos maiores poemas épicos da literatura ocidental – de uma tradição que inclui a Ilíada e a Odisseia de Homero, a Eneida de Virgílio e a Divina Comédia de Dante -, o Paraíso perdido foi publicado originalmente em 1667, na Inglaterra, em um período especialmente turbulento daquela nação.
Seu autor, John Milton (1608-1674), foi um dos grandes intelectuais de seu tempo e destemido apoiador da Revolução Puritana inglesa, que depôs e executou o rei Carlos I e proclamou a República em 1649.
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57. Robinson Crusoé, de Daniel Defoe
O argumento básico de Robinson Crusoé é universalmente conhecido. Isolado em sua “Ilha do Desespero” (ao largo da atual Venezuela) após um trágico naufrágio, o marujo inglês luta pela sobrevivência valendo-se de todos os escassos meios a seu alcance. Com o tempo e os utensílios recuperados do navio, ele chega a se tornar um competente marceneiro e agricultor, além de pastor de cabras e profundo conhecedor da Bíblia – a única leitura disponível.
Sem contato com qualquer ser humano por mais de duas décadas, certo dia Crusoé salva um nativo do assassinato por canibais que haviam aportado numa das praias da ilha, e logo o faz seu criado, dando-lhe o nome de Sexta-Feira. Alguns anos mais tarde, o acaso leva um navio inglês às proximidades da ilha, dando início a um longo conflito com a tripulação amotinada.
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58. Os Moedeiros Falsos, de André Gide
Raros são os escritores que mantêm um diário paralelamente ao livro que escrevem e o publicam em vida. É o caso de Gide com seu famoso romance da juventude perversa. Este Diário é o longo diálogo com seus personagens à medida de sua evolução, e nos permite, como se fosse um grande estudo introspectivo, sentirmos à perfeição o mecanismo criador, a argúcia crítica e a (des)construção narrativa do Prêmio Nobel 1947 em Os moedeiros falsos.
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59. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Em 1881, Machado de Assis lançou aquele que seria um divisor de águas não só em sua obra, mas na literatura brasileira: Memórias póstumas de Brás Cubas. Ao mesmo tempo em que marca a fase mais madura do autor, o livro é considerado a transição do romantismo para o realismo. Num primeiro momento, a prosa fragmentária e livre de Memórias póstumas, misturando elegância e abuso, refinamento e humor negro, causou estranheza, inclusive entre a crítica.
Com o tempo, no entanto, o defunto autor que dedica sua obra ao verme que primeiro roeu as frias carnes de seu cadáver tornou-se um dos personagens mais populares da nossa literatura. Sua história, uma celebração do nada que foi sua vida, foi transformada em filmes, peças e HQs, e teve incontáveis edições no Brasil e no mundo.
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60. O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
Em 1891, quando foi publicado em sua versão final, O retrato de Dorian Gray foi recebido com escândalo, e provocou um intenso debate sobre o papel da arte em relação à moralidade. Alguns anos mais tarde, o livro foi inclusive usado contra o próprio autor em processos judiciais, como evidência de que ele possuía “uma certa tendência” – no caso, a homossexualidade, motivo pelo qual acabou condenado a dois anos de prisão por atentado ao pudor.
Mais de cem anos depois, porém, o único romance de Oscar Wilde continua sendo lido e debatido no mundo inteiro, e por questões que vão muito além do moralismo do fim do período vitoriano na Inglaterra, definida por um dos personagens do livro como “a terra natal da hipocrisia”.
Seu tema central – um personagem que leva uma vida dupla, mantendo uma aparência de virtude enquanto se entrega ao hedonismo mais extremado – tem apelo atemporal e universal, e sua trama se vale de alguns dos traços que notabilizaram a melhor literatura de sua época, como a presença de elementos fantásticos e de grandes reflexões filosóficas, além do senso de humor sagaz e do sarcasmo implacável característicos de Wilde.
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61. Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi Pirandello
Seis personagens à procura de autor é uma das peças mais conhecidas de Pirandello. A primeira montagem no Brasil contou com um elenco inigualável: Sérgio Cardoso, Cacilda Becker e Paulo Autran. Desde então, o texto não mais deixou os palcos brasileiros e uma nova encenação é sempre esperada.
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62. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
Uma menina, um coelho e uma história capazes de fazer qualquer um de nós voltar a sonhar. Alice é despertada de um leve sono ao pé de uma árvore por um coelho peculiar. Uma criatura alva e falante com roupas engraçadas, que consulta seu relógio e reclama do próprio atraso.
Curiosa como toda criança, Alice segue o animal até cair em um buraco sem fim que mudou para sempre a literatura infantil. Mais de 150 anos depois, Alice no País das Maravilhas continua repleto de ensinamentos para aqueles que ousaram seguir o Coelho Branco até sua toca.
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63. A Náusea, de Jean-Paul Sartre
A Náusea, publicado originalmente em 1938, é o primeiro romance de Sartre. Nele estão presentes, de forma ficcional, todos os princípios do existencialismo que seriam mais tarde postulados em O ser e o nada, principal obra filosófica do autor.
Escrito sob a forma de diário íntimo, o autor constrói seu romance filosófico a partir dos sentimentos e da observação de ações banais de Antoine Roquentin, o protagonista, que, ao perambular por uma cidade desconhecida, é confrontado com o absurdo da condição humana.
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64. A Consciência de Zeno, de Italo Svevo
Romance pioneiro no uso da psicanálise como elemento fundamental da trama é o relato cru de uma vida burguesa que reflete os turvos limites da consciência individual e da visão de uma classe social que só consegue se manter no poder através da opressão.
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65. Longa Jornada Noite Adentro, de Eugene Gladstone O’Neill
Longa Jornada Noite Adentro é uma das peças mais conhecidas de O’Neill. É um drama autobiográfico que o dramaturgo só permitiu que fosse publicado e encenado após sua morte. Focaliza um dia da família Tyrone, os pais e dois filhos, em que as personagens se encontram e deixam vir à tona suas fraquezas, ressentimentos e frustrações.
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66. A Condição Humana, de André Malraux
China, março de 1927. Um homem corroído pela amargura. Um país sacudido por uma insurreição. Atrás de fachadas insuspeitas de cidades sufocadas por riquixás, automóveis e bondes, fumaça de carvão, excrementos e suores de brancos e amarelos, homens planejam uma revolução, muitos divididos entre a culpa e a ideologia.
Publicado em 1933, este livro de André Malraux é um relato dos acontecimentos que deram início à Revolução Chinesa. Um depoimento pessoal sobre um dos momentos históricos mais dramáticos do século XX. Neste clássico da literatura mundial – estruturado como romance, mas escrito em tom de reportagem – as questões morais, intelectuais e políticas estão em primeiro plano, e os personagens representam valores e formas de ação.
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67. Os Cantos, de Ezra Pound
Os Cantos é a principal obra de Ezra Pound. O longo épico foi construído ao longo de boa parte de sua carreira e, sem enredo, discorre sobre história, mescla línguas, faz colagens de fragmentos e inclui ideogramas chineses. Tudo isso numa linguagem ágil e multifacetada, o que lhe garantiu ser um dos mais expressivos exemplos do modernismo.
Pelos “Cantos Pisanos”, presentes na obra, recebeu o prêmio da Bollingen-Library of Congress.
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68. Canções da Inocência e da Experiência, de William Blake
Primeira tradução integral no Brasil de uma das mais belas obras poéticas da língua inglesa. A riqueza das imagens que se opõem e se reforçam, característica de Blake, atingem seu auge nessas duas séries de poemas.
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69. Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams
Um triunfo na literatura, no teatro e no cinema. Assim se consagrou Um bonde chamado Desejo. Desde sua publicação em 1947, foi aclamada na literatura com o prêmio Pulitzer, no teatro com a magistral interpretação do então novato Marlon Brando e no cinema com o estouro de bilheteria que foi o filme de Elia Kazan.
Um bonde chamado Desejo é o retrato de uma sociedade decadente, personificada por Blanche DuBois, uma bela mulher que volta para a casa da irmã por não ter mais para onde ir. À beira da loucura, traumatizada e sofrida, ela entra em confronto com o mundo rude e viril do cunhado, Stanley Kowalski.
Essa tensão, estabelecida entre o refinamento e a brutalidade, mostra uma família em ruínas num mundo conflituado, sem lugar para o amor e para a sensibilidade.
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70. Ficções, de Jorge Luis Borges
Ficções reúne os contos publicados por Borges em 1941 sob o título de O jardim de veredas que se bifurcam (com exceção de “A aproximação a Almotásim”, incorporado a outra obra) e outras dez narrativas com o subtítulo de Artifícios.
Nesses textos, o leitor se defronta com um narrador inquisitivo que expõe, com elegância e economia de meios, de forma paradoxal e lapidar, suas conjecturas e perplexidades sobre o universo, retomando motivos recorrentes em seus poemas e ensaios desde o início de sua carreira: o tempo, a eternidade, o infinito.
Os enredos são como múltiplos labirintos e se desdobram num jogo infindável de espelhos, especulações e hipóteses, às vezes com a perícia de intrigas policiais e o gosto da aventura, para quase sempre desembocar na perplexidade metafísica. Chamam a atenção a frase enxuta, o poder de síntese e o rigor da construção, que tem algo da poesia e outro tanto da prosa filosófica, sem nunca perder o humor desconcertante.
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71. O Rinoceronte, de Eugène Ionesco
O Rinoceronte é certamente a obra mais conhecida de Eugène Ionesco; nela, ante a resistência e o assombro do protagonista, os habitantes de uma vila se transformam em rinocerontes. Nesta peça, Ionesco expressa de modo cabal sua concepção de teatro, fundada na ruptura lógica e na fuga do natural visível, de onde extrai a matéria para a sua singular comicidade.
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72. A Morte de Virgílio, de Hermann Broch
No ano de 1938, Hermann Broch foi preso pela Gestapo e, durante as cinco semanas de cárcere, o escritor – judeu e austríaco – começou a conceber A morte de Virgílio, sua obra-prima, um marco na literatura do século XX. Nesta monumental empreitada literária, Broch recria as dramáticas últimas dezoito horas de Virgílio, um dos maiores poetas da literatura clássica latina, nas quais ele cogita destruir a Eneida, obra de sua vida.
O romance é construído por sonhos, pensamentos e falas do próprio poeta, como um complexo fluxo de consciência, que delineia, num mosaico narrativo, os dramas existenciais e estéticos do artista diante da morte. No império romano aos tempos de Augusto, Broch faz um paralelo com o iminente nacional-socialismo de Hitler de sua época, uma preocupação encontrada em outras de suas obras consideradas clássicas, como a trilogia Os Sonâmbulos. Dá sua contribuição histórica à renovação formal do romance e nos leva a refletir sobre a condição humana, a criação artística e a validade dos conceitos morais.
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73. Folhas de Relva, de Walt Whitman
Whitman e seu livro que se fundiram num mesmo projeto de vida e de linguagem alteraram os rumos da poesia moderna como uma onda gigantesca cujos impactos podem ser sentidos até hoje. Whitman afetou a sensibilidade e a obra de várias gerações de escritores e artistas de Isadora Duncan a Borges de Maiakovski a Ginsberg.
Como relva para usarmos sua imagem-matriz o livro cresceu organicamente sofrendo um processo de expansão remanejamento e revisão ao longo de nove edições. Embora Whitman certamente tenha escrito poemas memoráveis depois de 1855 o impacto da primeira edição e sua originalidade de concepção são únicos.
O crítico Ivan Marki é um dos que defendem que embora as edições subsequentes de Leaves of Grass tenham feito o livro ganhar em variedade e complexidade ‘a voz distinta de Whitman nunca foi tão forte sua visão tão clara e seu design tão firme quanto nos doze poemas da primeira edição’. Escrito num período de formação da consciência e da nação norte-americana de otimismo nacionalista expansão geográfica utopias pioneirismo crescimento econômico e tensões sociais Whitman criou uma poética revolucionária fundada numa radical experiência de ”agoridade”.
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74. O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati
O deserto dos tártaros é a obra-prima de Dino Buzzati. Publicado originalmente em 1940, o livro marcou a consagração do autor entre os grandes nomes da literatura italiana e foi eleito pela crítica especializada um dos melhores livros do século XX.
A obra narra a história do jovem tenente Giovanni Drogo, que recebe com alegria uma missão no forte Bastiani ― para ele, a primeira etapa de uma carreira gloriosa. Embora não pretendesse ficar por muito tempo, o oficial de repente se dá conta de que os anos se passaram enquanto, quase sem perceber, ele e seus companheiros alimentavam a expectativa de uma invasão estrangeira que nunca acontece. A espera pelo inimigo transforma-se na espera por uma razão de viver, na renúncia da juventude e na mistura de fantasia e realidade.
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75. Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
O livro mais importante de Gabriel Garcia Márquez. Neste que é um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance.
É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.
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76. Viagem ao Fim da Noite, de Louis-Ferdinand Céline
Obra-prima de Louis-Ferdinand Céline, romancista genial mas até hoje maldito, esse monumento da literatura do século XX denuncia com rara virulência o sofrimento de viver e a fragilidade da condição humana.
”O romance é pensado e realizado como um panorama do absurdo da vida, de suas crueldades, seus embates e suas mentiras, sem saída nem luz de esperança. Um suboficial atormentando os soldados antes de sucumbir junto com eles; uma ricaça americana que passeia sua futilidade pelos hotéis europeus; funcionários coloniais franceses animalizados pela cupidez; Nova York e sua indiferença automática pelos indivíduos sem dólares, sua arte de sugar os homens até o último centavo; de novo Paris: o mundinho mesquinho e invejoso dos eruditos, a morte lenta, humilde e resignada de um garotinho de sete anos; a tortura de uma menina; pequenos aposentados virtuosos que por economia matam a mãe; um padre de Paris e um padre dos confins da África dispostos, um e outro, a vender o próximo por algumas centenas de francos – um, aliado a aposentados civilizados, o outro, a canibais… De capítulo em capítulo, de página em página, fragmentos de vida se juntam num absurdo imundo, sangrento e digno de um pesadelo. Uma visão passiva do mundo com uma sensibilidade à flor da pele, sem desejo do futuro.” Liev Trótski, 10 de maio de 1933.
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77. A Ilustre Casa de Ramires, de Eça de Queirós
A Ilustre Casa de Ramires é um romance realista da terceira fase do escritor português Eça de Queirós. Publicado em 1900, representa a sua maturidade intelectual e o apogeu do seu estilo como escritor, onde a crítica corrosiva e a ironia cáustica que haviam marcado a segunda etapa da sua produção – fase de adesão ao naturalismo – cedem lugar a uma postura de maior esperança nos valores humanos e abrem espaço para um certo otimismo.
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78. O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar
A obra mais emblemática de Julio Cortázar Lançado em junho de 1963 na Argentina, O jogo da amarelinha foi uma verdadeira revolução no romance em língua espanhola: pela primeira vez um escritor levava às últimas consequências a ideia de transgredir a ordem tradicional de uma história e a linguagem para contá-la.
Cortázar retrata um clima de rupturas e incertezas, em um antirromance em que elementos da nova cultura de massas – colagem, história em quadrinhos, novela de rádio, arte pop, música popular, gíria urbana – e técnicas literárias experimentais de vanguarda – intercalação de relatos, experimentações sonoras e sintáticas, alteração da ordem, finais falsos, quebras, deslocamentos na narração – convivem em perfeita harmonia. O resultado é este livro único, aberto a múltiplas leituras, repleto de humor, de riscos e de uma originalidade sem precedentes.
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79. As Vinhas da Ira, de John Steinbeck
Obra-prima de Steinbeck fortemente marcada pela forma, pelas descrições realísticas e pela reflexão sobre o mito do paraíso americano. O clássico que valeu o Prêmio Pulitzer a John Steinbeck permanece como um dos arquétipos da cultura norte-americana. Agraciado também com o Nobel de Literatura, o autor retratou o homem moderno diante das dificuldades, a pobreza e a privação em um universo hostil, protagonizado por vítimas da competição e párias sociais.
Este livro representa o confronto entre indivíduo e sociedade, através da epopéia da família Joad, expulsa pela seca dos campos de algodão de Oklahoma, para tentar a sobrevivência como bóias-frias nas plantações de frutas do Vale de Salinas, na Califórnia. Ao mesmo tempo em que denuncia os dramas e flagelos de um país debilitado pela Grande Depressão dos anos 30, Steinbeck defende o conceito de que o indivíduo isolado nada vale, e a sobrevivência só é possível quando existe solidariedade entre os semelhantes.
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80. Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
Memórias de Adriano é a obra-prima de Marguerite Yourcenar. Publicado pela primeira vez em 1951, após um intenso processo de pesquisa, escrita e reescrita que durou cerca de trinta anos, o livro obteve enorme sucesso e converteu-se imediatamente em um clássico da literatura moderna.
Nesta espécie de autobiografia imaginária, a “grande dama da literatura francesa” recria a notável vida do imperador Adriano, com seus triunfos e reveses, e dá forma a um romance histórico, mas também poético e filosófico, que se tornaria uma das mais fascinantes obras de ficção do século XX.
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81. O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger
Um garoto americano de 16 anos relata com suas próprias palavras as experiências que ele atravessa durante os tempos de escola e depois. Revela o que se passa em sua cabeça. O que será que um adolescente pensa sobre seus pais, professores e amigos?
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82. As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
Considerado um dos maiores autores da literatura norte-americana, Mark Twain explora em As aventuras de Huckleberry Finn questões sérias sobre problemas sociais, políticos e morais com que precisou lidar durante a guerra civil dos Estados Unidos, muitos dos quais ainda estão presentes nos dias de hoje. Ao escapar do pai violento e se refugiar em uma ilha, Huck Finn aproxima-se de Jim, um escravo fugido, e desenvolve com ele uma solidária relação de amizade.
Em busca de liberdade, a dupla começa uma viagem pelo leito do rio Mississippi, e a cada parada envolve-se em inusitadas aventuras. Além da voz infantil de um narrador que desce em fuga pelo Mississippi, Twain desenvolve uma segunda história, que destaca a inocência perdida de uma nação.
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83. Contos, de Hans Christian Andersen
Quase 150 anos após sua morte, Hans Christian Andersen continua a encantar leitores de todas as idades. Com um estilo próprio, que foge muitas vezes das estruturas tradicionais dos contos de fadas e traz às narrativas um divertido tom de ironia, o escritor inspirou-se em casos contados pelo pai, durante a infância miserável na Dinamarca, e também naqueles ouvidos ao longo da vida.
Para esta coletânea, dividida em dois volumes, a escritora Luciana Sandroni selecionou 77 histórias em três grandes conjuntos: contos do mar e do campo, contos domésticos e contos urbanos.
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84. O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa
Itália, anos 1860, Risorgimento. Os fragmentados estados italianos estavam em um tormentoso processo de unificação, e o estabelecimento de uma nova ordem se mostrava cada vez mais pungente. Ambientado num universo intensamente melancólico e sensual e repleto de elementos de ironia e humor, O Leopardo acompanha a história de Dom Fabrizio Salina e de sua decadente família aristocrática siciliana ― cujo brasão carrega inscrito o Leopardo que dá nome ao livro ―, ameaçados pelas forças revolucionárias e democráticas durante os embates dessa transição.
Nesse intrincado contexto, Salina precisa decidir como encarar as novas mudanças que se impõem tanto em sua vida pública como privada.
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85. A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy, de Laurence Sterne
Obra-prima do humor e da sátira social, A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy é o testamento literário de Laurence Sterne. Estruturada como uma sequência de conversas alimentadas por um anti-herói sempre disposto a mais dois dedos de prosa, ela é comparada a Dom Quixote de Cervantes e Tom Jones de Fielding.
Esta “autobiografia”, publicada em nove volumes a partir de 1759, é povoada por alguns dos personagens mais espirituosos da ficção inglesa. Parte romance, parte digressão, ela envolve o leitor em um labirinto criativo que antecipa tendências até mesmo do pós-modernismo.
Grande influência em autores do mundo todo, entre eles Machado de Assis e seu Memórias póstumas de Brás Cubas, o livro é considerado um dos pilares do romance moderno por ter distanciado em definitivo este gênero da poesia e do teatro.
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86. Uma Passagem para a Índia, de Edward Morgan Forster
O livro reconstitui, de maneira ficcional, aspectos da colonização inglesa na Índia, detendo-se sobretudo no conflito que se estabeleceu durante o contato de duas culturas tão diferentes. Uma passagem para a Índia mistura o relato de viagem à análise da sociedade que se criou com a chegada dos colonizadores. Forster, no entanto, não esbarra em um problema comum a esse tipo de texto – a parcialidade – , e abre espaço no livro para uma pluralidade de pontos de vista que compõem painel bastante diversificado da Índia ocupada pelos ingleses.
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87. Orgulho e Preconceito, de Jane Austen
Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província.
Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Em Orgulho e Preconceito, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína – recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.
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88. Trópico de Câncer, de Henry Miller
Publicado orginalmente em 1934, em Paris, Trópico de Câncer foi imediatamente proibido em todos os países de língua inglesa. Tachado como pornográfico, assim como seu sucessor Trópico de Capricórnio, só foi liberado nos Estados Unidos e na Inglaterra nos anos 1960, aclamado como parte da revolução sexual. O livro foi celebrado pelos maiores intelectuais da época e se tornou um dos grandes clássicos da literatura americana. Samuel Beckett o saudou como “um evento monumental da história da escrita moderna”. E outros nomes como T. S. Eliot, Ezra Pound e Lawrence Durrell também notaram rapidamente o talento de Miller.
Trópico de Câncer traz relato autobiográfico e ficcional das aventuras de Miller. entre prostitutas e cafetões, entre pintores e escritores sem dinheiro em Montparnasse, que chega a Paris após abandonar nos EUA um casamento arruinado e uma carreira estagnada. Um Henry Miller sem um centavo no bolso e ainda não publicado chega a Paris nos anos 1930. Deixando para trás uma vida infeliz nos Estados Unidos neste Trópico de Câncer, o momento é de libertação. Miller depara-se com a vida boêmia da capital francesa e não apenas a enfrenta, mas, sem hesitação e com vigoroso deleite, vive dias e noites de erotismo e liberdade.
No livro, escreve com uma franqueza simples, um humor generoso e a alegria encontrada depois de se ter passado pelo extremo do desespero, redescobrindo seu próprio talento em dias e noites de liberdade e alegria sem fim.
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89. Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev
Quando o jovem estudante Arkádi Nikolaitch retorna para casa, está acompanhado de um amigo e mentor, que causa imenso desgosto ao seu pai e seu tio. O companheiro, Bazárov, despreza qualquer autoridade, é antissocial e se proclama niilista. O conflito geracional que se segue é ímpar na literatura.
Publicado em 1862, Pais e filhos continua a refletir o confronto entre gerações e as expectativas de um tempo anterior que se choca com as atitudes e os ideais dos momentos seguintes, esquecendo-se da potência transformadora da juventude.
Com tradução direta do russo para o português, este clássico protagonizou uma das maiores polêmicas da literatura russa: Ivan Turguêniev foi acusado de ser responsável por atos criminosos cometidos por radicais influenciados por sua obra. De acordo com Rubens Figueiredo, tradutor do romance, “é mais do que provável que o leitor atual chegue ao fim de Pais e filhos sem um julgamento conclusivo não só a respeito de Bazárov como também dos demais personagens. Mas sem dúvida terá gravadas no pensamento figuras humanas sem nada de vago ou de nebuloso”. Aqui, Turguêniev faz um sutil elogio à incerteza e não esquiva o leitor de se posicionar, simultaneamente, como pai e filho diante dos problemas de nossa época.
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90. O Náufrago, de Thomas Bernhard
Em 1953, quando ainda é aluno de Horowitz no Mozarteum de Salzburgo, Glenn Gould, o maior gênio do piano deste século, toca pela primeira vez, para dois colegas de classe, sua interpretação revolucionária das Variações Goldberg, de Bach. Thomas Bernhard faz, a partir dos efeitos devastadores dessa interpretação sobre a vida dos dois amigos-ouvintes, uma das narrativas mais impressionantes da literatura contemporânea. Uma prosa em que a exasperação é tão radical que acaba resvalando no humor, para revelar a gargalhada escondida por trás do desespero.
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91. A Epopeia de Gilgamesh
Recuperada em tabuinhas de argila, na escrita cuneiforme, em achados que se estendem de 1872 a 2014, a Epopeia de Gilgámesh apresenta várias lacunas. E, nesta edição, Jacyntho Lins Brandão buscou preencher algumas dessas lacunas, trazendo ao leitor o texto de leitura mais fluente.
Os textos que narram os feitos de Gilgámesh estão entre os mais antigos registros literários que conhecemos. Escritos em sumério e acádio, eles remontam a mais de quatro mil anos, sendo anteriores a Homero, a Hesíodo e aos textos bíblicos.
A versão clássica do poema foi composta, ao que tudo indica, no século XIII a.C., sendo sua autoria atribuída ao sacerdote-exorcista Sin-léqi-unnínni. Neste longo poema, encontramos reflexões profundas sobre o homem e o mundo – além de motivos que aparecerão em narrativas posteriores, como a criação da humanidade a partir de argila e o dilúvio, com a construção de uma arca para salvar homens e animais.
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92. O Mahabharata
Composto por cerca de 200 000 versos, o Mahabharata é quatro vezes maior que a Bíblia e sete vezes maior que a Ilíada e a Odisseia, sendo maior que os dois clássicos gregos juntos.
Escrito em sânscrito cerca de 2.500 anos atrás, conta a história de uma guerra de poder travada na Índia entre dois clãs, os Pandava e os Kaurava, que culmina numa aterradora batalha apocalíptica.
A mais famosa passagem dessa obra é o famoso Bhagavad Gita, lido como uma obra religiosa à parte. O texto apresentado nessa edição não é uma simples tradução, pois se trata da melhor tradução ocidental da obra. William Buck leu todos os onze volumes e mais de cinco mil páginas da tradução inglesa integral do Mahabharata. Antes de terminar a leitura, já tinha decidido se dedicar à árdua tarefa de condensá-lo em prosa, tornando-o acessível e atraente ao leitor contemporâneo.
Ele conseguiu captar a combinação de espírito religioso e guerreiro que permeia todo o épico no original, tornando a leitura tão ou mais prazerosa que as obras clássicas da literatura universal.
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93. As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino
“Se meu livro As cidades invisíveis continua sendo para mim aquele em que penso haver dito mais coisas, será talvez porque tenha conseguido concentrar em um único símbolo todas as minhas reflexões, experiências e conjeturas.”
Assim se refere o próprio Italo Calvino – um dos escritores mais importantes e instigantes da segunda metade do século XX – a este livro surpreendente, em que a cidade deixa de ser um conceito geográfico para se tornar o símbolo complexo e inesgotável da existência humana.
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94. On The Road, de Jack Kerouac
Sal Paradise é o narrador de ‘On the road – pé na estrada’. Ele vive com sua tia em Nova Jersey, Estados Unidos, enquanto tenta escrever um livro. Em Nova Iorque, conhece um andarilho de Denver de personalidade magnética chamado Dean Moriarty.
Dean é cinco anos mais novo que Sal, mas compartilha o seu amor por literatura e jazz e a ânsia de correr o mundo. Tornam-se amigos e, juntos, atravessam os Estados Unidos, de New Jersey até a Costa Oeste, deparando-se com os mais variados tipos de pessoas, numa jornada que é tanto uma viagem pelo interior de um país pela Rota 66 quanto uma viagem de autoconhecimento – de uma geração assim como dos personagens.
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95. O Lobo da Estepe, de Herman Hesse
Harry Haller é um homem de 50 anos que acredita que sua integridade depende da vida solitária que leva em meio às palavras de Goethe e as partituras de Mozart; um intelectual tentando equilibrar-se à beira do abismo dos problemas sociais e individuais, ante os quais a sua personalidade se torna cada vez mais ambivalente e, por fim, estilhaçada.
A primeira parte do livro é o pesadelo do lobo Haller, sua depressão e sua incapacidade de se comunicar que está na base da crueldade e da autodestruição. Na segunda o lobo se humaniza, através da entrada em cena de Hermínia, que tenta reaproximá-lo do mundo, no caso uma comunidade simplória, com salas de baile poeirentas e bares pobres.
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96. O Complexo de Portnoy, de Philip Roth
A narrativa de Alexander Portnoy, jovem advogado nova-iorquino, é uma longa confissão no divã do psicanalista. Como desde o início fica bem claro, Portnoy é dotado não apenas de uma inteligência privilegiada como também de uma capacidade ilimitada de encarar a si mesmo com realismo e ironia.
Contudo, o narrador-protagonista é totalmente incapaz de se livrar da ligação paralisante com a mãe, identificada logo de saída como “o personagem mais inesquecível que conheci na minha vida”. Portnoy discorre alternadamente sobre o passado – a infância de filhinho da mamãe, a adolescência dedicada acima de tudo à prática da masturbação e a tentativas frustradas de perder a virgindade – e sua vida atual – o relacionamento conflituoso com a amante bela porém semianalfabeta, a separação e uma viagem a Israel que termina com a descoberta de que ele está impotente.
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97. Reparação, de Ian McEwan
Em Reparação, na tarde mais quente do verão de 1935, na Inglaterra, a adolescente Briony Tallis vê uma cena que vai atormentar a sua imaginação: sua irmã mais velha, sob o olhar de um amigo de infância, tira a roupa e mergulha, apenas de calcinha e sutiã, na fonte do quintal da casa de campo.
A partir desse episódio e de uma sucessão de equívocos, a menina, que nutre a ambição de ser escritora, constrói uma história fantasiosa sobre uma cena que presencia. Comete um crime com efeitos devastadores na vida de toda a família e passa o resto de sua existência tentando desfazer o mal que causou.
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98. Desonra, de J. M. Coetzee
Sucesso de público e crítica – foi publicado em mais de vinte países e ganhou o Booker Prize, o mais importante prêmio literário da Inglaterra -, Desonra é considerado o melhor romance de J. M. Coetzee.
O livro conta a história de David Lurie, um homem que cai em desgraça. Lurie é um professor de literatura que não sabe como conciliar sua formação humanista, seu desejo amoroso e as normas politicamente corretas da universidade onde dá aula. Mesmo sabendo do perigo, ele tem um caso com uma aluna. Acusado de abuso, é expulso da universidade e viaja para passar uns dias na propriedade rural da filha, Lucy.
No campo, esse homem atormentado toma contato com a brutalidade e o ressentimento da África do Sul pós-apartheid. Com personagens vivos, com um ritmo narrativo que magnetiza o leitor, Desonra investiga as relações entre as classes, os sexos, as raças, tratando dos choques entre um passado de exploração e um presente de acerto de contas, entre uma cultura humanista e uma situação social explosiva.
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99. As Irmãs Makioka, de Junichiro Tanizaki
Considerada a obra-prima do escritor Jun’ichiro Tanizaki, As irmãs Makioka traça um sutil e complexo perfil da sociedade japonesa durante os anos 1930 e aborda uma série de conflitos entre os valores japoneses e os ocidentais, bem como entre a tradição e a modernidade.
A história, que começa no outono de 1936 e termina em abril de 1941, sob o impacto da Segunda Guerra Mundial, retrata a vida de uma abastada família da região de Kyoto e Osaka, no oeste do país. As irmãs Makioka (Tsuruko, Sachiko, Yukiko e Taeko) tentam resolver juntas seus problemas familiares e arranjar um casamento para a terceira delas, Yukiko, uma mulher de crenças tradicionais que aos trinta anos ainda não conseguiu se casar. Ao mesmo tempo representante da inércia das relações, a personagem é também um estandarte da tradição.
Aliás, uma partícula de seu nome compõe o título original do livro, Sasameyuki – neve fina, a última a cair no inverno. Taeko, a caçula, também tem intenções de se casar, mas, em respeito às convenções sociais japonesas, ela precisa esperar o casamento da mais velha para decidir seu futuro. Taeko é a personagem mais aberta à modernização dos costumes e à cultura ocidental, sofrendo as consequências de seu comportamento e de suas opções.
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100. Pedro Páramo, de Juan Rulfo
O romance mais aclamado da literatura mexicana. Pedro Páramo é o primeiro de dois livros lançados em toda a vida de Juan Rulfo. O enredo, simples, trata da promessa feita por um filho à mãe moribunda, que lhe pede que saia em busca do pai, Pedro Páramo, um malvado lendário e assassino. Juan Preciado, o filho, não encontra pessoas, mas defuntos repletos de memórias, que lhe falam da crueldade implacável do pai. Vergonha é o que Juan sente.
Alegoricamente, é o México ferido que grita suas chagas e suas revoluções, por meio de uma aldeia seca e vazia onde apenas os mortos sobreviveram para narrar os horrores da história. O realismo fantástico como hoje se conhece não teria existido sem Pedro Páramo, é dessa fonte que beberam o colombiano Gabriel García Márquez e o peruano Mario Vargas Llosa, que também narram odisséias latino-americanas.
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Isabela Zamboni Moschin é jornalista, especialista em Língua Portuguesa e Literatura e mestre em Mídia e Tecnologia. Adora café, livros, séries e filmes. Atualmente, trabalha como Analista de Conteúdo na Toro Investimentos
Excelente escolha
ola em puco tempo me tornei sua fã!!!
uma sugestão … vcs poderiam escrever algo sobre a faculdade de jornalismo ou como ser jornalista nos dias de hoje!!
Que bom Joseane, ficamos muito felizes! Ótima ideia, podemos falar sobre a faculdade sim.
Beijos!
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